INTRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Lâmpada para os meus pés é
a tua Palavra, e luz para o meu caminho
(Salmos 119:105)
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Pastor Waldemar Alonso Filho
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SÍNTESE DA HISTÓRIA
BÍBLICA
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1.
DEUS criou o homem e o colocou no Jardim do Éden
2.
O homem pecou e deixou de ser aquilo para o que Deus o tinha destinado. Foi
então que Deus pôs em andamento o plano para a salvação do homem e o fez
chamando Abraão para que fundasse uma nação,
mediante a qual o plano seria executado.
3.
A nação não andou nos caminhos do Senhor e foram escravizados no Egito. Após
400 anos, sob a direção de Moisés, o povo foi tirado do Egito de volta à terra
prometida de Canaã. A nação se tornou um grande e poderoso reino.
4.
O reino foi dividido no fim do reinado de Salomão: Israel, ao norte, 10 tribos,
levada cativa pela Assíria em 721 a. C., e Judá, ao sul, 2 tribos, levada
cativa pela Babilônia no ano 600 a. C.
5.
Encerra-se o Antigo Testamento. 400 anos mais tarde, cumpre-se a promessa pelo
aparecimento de Jesus, o Messias, a esperança da humanidade, mediante Quem o
homem seria redimido e nascido de novo. Para realizar e consumar Sua obra
salvadora, Jesus Cristo MORREU pelo pecado humano, ressuscitou e ordenou que os
discípulos saíssem pelo mundo contando a história de Sua vida e Seu poder
redentor.
6.
Assim, obedecendo à ordem (a “grande
comissão”), partiram os discípulos por toda parte, em todas as direções,
levando as BOAS NOVAS, alcançando o mundo civilizado conhecido da época. Assim,
com o lançamento da obra da redenção humana, encerra-se o Novo Testamento.
A BÍBLIA
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“A Bíblia é o Livro de Deus” (Is 34:16).
A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas
por intermédio do francês, passando primeiro pelo latim bíblia, com
origem no grego biblos (folha de papiro do século XI a. C preparada para
a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era chamado “biblion”, e
vários destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer coleção de vários
livros.
No princípio,
os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em
nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II
pelos chineses, bem como a invenção do prelo de tipos móveis, em 1450 A. D. por
Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então tudo era manuscrito como ocorria
anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.
Com a invenção
do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a “livro” como se
vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo (colecionador de
livros).
A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João
Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla, 398-404 A. D.
Teologicamente a Bíblia é a
revelação de Deus para a humanidade. Etimologicamente é uma coleção de livros
pequenos, cujo autor é Deus, o Espírito Santo é seu real intérprete e Jesus
Cristo seu TEMA UNIFICADOR, seu assunto central.
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Cerca de 40 personagens se envolveram no registro e
compilação dos 66 livros que compõem a Bíblia Sagrada (1 Ts 2:13; 1 Pedro
1:20-21). Os escritores viveram distantes uns dos outros (11 países diferentes),
em épocas e condições diferentes, não se conheceram (na época a comunicação era
praticamente impossível) pertenceram às mais variadas camadas sociais, e tinham
cultura e profissões muito diferentes.
Foram das mais diferentes categorias (19 ocupações
diferentes): escritores, estadistas, camponeses, reis, vaqueiros, pescadores,
cobradores de impostos, instruídos e ignorantes, judeus e gentios. Ex:
legislador (Moisés); general (Josué); profetas (Samuel, Isaías, etc.); Reis
(Davi e Salomão); músico (Asafe, compôs 12 Salmos); boiadeiro (Amós); príncipe
e estadista (Daniel); sacerdote (Esdras); coletor de impostos (Mateus); médico
(Lucas); erudito (Paulo); pescadores (Pedro e João).
São
aproximadamente 50 gerações de homens. Um exame das vidas dos escritores mostra
a verdade deste testemunho. Esses eram homens sérios. Eles vieram de todos os
caminhos da vida. Eram homens de boa reputação e mente brilhante. Muitos deles
foram cruelmente perseguidos e mortos pelo testemunho que mantiveram. Não
ficaram ricos pelas profecias que deram. Longe disso. Muitos empobreceram. O
autor dos cinco primeiros livros da Bíblia escolheu viver uma vida
terrivelmente pesada e de lutas ao serviço de Deus em oposição à vida
milionária que ele poderia ter tido como o filho do Faraó. Muitos escritores da
Bíblia fizeram escolhas semelhantes. Suas motivações certamente não foram
convencionais nem mundanamente vantajosas. Eles não eram homens perfeitos, mas
eram homens santos. As vidas que eles viveram e os testemunhos que deram e as
mortes de que morreram deram forte evidência de que estavam dizendo a verdade.
Cada escritor manifestou
seu próprio jeito de escrever (idiossincrasia), seu estilo e características
literárias. A Bíblia possui aproximadamente 10 estilos literários diferentes:
poéticos (Jó, Sl, Pv); parábolas (evangelhos sinóticos); alegorias (Gl 4);
metáforas (Gn 6:6; Êx 15:16; Dt 13:17;
Sl 18:2; 34:16; Lm 3:56; Zc 14:4; 2 Co 3:2-3; Ef 4:30; Tg 3:6); comparações (Mt
10:1; Jo 21:25; Cl 1:23; Tg 1:6); figuras poéticas (Jó 41:1); sátiras (Mt
19:24; 23:24); figuras de linguagem (Sl 36:7; Sl 44:23).
Demoraram cerca de
aproximadamente 1600 anos para escrever os 66 livros. 1491 a. C., quando Moisés
(teve a visão do passado) começou a escrever o Pentateuco, no meio do trovão no
monte Sinai, até 97 d. C., quando o apóstolo João (teve a visão do futuro), ele
mesmo um “filho do trovão” (Mc 3:17), escreveu seu evangelho na Ásia Menor.
Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto,
que de fato mostra a existência de um só Autor divino, guiando os escritores. A Bíblia é um só livro. Tem
um só sistema doutrinário, um só padrão moral (expressão da autoridade de
Deus), um só plano de salvação, um só programa das eras.
As diversas narrativas ali encontradas dos mesmos incidentes e ensinamentos
não são contraditórias, mas suplementares. Não há em todo o seu conteúdo
uma só contradição, e um livro sempre dá continuidade ou complementa o outro,
apesar das condições em que foram escritos. Muitas vezes, um autor iniciava um assunto e, séculos depois, outro
o completava.
Os escritores humanos fornecem
variedade de estilo e matéria. O Autor Divino garante unidade de revelação e
ensino.
Em todo o seu conjunto, possui uma harmonia, que só
pode ser explicada como sendo um “MILAGRE”.
A
Bíblia é a coleção das exatas palavras dos 66 livros que constituem o seu CÂNON
(cânon significa autoridade, regra
de fé. O cânon está fechado, não há mais nenhum livro inspirado!!!). Vide (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe
1:3; Jd 3).
Assim, a Bíblia é composta:
- 24 livros os do cânon judaico do VT (equivalentes aos nossos 39 livros, o mesmo que hoje
é chamado de "Texto Massorético de BEN CHAYyIM" e que,
depois da invenção da Imprensa, foi impresso por Daniel Bomberg, um
abastado cristão veneziano originário da Antuérpia, em 1524-5. A edição da
segunda publicação ficou a cargo de Jacob Ben Chayyim);
Não confundir Ben
Chayyim com Ben Asher. Não confundir o Texto Massorético de Ben Chayyim (100%
genuíno) com o falso Texto Massorético, de Ben Asher (com falsificações e
também referido como Bíblia Stuttgartensia). Não confundir a Bíblia Hebraica
de Kittel (BHK) 1ª e 2ª edição [1906 e 1912, boas, baseadas no Texto
Massorético de Ben Chayyim] com as BHK edições posteriores, más, baseadas no
falso Texto Massorético, de Ben Asher.
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- 27 livros os
do cânon do NT (os mesmos que, depois da invenção da Imprensa, foram
impressos, terminando por serem conhecidos pelo nome de TR, ou "Textus Receptus", isto
é, "O Texto Recebido").
"Textus
Receptus": do latim “textum
ergo habes, nunc ab amnibus receptum”, que significa: texto ora recebido
por todos. Foi a frase escrita no prefácio da edição de 1633, do N.T. grego
dos irmãos Elzevir (impressores holandeses de origem judaica). São os 27
livros do N.T. que foram recebidos pelas igrejas do século I, das mãos dos
homens inspirados por Deus para escrevê-lo; e, também, recebido pela Reforma,
das mãos das pequeninas igrejas fiéis {perseguidas por Roma} e da Igreja
Grega Ortodoxa. O T.R. foi o texto usado pela igreja por quase 2000 anos, antes
de surgirem as versões modernas e deturpadas da Bíblia, baseadas no texto
crítico, em 1881, com o surgimento do “Novo Texto Grego” de Westcott e Hort.
O T.R. foi usado em todo o período bizantino (312-1453), donde foi traduzido
por Almeida e é o texto grego do N.T. que os reformadores (Reforma
Protestante) usaram no século XVI e XVII, para traduzir a Bíblia em vários
idiomas, inclusive o português.
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O nome
“massoretas” se refere aos rabinos judeus surgidos aproximadamente no ano 100
d.C. que conservavam e transmitiam o texto bíblico. Eles substituíram os
escribas. Faziam anotações às margens do texto, chamadas massorah. Eles incorporaram os sinais vocálicos ao texto hebraico
(que não possui vogais), entre o 5º e 6º séculos.
Apesar de toda oposição, a Bíblia é o livro mais
antigo, mais famoso e mais lido do mundo. Escrito em mais de 2000 línguas e
dialetos, já atravessou 3.000 anos. É também o livro de maior circulação em
todo o mundo. Em 1996, por exemplo, foram distribuídos 20 milhões de Bíblias
em todo o mundo. Só no Brasil, foram quase 7 milhões e na China circulam
cerca de 3 milhões. Por tudo isto,
podemos dizer, sem medo de errar que a Bíblia tem origem sobre-humana!
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Os nomes mais comuns dados à Bíblia são:
Livro do Senhor (Is 34:16); Palavra de Deus (Mc 7:13; Jo 10:35; Hb 4:12);
Escrituras ou Sagradas Escrituras (Mt 21:42; Lc 4:21; Jo 7:38, 42; Rm 1:2; Rm
4:3; Gl 4:30); a Verdade (Jo 17:17; Rm 15:8); Lei (Sl 119); Lc 10:26; Mt 5:18);
Mandamentos (Sl 119); a Lei e os Profetas (Mt 5:17; Lc 16:16); a Lei de Moisés
(Lc 24:44); Oráculos de Deus (Rm 3:2).
Assim
como Jesus Cristo (que é a Palavra Viva = 1 Jo 1:1; Ap 19:13) é 100% Humano e
100% Divino, a Bíblia (que é a Palavra escrita) é humana e divina e sem
erros!!!
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A Palavra de Deus é: inspirada (Sl 19:7-11; 119:89; 105,
130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo
5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co
2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe
1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19); eterna (Sl 119:89; Mt 24:35); única
regra de fé e prática (Is 8:20; Jo 12:48); suficiente para a vida cristã (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe
1:3; Jd 3); lâmpada para os nosso pés (Sl 119:105); amada pelos salvos
(Sl 119:47, 72, 82, 97); purificação da vida (Sl 119:9); para ler, estudar e
examinar (Dt 17:19; Js 1:8; Jo 5:39; At 17:11); alimento espiritual (1 Pe
2:2); para a santificação (Jo 17:17); proveitosa para toda boa obra (2 Tm
3:16); preservada (Lc 21:33); fogo consumidor (Jr 5:14); martelo (Jr 23:29); fonte
de vida (Ez 37:7); poder para a salvação (Rm 1:16); penetrante (Hb 4:12); algo
a ser defendido pelos santos (Jd 3); para ser pregada a todos (Mt 28:18-20;
Mc 16:15); espelho (Tg 1:23-25); semente (1 Pe 1:23); espada (Ef 6:17); comida
(Hb 5:12-14); mel (Sl 119:103); leite (Hb 5:13); viva e atual (Jo 6:63 b; Hb
4:12; 1 Pe 1:23; 1 Jo 1:1).
NOTA IMPORTANTE: A BÍBLIA É O LIVRO PELO QUAL TODOS OS
HOMENS SERÃO JULGADOS: Jo 12:48
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A UTILIDADE DA BÍBLIA:
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“Toda
escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Tm
3:16-17. Examine ainda 1 Coríntios 10:11 e Romanos 15:4.
A BÍBLIA É UM LIVRO PARA:
ser buscado/examinado (Jo 5:39); crido (Jo 2:22); lido (1 Tm 4:13); recebido (1 Ts 2:13);
confirmado e aceito (At 17:11).
A BÍBLIA TEM MUITOS OBJETIVOS:
avisar os crentes (1 Co 10:11); manifestar o cuidado de Deus (1 Co 9:9, 10);
ensinar e instruir (Rm 15:4); aperfeiçoar o cristão para toda boa obra (2 Tm
3:16-17); fazer o homem sábio para a salvação (2 Tm 3:15); produzir fé na
divindade de Cristo (Jo 20:31); produzir vida eterna (Jo 5:24).
A unidade da Bíblia é
sem paralelo. Nunca, em qualquer outro lugar, uniram-se tantos tratados
diferentes, históricos, biográficos, éticos, proféticos e poéticos, para
perfazer um livro. Assim como todas as pedras lavradas e as tábuas de madeira
compõem um edifício ou, melhor ainda, como todos os ossos, músculos e
ligamentos se combinam em um corpo, assim também é com a Bíblia.
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A MENSAGEM SINGULAR DA BÍBLIA
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Entre a Bíblia e os outros
escritos religiosos e filosóficos existe um abismo intransponível. A Bíblia é o
único Livro que “se atreve” a prever o futuro e o faz com 100% de precisão e
acerto!!! (Dt 18:20-22; Is 41:22-23; 42:8-9; 44:6-8).
Certamente, valores como a
verdade, a honestidade, a justiça e o altruísmo são comuns aos melhores
escritos da humanidade. Nisso, a Bíblia se identifica com todos os outros. Mas,
o que dizer do Deus apresentado pela Bíblia? Que contraste com a energia
impessoal do Hinduísmo ou com os frágeis e grotescos deuses dos panteões
greco-romanos! Deus Se apresenta em toda a Sua majestade e grandeza: Santo, Justo,
Fiel, Onipotente, Onipresente e Onisciente; Perfeito em amor e misericórdia, Imutável
em todos os Seus atributos!!!
O próprio mistério da Trindade
demonstra um Deus maior que nossa razão. O homem, na Bíblia, é retratado no seu
melhor e no seu pior estado. Enquanto na Filosofia o homem é deificado como
senhor do seu próprio destino, na Bíblia, o homem é criatura de Deus, pecador e
dependente.
Enquanto em algumas crendices o
homem é parte de um jogo de dados cósmicos, joguete nas mãos de forças
poderosas, na Bíblia, o homem é criado por Deus com dignidade e sentido na
História.
O caminho bíblico para a
salvação vai de encontro à idéia arraigada, no espírito humano, de que cada um
deve promover a sua própria salvação. Na Bíblia, a salvação é um presente que
não pode ser comprado, mas deve ser recebido com gratidão.
O perdão dos pecados não ocorre
por cerimônias vazias (como na igreja católica romana, por exemplo), mas,
mediante a morte do Filho de Deus na cruz, no lugar dos pecadores. O destino
final, na Bíblia, não é a aniquilação da personalidade, nem um paraíso de
prazeres carnais (como no Islamismo); mas, a comunhão com Deus por toda a
eternidade. E isto ocorrerá somente para aqueles que um dia aceitaram o caminho
oferecido por Deus (Jesus Cristo – Jo 14:6).
Homens não narrariam seus
próprios pecados, derrotas, idolatrias, etc. Nenhum homem conceberia a idéia de
um inferno de sofrimento eterno. Isto mostra que a Bíblia é um livro inspirado
por Deus!
A Bíblia se opõe
a certos conceitos filosóficos do mundo, e os refuta:
1) Ateísmo (Sl 14:1; 53:1; Jr 4:22)
2) Politeísmo (Mc 12:32; 1 Co 8:6; Ef 4:6; 1 Tm 2:5; Tg
2:19)
3) Materialismo (Mt 6:19-21, 24; Mt 19:16-26, 29; 1 Tm
6:10a; Sl 62:10b)
4) Panteísmo (Gn 1:1, 26; Mt 1:1, 18; Jo 1:1, 18; 16:7; 2
Co 13:14; Hb 13:8; 1 Jo 5:7)
5) A eternidade da
matéria (Gn 1:1).
6) Filosofia (1 Co 1:22;
Cl 2:8; 1 Tm 6:20; Tg 1:5).
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CAPÍTULOS E VERSÍCULOS:
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A divisão da
Bíblia em capítulos só veio acontecer no ano de 1250 A. D., pelo cardeal Hugo
de Sancto Caro, monge dominicano. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão
também a Stephen Langton, professor da Universidade de Paris e mais tarde
arcebispo da Cantuária, em 1227.
Em 1525, Jacob Ben Hayim, na Bíblia Bomberg,
em Veneza, havia dividido o Antigo Testamento em versículos.
O Novo Testamento foi dividido em versículos em 1551, por
Robert Stephanus, um impressor de Paris, que publicou a primeira Bíblia
(Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555.
ABREVIATURAS:
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Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de
abreviaturas para se referir aos textos bíblicos. Um dos formatos
convencionados segue o padrão abaixo:
- Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos;
- O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos;
- A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de
versos;
- O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do
mesmo livro ou não, se seguido de nova abreviação.
Exemplos:
2 Ts
2:2-12 = Segunda Tessalonicenses, capítulo 2, versículos 2 a 12
Gn
3:1-15 = Gênesis, capítulo 3, versículos 1 a 15.
Rm
11:18 = Romanos, capítulo 11, versículo 18.
Dn
9:25, 27; 11:3-43 = Daniel, capítulo 9, versículos 25 e 27; e capítulo 11,
versículos 3 a 43.
Mt
24-26; Ap 1:1-8 = Mateus, cap. 24 ao cap. 26; Apocalipse, capítulo 1,
versículos 1 a 8.
ALGUNS TERMOS
IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS:
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Antilegômena: (significa:
falar contra). São os livros bíblicos que em certos momentos da História foram
questionados por alguns.
Apócrifos: (significa:
escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns (como a igreja
católica romana), mas rejeitados por outros, por não serem inspirados e
conterem muitos erros, o que prova serem de autoria humana e não divina.
Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh",
regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados.
Epístolas = Cartas.
Evangelho = Caminho; boas novas.
Homologoumena: (significa:
falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos e que em momento algum foram
questionados.
Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir “a idéia” e
não as palavras;
Pseudepígrafos:
(significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos (não canônicos) rejeitados
por todos. Seus escritos se
desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos;
Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de
evangelhos sinópticos, pois são muito parecidos e sintetizam a vida de Jesus;
Testamento = Aliança, Pacto, Acordo;
Tradução = Transliteração de uma língua para outra;
Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto,
mediante comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito;
Versão = Tradução da língua original
para outra língua.
De capa a capa a Bíblia é a mensagem do amor de Deus por nós. Devemos estudá-la
diligentemente todos os dias para termos discernimento e
crescimento espiritual e vivermos no padrão de Deus, glorificando nosso Criador e
Redentor.
CURIOSIDADES
BÍBLICAS:
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- Jó
é o livro mais antigo da Bíblia. Acredita-se que
foi escrito por Moisés, quando esteve no deserto;
- Foram usados 3 idiomas na confecção da Bíblia:
hebraico e aramaico (A.T.) e grego
(N.T.);
- Foi escrita em aproximadamente 1500/1600 anos, por
uns 40 autores e contém 66 livros;
- Texto áureo da Bíblia: João 3:16;
- A "Epístola da Alegria", a carta de Paulo
aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões de alegria aparecem
21 vezes na epístola;
- Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas
um homem (Jz 16:19);
- O nome mais cumprido e estranho de toda a Bíblia é
Maer-Salal-Has-Baz - filho de Isaías (Is 8:3-4);
- Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor
de diversos instrumentos musicais
(Am 6:5);
- O nome "cristão" só aparece três vezes na
Bíblia (At 11:26; At 26:28 e 1 Pe
4:16);
- O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías;
- 1 Cr 16:8-36 transcreve o Sl 105 na íntegra;
- O A.T. encerra citando a palavra “maldição”; o N.T.
encerra citando “a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo”;
- O nome de JESUS consta no primeiro e último
versículo do N.T.;
- Israel é considerada a “menina dos olhos de Deus”
(Dt 32:10; Zc 2:8);
- A Bíblia contém cerca de 3.565.480 letras, 773.692
palavras, 31.173 versículos, 1.189 capítulos e 66 livros;
- O capítulo mais comprido é o Salmo 119;
- O capítulo mais curto é o Salmo 117;
- O
meio exato da Bíblia é o versículo 8 do Salmo 118;
- O
versículo mais longo está em Ester 8:9;
- O
versículo mais curto é: "Não matarás" em Êxodo 20:13 (10
letras);
- As tábuas da lei foram feitas por Deus e quebradas
por Moisés, e depois feitas por Moisés e reescritas por Deus (Êx 34:1);
- Moisés fez o povo beber o ouro do bezerro da
desobediência (Êx 32:19-20);
- A arca de Noé media 134 m de comprimento, 23m de
largura e 14m de altura; sua área total nos três pisos era de 9.250 (m²) e
tinha um volume total de 43.150 (m³);
- Noé permaneceu na arca 382 dias, sendo o ano
judaico de 360 dias (Gn 7:9-11; 8:13-19);
- Davi foi ungido três vezes obtendo uma gloriosa
confirmação (1 Sm 16:13; 2 Sm 2:4;
1 Cr 11:3);
- Salomão não era o único sábio, havia mais quatro
sábios (1 Rs 4:29-31);
- Salomão disse 3.000 provérbios e 1005 cânticos. (1
Rs 4:32);
- O A. T. apresenta 332 profecias literalmente
cumpridas na pessoa de Jesus Cristo;
- Paulo pregou o maior discurso descrito na Bíblia
(At 20:7-11);
- O maior profeta jamais realizou um milagre, contudo
foi o pregador mais convincente
(Jo 10:41-42);
- O "sermão do monte" poderia ser chamado
de "sermão da planície" (Mt 5:1; Lc 6:17);
- O Salmo 22 é alfabético - um versículo para cada
letra do alfabeto hebraico;
- O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito
versículos. Cada uma das seções inicia com uma letra do alfabeto hebraico,
de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia com a letra da
seção;
- No livro Lamentações de Jeremias, os capítulos 1, 2
e 4 tem versículos em número de 22 cada, compreendendo as letras do
alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três
deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto;
- A expressão "o caminho de um Sábado"
corresponde ao caminho permitido no dia de Sábado; a distância que ia da
extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no deserto, isto
é, cerca de 1.200 metros;
- Para a leitura completa da Bíblia, são necessárias
49 horas, a saber: 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 horas
para a do Novo Testamento;
- Para lê-la de forma audível, em velocidade normal
de fala, é necessário aproximadamente 71 horas. Se você deseja lê-la em 1
ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia;
- A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra
e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de
comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar de ser tão
pequenina, contém 878 páginas, possui uma série de gravuras ilustrativas e
pode ser lida com o auxílio de uma lente;
- A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048
páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de espessura. Foi confeccionada
por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho
ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em
cuja superfície estão gravados os textos;
- Foi a primeira obra impressa por Gutenberg
(vulgata), em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias
manuscritas, em 1452, em Mainz - Alemanha;
- A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos
materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas
de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica/louças (óstracos);
- Com exceção de alguns textos do livro de Esdras e
de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em
hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela
predominância de consoantes;
- A palavra "Hebraico" vem de
"Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão
em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;
- Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento
estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon
Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica
Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;
- A primeira Bíblia em português foi impressa em
1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e se iniciou com D.
Diniz (1279-1325);
- A Bíblia também mostra, em seu livro mais antigo
(Jó), que a Terra está suspensa no vazio (Jó 26:7);
- A existência de dinossauros, convivendo com
humanos, está narrado na Bíblia: o Beemonte (Jó 40:15-17), e o Leviatã (Jó
41:1), sendo que, este último, em algumas versões deturpadas da Bíblia,
consta como “crocodilo”, o que contradiz o contexto do capítulo;
- Na Bíblia, também lemos que a luz foi criada antes
do Sol, algo que só foi descoberto pela ciência recentemente (Gn 1:3-5);
- Lemos que Jesus será a luz da “nova Terra” (Lc
17:24; Ap 21:23; 22:5);
- Jesus, a luz vista por Paulo, a caminho de Damasco,
é mais brilhante que o Sol do meio-dia (At 9:3; 26:13-15);
- A palavra fé, no Antigo Testamento, é encontrada
apenas em Hc 2: 4;
- A palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no
V.T. e 1.170 vezes no N.T., num total de 3.828 vezes;
- Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários
nomes;
- Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem
o nome DEUS;
- A expressão "Assim diz o Senhor" e
equivalentes aparecem cerca de 3.800 vezes na Bíblia;
- A vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia,
sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento;
- A expressão "Não Temas!" é encontrada 366
vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano e mais uma para os anos
bissextos!;
- No Salmo 107, há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o
31;
- Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma
maneira;
- Em Êxodo 3.14, Deus, pela primeira vez, revela Seu Nome:
“Eu Sou Quem Sou”, ou Yahweh (Jeová) - Este é o nome mais comum de Deus no
Velho Testamento, aparecendo cerca de 6.800 vezes na língua original, o
Hebraico. Em nossa tradução, esse Nome vem traduzido por
"Senhor" e aparece 1.853 vezes;
- Adão - o homem no Jardim do Éden – o seu nome
significa "ser humano";
- À medida que os apóstolos levaram o evangelho pelo
mundo, muitas das palavras do Senhor e muitas reminiscências sobre Ele
circulavam oralmente. Uma evidência disso ocorre quando Paulo, ao falar aos
anciãos de Éfeso, empregou uma declaração de Jesus que não consta de parte
alguma dos evangelhos (At 20:35);
- Adão e Eva tiveram ouros filhos e filhas, o que revela
de onde Caim obteve sua esposa (Gn 5:4);
- Sara era meio-irmã de Abraão (Gn 20:12);
- Eva não comeu uma “maçã”, mas um fruto não
especificado (Gn 3:6);
- Os magos que visitaram Jesus não eram reis e não
eram três, pois a Bíblia diz “uns magos” (Mt 2:1);
- A palavra Salmos, em hebraico, significa “louvores”
(do grego Psallo = Salmos);
- A Bíblia tem 3 Autores: o Pai (2 Tm 3:16); o Filho
(Gl 1:12) e o Espírito Santo (2 Pe 1:21);
- Os Salmos 120 ao 134 são conhecidos como “Cânticos
dos Degraus”, pois eram cantados na peregrinação a Jerusalém, quando
subiam os 15 degraus do templo (15 Salmos).
- Na leitura da Bíblia, é Deus quem fala aos corações
dos homens. Na leitura dos Salmos, geralmente, somos nós quem falamos com
Deus.
- A Bíblia é a eterna Palavra de Deus. Foi dada ao
homem por Deus para ser o absoluto, o supremo, o competente, o infalível e
imutável padrão de fé e prática.
O livro de Isaías:
·
Também conhecido como “o Evangelho do
Antigo Testamento”.
·
É tido como uma miniatura da Bíblia:
·
Tem 66 capítulos, assim como a Bíblia tem
66 livros.
·
A primeira seção tem 39 capítulos/livros e
corresponde à mensagem do Antigo Testamento.
·
A segunda seção tem 27 capítulos/livros
tratando do conforto, promessa e salvação, correspondendo à mensagem do Novo
Testamento.
·
Assim como o NT termina falando do novo céu
e nova Terra, o mesmo ocorre no término de Isaías (66:22).
·
O próprio nome Isaías tem semelhança com o
significado do nome de Jesus: Isaías quer dizer Salvação de Jeová e Jesus, Jeová
é Salvação.
|
Algo muito significante é que a Bíblia contém três advertências solenes contra qualquer
tentativa de acrescentar (ou diminuir) palavras ao livro inspirado de Deus
e esta significação é grandemente acentuada pelo fato de que a primeira de
tais advertências foi escrita pelo primeiro de todos os escritores da Bíblia,
enquanto que a terceira foi escrita pelo último dos escritores:
MOISÉS – que teve visão, dada pelo Espírito, do passado
desconhecido, escreveu a primeira: Dt 4:2; 12:32;
SALOMÃO – o homem mais sábio que já
viveu, escreveu a segunda: Pv 30:6; Ec 3:14;
JOÃO – para quem foi dada tão
maravilhosa revelação do futuro, escreveu a terceira: Ap 22:18-19.
|
DIVISÃO DOS LIVROS:
|
Nós, cristãos (igreja),
agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:
- 5 da Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt), formando o
Pentateuco;
- 12 históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs, 1 e
2Cr, Ed, Ne, Et);
- 5
poéticos (Jó, Sl, Pv, Ec, Ct);
- 5 profetas maiores (Is, Jr, Lm, Ez, Dn);
- 12 profetas menores (Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na,
Hc, Sf, Ag, Zc, Ml).
A Tanakh (o A. T. dos judeus) e a divisão de Flávio Josefo (Lc 24:44)
TEXTO MASSORÉTICO
|
FLÁVIO JOSEFO - 22 livros
(a distribuição é
hipotética)
|
|
TORÁH
(A Lei)
|
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
Chumash = os cinco livros/Pentateuco
|
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
|
NEBI'IM
(Profetas)
|
Profetas anteriores - Js, Jz,
Sm, Rs = 4
Profetas posteriores - Is, Jr,
Ez, XII = 4
|
Js, Jz-Rt, Sm, Rs. Is, Jr-Lm, Ez, XII, Dn,
Ec, Es-Ne, Et, Cr = 13
|
KEThUBhIM
(Escritos) Gr.
Hagiographa
|
Poesia e sabedoria - Sl, Jó, Pv
= 3
"Megilloth" - Rt, Ct, Ec, Lm, Et =
5
História - Dn, Ed-Ne, Cr = 3
|
Poesia e sabedoria - Sl, Pv,
Jó, Ct = 4
|
OBSERVAÇÕES:
b) Profetas Posteriores: porque
exerceram o ministério no período compreendido entre os cativeiros Assírio e
Babilônico até o retorno dos judeus à Palestina, após 70 anos sob o domínio
babilônico.
c) Os livros históricos são de
autores que não eram profetas oficiais, mas que possuíam o dom de profecia.
d) O Rolo dos Doze – XII inclui os livros de: Oséias, Joel, Amós, Obadias,
Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
e) Os Cinco rolos (Megilloth) são
cada um usado na ocasião de uma festa
específica: Cantares na Páscoa; Rute no Pentecostes; Lamentações no dia 9 do
mês Abibe (no aniversário da destruição de Jerusalém); Eclesiastes na Festa dos Tabernáculos; Ester
na Festa de Purim.
f) O primeiro livro da Escritura
hebraica é Gênesis e o último Crônicas (Mt 23:35; Gn 4:8; 2 Cr 24:20-22).
g) No Cânon hebraico, como no
nosso Cânon, os livros não estão em ordem cronológica.
h) São 24 livros, visto que os
seguintes livros são assim considerados: Samuel (engloba 1 e 2 Sm), Crônicas
(engloba 1 e 2 Cr), Reis (engloba 1 e 2 Rs), Os Doze (são contados como um só
livro), Esdras (inclui Neemias). [39 livros menos 15 = 24).
i) Flávio Josefo, historiador
judeu reduziu os 24 livros para 22 livros, em correspondência às 22 letras do
alfabeto hebraico, combinando Rute com Juízes e Lamentações com Jeremias.
j) O Novo Testamento menciona uma
divisão tripla do Antigo Testamento: "A Lei, os Profetas e os Salmos"
(Lucas 24:44).
k) Jesus Cristo mencionou
estas 3 divisões do V. T. em Lc 11:49-51, Lc 24:44 e Mt 23:34-36.
l) O livro de Eclesiástico
(apócrifo), escrito em cerca de 130 antes de Cristo fala em "a lei, os
profetas e os outros escritos". Confira Mateus 23:35 e Lucas 11:51 que
refletem o arranjo da Bíblia Hebraica.
“O Novo Testamento está no Antigo Testamento ocultado,
e o Antigo Testamento, no Novo Testamento revelado”.
|
Os 27 livros do
Novo Testamento são:
- (BIOGRAFIA) 4 Evangelhos (Mt, Mc, Lc, Jo);
- (HISTÓRIA) 1 histórico (At);
- (DOUTRINA) 21 epístolas. São elas:
a) 9 a igrejas locais (Rm, 1 e 2 Co, Gl, Ef,
Fp, Cl, 1 e 2 Ts);
b) 6 pastorais (1 e 2 Tm, Tt, Fm, 2 e 3 Jo);
c) 6 universais (Hb, Tg, 1 e 2 Pe, 1 Jo, Jd).
- (PROFECIA) 1 profético (Ap).
DIVISÃO CRISTOCÊNTRICA
|
Os
crentes anteriores a Cristo olhavam adiante com grande expectativa (1 Pe
1:11-12), ao passo que os crentes de nossos dias vêem em Cristo a
concretização dos planos de Deus.
|
A Bíblia pode ser dividida na estrutura geral e Cristocêntrica.
Isso se baseia nos ensinos do próprio Jesus, cerca de cinco vezes no Novo
Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7).
Sim, Cristo é o centro e o coração
da Bíblia, porque o Antigo Testamento descreve uma nação e o Novo Testamento descreve um HOMEM. Toda a Bíblia se converge para Cristo, como deixa claro João
20:31.
CRISTO é a nossa Palavra Viva
(Apocalipse 19:13) que percorre todas as páginas das Sagradas Escrituras.
Examine ainda Lc 24:44. Considerando CRISTO como o tema central da Bíblia, toda
ela poderá ficar resumida assim:
Centro = lugar de equilíbrio (Jesus =
equilíbrio perfeito)
A
Árvore da Vida, um tipo de Cristo, está no centro (Gn 2:9). O Sl 118:8 é o
centro da Bíblia (594 capítulos antes e 594 capítulos depois). O Tabernáculo,
um tipo de Cristo, ficava no centro do acampamento (Lv 26:11). Jesus, quando
era criança, era o centro das atenções (Lc 2:46). Ele está no meio (centro)
dos crentes (Mt 18:20). Foi crucificado entre dois ladrões (Mt 27:38). Jesus
ressuscitado apareceu no meio dos discípulos (Jo 20:19). Vide também Ap 1:13;
5:6.
|
ANTIGO
TESTAMENTO: (Jesus virá)
OBS: de
uma forma geral, todo o A. T. trata da preparação para o advento de
Cristo.
LEI:
Fundamento da chegada de Cristo.
HISTÓRIA:
Preparação para a chegada de Cristo.
POESIA:
Anelo pela chegada de Cristo.
PROFECIA:
Certeza da chegada de Cristo.
NOVO TESTAMENTO: (Jesus
já veio)
OBS: O
N. T. trata da manifestação de Jesus Cristo.
EVANGELHOS:
Manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
ATOS:
Propagação de Cristo, por meio da igreja.
EPÍSTOLAS:
Explanação, interpretação e aplicação de Cristo. São os detalhes da doutrina.
APOCALIPSE:
Consumação de todas as coisas em Cristo.
Desta
forma, tendo CRISTO como TEMA CENTRAL, podemos resumir todo o Antigo
Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e
o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ
VEIO (é claro, como Redentor).
Assim,
as Escrituras sem a pessoa de JESUS seriam como a física sem a matéria e o
matemático sem os números.
Já imaginou um cristão sem a Bíblia?
I
- ANTIGO TESTAMENTO:
O ANTIGO TESTAMENTO É
DIVIDIDO EM QUATRO PARTES:
1
– Pentateuco, Livros da Lei ou Torah – são 5 livros:
Gênesis – Como a palavra bem indica, é o livro dos princípios: do
céu e da Terra, das ilhas e dos mares, dos animais e do homem. Com Abraão,
temos o começo de uma raça, um povo, uma revelação divina particular e
finalmente uma igreja.
Êxodo – Relata o povo de Deus escravizado no Egito e a grande
libertação divina, usando a instrumentalidade de Moisés.
Levítico – Leis acerca da moralidade, limpeza, alimentos,
sacrifícios, etc.
Números – Relata a peregrinação de Israel, quarenta anos pelo
deserto.
Deuteronômio – Repetição das leis.
2 – Livros Históricos – são 12 livros:
Divide-se em quatro períodos
da História de Israel:
a) Teocracia (Juízes)
b) Monarquia (Saul, Davi,
Salomão)
c) Divisão do Reino e Cativeiro
(Judá, Israel)
d) Período pós-cativeiro
|
Josué – Trata da conquista de Canaã. O milagre da passagem do Rio
Jordão, a queda das muralhas de Jericó, a vitória sobre as sete nações cananéias,
a divisão da terra prometida e, finalmente, a morte de Josué com cento e dez
anos.
Juízes – Várias libertações através dos quinze juízes.
Rute – A linda história de Rute, uma ascendente de Davi e de
Jesus Cristo.
1 e
2 Samuel – Relatam a história de Samuel,
da implantação da monarquia, sendo Saul o primeiro rei ungido por Samuel,
Samuel como o último juiz e a história de Davi.
1 e
2 Reis – Relatam a edificação do Templo de
Jerusalém, a divisão do reino. Ministério de Elias e Eliseu. Ainda em II Reis,
está relatado o cativeiro do Reino do Norte pelos exércitos assírios, e do Sul
com o poderio caldeu de Nabucodonossor.
1 e
2 Crônicas – Registram os reinados de
Davi, Salomão e dos reis de Judá até a época do cativeiro babilônico.
Esdras – Relata o retorno de Judá do cativeiro babilônico com
Zorobabel e a reconstrução do templo de Jerusalém.
Neemias – Relata a história da reedificação das muralhas de
Jerusalém.
Ester – Relata a libertação dos judeus por Ester e o
estabelecimento da festa de Purim.
3 – Livros Poéticos – são 5 livros:
Jó – Sofrimento, paciência e libertação de Jó.
Salmos
– Cânticos espirituais, proclamações,
poemas e orações.
Provérbios – Dissertações sobre sabedoria, temperança, justiça, etc.
Eclesiastes
– Reflexões sobre a vida, deveres e
obrigações perante Deus.
Cantares
de Salomão – Descreve o amor de Salomão
pela jovem sulamita, simbolizando o amor de Jesus pela igreja.
4 – Profetas – são 17 livros:
São os livros proféticos de
acordo com as duas grandes crises do povo judeu:
CRISE
ASSÍRIA
|
CRISE
BABILÔNICA
|
DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO
|
APÓS O
CATIVEIRO BABILÔNICO
|
Joel
Amós
Jonas
Oséias
Isaías
Miquéias
Naum
|
Sofonias
Habacuque
Jeremias
Lamentações
Obadias
|
Daniel
Ezequiel
|
Ageu
Zacarias
Malaquias
|
a) Profetas Maiores – são 5 livros:
Isaías – Muitas profecias messiânicas. É considerado o profeta da
redenção. O livro contém maldições pronunciadas sobre as nações pecadoras.
Jeremias – Tem por tema a reincidência, o cativeiro e a restauração
dos judeus. Jeremias é considerado “o profeta chorão”.
Lamentações – Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.
Ezequiel – Um livro que contém muitas metáforas para descrever a
condição, exaltação e a glória futura do povo de Deus.
Daniel
– Visões apocalípticas.
b) Profetas Menores – são 12 livros:
Oséias – Relata a apostasia de Israel, caracterizada como
adultério espiritual. Contém muitas metáforas que descrevem os pecados do povo.
Joel – Descreve o arrependimento de Judá e as bênçãos. “O Dia
do Senhor” é enfatizado como um Dia de juízo e também de bênçãos.
Amós – Através de visões, o profeta reformador denuncia o
egoísmo e o pecado.
Obadias
– A condenação de Edom e a libertação de
Israel.
Jonas – Relata a história de Jonas, o missionário que relutou
para levar a mensagem de Deus à cidade de Nínive. O mais bem sucedido dentre os
profetas. Um dos profetas que pregou o arrependimento ao povo. O povo se arrependeu
e o profeta ficou triste e desejou a morte.
Miquéias – Condição moral de Israel e Judá. Também prediz o
estabelecimento do reino messiânico.
Naum – A destruição de Nínive e a libertação de Judá da
opressão assíria.
Habacuque – O grande questionamento do profeta a Deus. Como pode
Deus ser Justo e permitir que uma nação pecadora oprima Israel? Contém uma das
mais belas orações da Bíblia.
Sofonias
– Ameaças e visão da glória futura de
Israel.
Ageu – Repreende o povo por negligenciar a construção do
segundo templo e promete a volta da glória de Deus.
Zacarias – Através de visões, profetiza o triunfo final do reino de
Deus. Zacarias ajudou a animar os judeus a reconstruírem o templo. Foi
contemporâneo de Ageu.
Malaquias – Descrições que mostram a necessidade de reformas antes
da vinda do Messias.
Terminamos o Velho
Testamento com a palavra "maldição". Até aqui Cristo foi prometido,
mas não visto. A Esperança era prevista, mas não obtida.
|
Por
quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o
Senhor". Em todo este tempo (de 397 a. C. até 6 a. C.),
nenhum
escritor inspirado apareceu. Por isto, este período é chamado de:
"Os Anos
Silenciosos", “O Período Intertestamentário” ou "O Período
Negro".
Os livros apócrifos
são deste período.
|
II
- NOVO TESTAMENTO:
O Velho Testamento mostra o problema, mas
não revela completamente a solução.
O Novo Testamento dá a resposta ao problema
e aponta a solução:
JESUS
CRISTO!
O
NOVO TESTAMENTO TAMBÉM TEM QUATRO DIVISÕES:
1 – Os Evangelhos ou Biográficos:
- Mateus, Marcos, Lucas
e João - Tratam do nascimento,
vida, obra, morte, ressurreição e ascensão de Um Homem chamado Jesus, O
Filho de Deus, O Messias Prometido a Israel.
A questão central é a carreira
terrena de Jesus Cristo.
·
Os temas e as datas dos Evangelhos:
Mateus: O Prometido está - veja o Seu
reinado/soberania (Suas qualificações).
Marcos: Assim Ele trabalhou - veja o Seu trabalho
(Seu poder).
Lucas: Assim Ele era - veja a Sua
humanidade (Sua natureza).
João: Assim Ele é - veja a Sua divindade.
|
Mateus (40-55 d. C.):
Foi escrito para os JUDEUS. Faz conexão com o Velho Testamento (as
Escrituras Hebraicas). Revela o Messias como o REI prometido do Velho
Testamento aos Judeus, O soberano que veio ordenar e reinar (autoridade Mt
1:1; 16:16-19; 28:18-20). Traz a linhagem/genealogia “Real” de Jesus
(Rei) até Suas raízes judaicas, como Filho do Rei Davi (conf. Mt 1:1). O
Novo Testamento é o cumprimento do Velho Testamento - note logo no começo do
Novo Testamento o que diz Mateus 1:22. É por isto que Deus diz em Mateus:
"Este é o meu amado Filho em quem me comprazo: escutai-O" (Mt 17:5).
É o evangelho que mais traz profecias.
Marcos (57-63 d. C.): Foi
escrito para o povo ROMANO. Representa o Messias como o SERVO Fiel
e Obediente de Deus, Aquele que veio servir e sofrer (Mc 10:45). Não
traz genealogia, pois para o servo, isso não conta, pois servo não é uma pessoa
de quem se procure uma genealogia. Marcos é um judeu-gentio (João Marcos),
cujo nome faz conexão com o judeu e o gentio. Relata mais milagres, pois os
romanos se interessavam mais por ações/resultados que palavras.
Lucas (63 d. C.): Foi escrito para os GREGOS.
Relata o Messias como o Homem Perfeito, o FILHO DO HOMEM, Aquele que veio
repartir e Se compadecer (Lc 19:10). Os gregos gostavam de tudo detalhado.
Lucas tem genealogia, mostrando que Jesus é Perfeito. Traz a linhagem/genealogia “humana” de Jesus
até o primeiro homem, Adão, mostrando Jesus como Homem Perfeito (conf. Lc 3:38). Mesmo tentado na carne, Ele
continuou Perfeito. Lucas era um médico e um gentio (narra o sofrimento de
Cristo em detalhes que só um médico poderia fazer).
João (90 d. C.): foi
escrito para TODO O MUNDO, com o propósito de levar o homem a Cristo.
João apresenta Jesus como o FILHO DE DEUS, Aquele que veio revelar e redimir
(Jo 1:1-4; 20:31). Tudo no evangelho de João ilustra e demonstra o relacionamento
de Cristo com o Pai. É onde Jesus trata mais a Deus como Pai (Abba Pai). Não
traz genealogia, pois, Jesus Cristo, sendo 100% Deus, é Eterno, sem princípio,
meio ou fim. Sua linhagem é “espiritual”, eterna!!!
Os
sinópticos diferem do Evangelho de João nas seguintes maneiras:
Mateus, Marcos e Lucas
Os fatos da vida exterior
de Cristo
Os aspectos da Sua vida humana
Os Seus discursos públicos
O ministério na Galiléia
|
João
A vida íntima de Cristo
A vida divina de Cristo
Os discursos pessoais
O ministério na Judéia
|
A crítica está cada vez mais voltando ao ponto de vista
tradicional quanto à data e autoria de diversos livros. Há razão para crermos
que os Evangelhos sinópticos foram escritos na ordem: Mateus, Lucas e Marcos.
Orígenes freqüentemente os cita nessa ordem e Clemente de Alexandria, antes
dele, coloca os Evangelhos que contêm genealogia primeiro, com base na
tradição que ele recebeu dos “antigos antes dele”. De acordo com Euzébio, H.
E., Vi. Xiv. Esta opinião é reforçada pela consideração de que os Evangelhos
surgiram das circunstâncias e ocasiões da época. (Palestras em Teologia
Sistemática, Henry Clarence Thiessen (Ed. Batista Regular, pág 58).
|
Os quatro
relatam os tipos mostrados em Ezequiel 1.10 e em Apocalipse 4.6-8, ilustrando
os quatro animais "no meio do trono, e ao redor do trono" com a
semelhança de:
·
leão (Mateus - rei),
·
bezerro (Marcos – servo),
·
rosto como de homem (Lucas - filho do homem) e
·
semelhante a uma águia voando (João - filho de
Deus).
2 – Histórico:
- Atos dos Apóstolos - Propagação do
Evangelho. Trata dos resultados da morte e da ressurreição de Jesus
Cristo, com a propagação das “Boas Novas”, por impulso e liderança do Espírito
Santo, começando em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.
3 – Epístolas:
Os
fundadores das igrejas, freqüentemente impossibilitados de visitá-las
pessoalmente, desejavam entrar em contato com seus convertidos no propósito
de aconselhá-los, repreendê-los e instruí-los. Assim surgiram as Epístolas.
(Circulação das epístolas: 1 Ts 5:27; Cl
4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3)
|
- Epístolas Paulinas – a) 9 dirigidas a
igrejas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; b) 4 dirigidas a indivíduos: 1 e 2
Timóteo, Tito, Filemom.
- Epístolas Gerais – a) 1 dirigida a um povo:
Hebreus; b) 7 universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas.
OBS: Fp, Ef, Cl e Fm são chamadas epístolas da prisão, escritas
por Paulo, na prisão em Roma.
IMPORTANTE:
As Cartas Paulinas apresentam a Teologia para a Igreja. A essência do que Deus
tem para a Igreja está nas Cartas. O crente deve se guiar pelas Cartas Paulinas
e não pelas regras e leis do Antigo Testamento. Elas foram escritas para
orientar, instruir e exortar os crentes a viverem uma vida cristã plena,
frutífera, operosa, abundante, VITORIOSA. Leia as Cartas! Medite!!!
4 – Profético:
Apocalipse – Revelação,
Consumação e Juízo de Deus. Um novo Céu e uma nova Terra.
Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o
seu ensino seja aprendido, retido na mente e no coração, colocando os
princípios em prática.
|
AS LÍNGUAS E OS MATERIAIS DA BÍBLIA:
AS LÍNGUAS
BÍBLICAS EM PARTICULAR:
As línguas utilizadas no registro da
revelação de Deus, a Bíblia, vieram das famílias de línguas semíticas e
indo-européias. Da família semítica, originaram-se as línguas básicas do Antigo
Testamento, quais sejam: o Hebraico e o Aramaico (Siríaco: 2 Rs 18:26;
Ed 4:7; Dn 2:4). Além dessas
línguas, o Latim e o Grego representam a família indo-européia. De modo
indireto, os fenícios exerceram um papel importante na transmissão da Bíblia,
ao criar o veículo básico que fez com que a linguagem escrita fosse menos
complicada do que havia sido até então: inventaram o ALFABETO.
AS LÍNGUAS
DO NOVO TESTAMENTO:
As línguas semíticas também foram
usadas na redação do Novo Testamento. Na verdade, Jesus e Seus discípulos
falavam o Aramaico, sua língua materna, tendo sido essa a língua falada por
toda aquela região na época.
As expressões “Talita cumi”
(Mc 5:41); “Eli, Eli, lamá sabactâni”
(Mt 27:46); “Maranata” (1 Co
16:22); “Aba Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6)
são em Aramaico.
|
O Hebraico fez
sentir mais sua influência mediante expressões idiomáticas, como uma que, no
português, quer dizer “e sucedeu que”. Outro exemplo da influência hebraica no
texto grego vemos no emprego de um segundo substantivo, em vez de um adjetivo,
a fim de atribuir uma qualidade a algo ou a alguém, como ocorre na 1 Ts 1:3. O
epitáfio na cruz de Cristo (o Nome de Deus = YHWH) é em Hebraico.
Além das línguas semíticas a
influenciar o N. T., temos as indo-européias, o Latim e o Grego. O Latim
influenciou ao emprestar muitas palavras, como “centurião”, “tributo” e
“legião”, e pela inscrição trilíngue na cruz (em Latim, em Hebraico e em
Grego).
No entanto, a língua em que se
escreveu o N. T. foi o Grego. Até fins do século XIX, cria-se que o
grego do N. T. (o Grego helenístico, koinê = comercial) era a “língua especial”
do Espírito Santo; mas, a partir de então, essa língua tem sido identificada
como um dos cinco estágios do desenvolvimento da língua grega.
Esse grego koinê era a língua
mais amplamente conhecida em todo o mundo do século I. O alfabeto havia sido
tomado dos fenícios. Seus valores culturais e vocabulário cobriam vasta
expansão geográfica, vindo a tornar-se a língua oficial dos reinados em que
se dividiu o grande império de Alexandre, o Grande, uma língua quase universal.
O aparecimento providencial dessa língua,
ao lado de outros desenvolvimentos culturais, políticos, sociais e religiosos,
ampla rede de estradas, progresso, etc., durante o século I a.C., fica
implícito na declaração de Paulo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4).
Grego: 25 letras, começando no Alfa e terminando no Ômega.
Jesus Se identifica com o N.T.,
que foi escrito em Grego, ao declarar: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio
e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Ap 22:13).
|
O Grego do N. T. se adaptou de modo
adequado à finalidade de interpretar a revelação de Cristo em linguagem
teológica. Tinha recursos linguísticos especiais para essa tarefa, por ser um idioma
intelectual. Era a segunda língua dos escritores do N.T., com exceção de
Lucas.
Era um idioma da mente, mais que
do coração, e os filósofos atestam isso amplamente. O Grego tem precisão
técnica de expressão não encontrada no Hebraico. Além disso, o Grego era
uma língua quase universal.
A verdade do A. T. a respeito de Deus foi revelada inicialmente
a uma nação, Israel, em sua própria língua, o Hebraico.
A revelação completa, dada por Cristo, no Novo Testamento, não
veio de forma tão restrita. Em vez disso, a mensagem de Cristo deveria ser
anunciada ao mundo todo, por isto, era necessária uma língua universal:
“... em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão dos pecados, em
todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24:47)
|
A Bíblia, registro merecedor de confiança
|
A
Bíblia é uma revelação de Deus absolutamente fidedigna. Essa afirmativa
se baseia na atitude de Jesus para com o Antigo Testamento e no testemunho da própria
Bíblia a seu respeito (Mt 5:17-18; Mc 7:1-13; 12:35-37; Jo 5:39-47; 10:34-36; 1
Co 14:37-38; Ef 3:3).
A
Bíblia não tem a pretensão de ser uma enciclopédia infalível de informações
sobre todos os assuntos e, por isso, não nos fornece a resposta a todas as
perguntas que possamos fazer a respeito do mundo a nosso redor. (NEM TUDO NOS É
REVELADO!).
“As coisas
encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a
nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta
lei”.
(Dt 29:29).
|
Ela é escrita
na linguagem do povo e não com a terminologia e exatidão científicas do nosso
século. De fato, seria tolice esperar que o fosse, e se, por algum milagre,
isso fosse conseguido, o livro se tornaria incompreensível para a maioria de
nós, para todos os que nos precederam e, dentro de pouco tempo, a linguagem se
tornaria arcaica.
A
Bíblia registra uma revelação progressiva de Deus (Is 42:8-9; 44:6-8; Os
6:3; Hb 1:1-2) através de muitos séculos e a povos vários. Não devemos,
portanto, tomar suas afirmações isoladamente, mas considerá-las à luz do todo,
do contexto. Não podemos basear nossas crenças em versículos isolados,
destacados de seu contexto.
LEMBRE-SE:
Texto fora de contexto é pretexto para heresias!
Através
de uma compreensão integral da Bíblia, podemos descobrir que muitas
discrepâncias desaparecem ou são de somenos importância, no que se refere à
verdade da Bíblia, vista como um todo.
|
É inegável que
a moderna ciência da Arqueologia muito tem feito no sentido de confirmar a
exatidão da história registrada na Bíblia. Muito raramente, e em assuntos de
pequena importância, põe um ponto de interrogação ao lado do registro bíblico.
Uma vez que a
Bíblia registra uma revelação que se deu através da história, podemos sentir
satisfação em saber que o esboço histórico apresentado na Bíblia é capaz de
tanta confirmação arqueológica.
Muitos
problemas que se alegam existir na Bíblia devem-se à nossa deficiência em saber
interpretá-la corretamente. Às vezes, procuramos, por exemplo, informações literais
em passagens que devem ser tomadas como poéticas e, em outras, interpretamos simbolicamente
passagens que deveriam ser literais.
REGRA DE OURO PARA A
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA:
“Quando a
interpretação direta, imediata e literal das escrituras faz sentido, não
procure nenhuma outra interpretação. Portanto: Interprete cada palavra no seu
sentido literal, usual, costumeiro e mais comumente usado, a não ser que os
fatos do contexto imediato indiquem clara e indiscutivelmente o contrário,
quando estudados à luz de passagens correlatas e de verdades fundamentais e
axiomáticas.” (Dr. David
L. Cooper)
|
A singular e
espantosa indestrutibilidade da Bíblia
|
Mesmo sob a mais tenaz/variada, violenta/sutil
perseguição já vista, a Bíblia nunca foi destruída! Portanto ela tem que ser
divina. (“Os malhos se amassam-despedaçam, mas a bigorna permanece”).
O ataque
satânico contra a palavra de Deus remonta ao Jardim do Éden. A primeira
intervenção de Satanás na História foi adulterando e pondo dúvida na Palavra de
Deus: nascia a primeira Bíblia na Linguagem de Hoje! O primeiro pecado de Eva
foi o de aceitar a suposta palavra de Deus "modernizada" da boca do
Diabo.
"ORA, a serpente era mais
astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta
disse à mulher: É assim que Deus disse?: Não comereis de toda a
árvore do jardim?"
(Gn 3:1) [grifos meus]
|
Repare
que quem fica a ganhar com esta controvérsia Bibliológica, é o pai da mentira
(Satanás); e não o povo de Deus.
Séculos
mais tarde, Satanás recorreu novamente às Escrituras para tentar o Mestre Jesus
em Mateus 4:1-11.
Os imperadores romanos descobriram que
os cristãos baseavam sua crença nas Escrituras. Conseqüentemente, buscaram
suprimi-las ou exterminá-las. O mais notável foi Dioclécio (em 301-304 A. D.) que,
através de um decreto real em 303 A. D., ordenou que todos os exemplares da
Bíblia fossem queimados. Ele havia matado tantos cristãos e destruído tantas
Bíblias que, quando os cristãos ficaram quietos por algum tempo e permaneceram
escondidos, ele achou que havia realmente conseguido eliminar as Escrituras.
Ele fez com que em uma medalha fosse gravada a seguinte inscrição: “A religião
cristã está destruída e o culto aos deuses restaurado”. Entretanto, não demorou
muito para que Constantino subisse ao trono e fizesse do Cristianismo a
religião oficial. O que diria Dioclécio se pudesse voltar à Terra e ver como a
Bíblia tem prosseguido em sua missão mundial!
“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar,
e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante
dEle.” (Ec 3:14)
|
A BÍBLIA É GENUÍNA (Autêntica)
|
(cada
livro foi escrito pela pessoa e na época que lhe são tradicionalmente
atribuídos, não foi falsificado, não é espúrio, forjado, corrompido)
OBS: Tradição
firme entre os fiéis e conservadores judeus e os crentes:
(tradição indisputada quanto à genuinidade e quanto aos autores, conforme
abaixo indicados. Só há variação quanto a alguns pouquíssimos anos da
data exata de alguns dos livros):
A
LEI – O PENTATEUCO (Torah) Foi escrita
por Moisés (século XV a. C.):
Gn
(1491 a.C.), Ex (1491 a.C.), Lv (1490 a.C.), Nm (1451 a.C.), e Dt (1451
a.C.), foram escritos por Moisés.
|
Possibilidade: já na época de Hammurabi se
escrevia. Moisés pode ter recebido todo o livro de Gênesis por revelação direta
de Deus ou ter compilado os tabletes escritos diretamente por Deus (a partir de
Gn 1:1), e aqueles, divinamente inspirados, escritos por Adão (a partir
de Gn 2:4), Noé (de Gn 5:1);
Sem (Gn 10:1); Abraão (Gn 11:10); Isaque (Gn 25:12); Jacó (Gn 37:2); e José (Gn
50:6). ProvaS:
- No
Pentateuco: Êx 17:14 + 24:4; 34:27-28.
- NO
V. T.: Js 8:31; 23:6; 1 Rs 2:3; 2
Rs 14:6; Ne 13:1; Dn 9:11.
- POR CRISTO: Mt 8:4; Lc 16:29; 24:27; Jo 5:45-47.
- NO
N.T.: At 15:21; 1 Co 9:9; Hb 9:19.
O AUTOR, OBVIAMENTE, FOI
TESTEMUNHA OCULAR DO ÊXODO. COSTUMES E PALAVRAS SÃO DO EGITO, 2000 a. C.
A
descendência abençoada de Noé - seu filho Sem:
Noé tinha três filhos: Sem, Cão e Jafé, que depois de
deixarem a arca, foram para diferentes regiões. Sem permaneceu na Ásia, Cão
foi para a África e Jafé para a Europa.
De Sem nasceu um povo que continuou explorando as
terras imediatas ao berço da civilização. Desse povo é que descende o grande
amigo de Deus – Abraão, “o pai dos hebreus”.
Sem foi o
INTERMEDIÁRIO: nasceu 120 anos antes do dilúvio, conheceu a Noé, seu pai, a
Lameque, seu avô (que conviveu com Adão 50 anos) e a Matusalém, seu bisavô
(que conviveu com Adão por 250 anos).
Noé viveu até ao tempo de
Abraão e Sem chegou a alcançar o tempo de Jacó. Esses fatos demonstram a
maneira pela qual os conhecimentos históricos do princípio da raça foram
comunicados às gerações posteriores.
|
Os
ProfetaS
(Nebhiim = “Isaías”):
Js
|
1427 a.C.
|
Josué. Js 24:26.
Eleazar ou seu filho Finéias podem, inspirados, ter concluído 24:29-33.
|
||||
Jz
|
1080!
a.C., tempo de Saul
|
Samuel.
Jz 19:1; 21:25
// 1:21; 2 Sm 5:6-8.
|
||||
1 Sm 1-24
|
1060 a.C.
|
Samuel.
1 Cr 29:29
|
||||
1 Sm
25, 2 Sm fim
|
1018 a.C.
|
Natan + Gad. 1 Cr 29:29
|
||||
1 Rs
1-11
|
1004
(ou, num sentido menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
|
Cronistas
(ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo),
selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.
|
||||
1 Rs
12-fim
|
897
(ou, num sentido menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
|
Cronistas
(ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo),
selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.
|
||||
2 Rs
|
1004
(ou, menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
|
Cronistas
(ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo),
selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.
|
||||
Is
|
698 a.C.
|
Isaías. 2 Cr 32:32 // 2 Cr 26:22
// Is 1:1 // Mt 8:17 + Is 53:4; Lc 4:17-19 + Is 61:1; Jo
12:38-41 + Is 53:1 + 6:10. Cristo atestou a
genuinidade do livro de Isaías.
|
||||
Jr
|
588 a.C.
|
Jeremias.
Jr 30:2; 51:60; Baruque foi seu amanuense Jr 36 + 45:1.
|
||||
Ez
|
574 a.C.
|
Ezequiel. 24:2; 43:11
|
||||
Hc
|
626 a.C.
|
Habacuque.
2:2
|
||||
Os
|
740
a.C.
|
Oséias
|
||||
Jl
|
800
a.C.
|
Joel
|
||||
Am
|
787 a.C.
|
Amós
|
||||
Ob
|
587
a.C.
|
Obadias
|
||||
Jn
|
862
a.C.
|
Jonas
|
||||
Mq
|
750
a.C.
|
Miquéias
|
||||
Na
|
713
a.C.
|
Naum
|
||||
Sf
|
630 a.C.
|
Sofonias
|
||||
Ag
|
520
a.C.
|
Ageu
|
||||
Zc
|
520 a.C.
|
Zacarias
|
||||
Ml
|
397 a.C.
|
Malaquias
|
||||
Os
Escritos (KETHUBHIM = Hagiographa = “Salmos”):
Sl
|
73
Salmos por Davi (2 Cr 35:4); 2 por Salomão, 12 por Asafe; 11 pelos filhos de
Coré; 1 por Etan; 1 por Moisés; 50 anônimos. Asafe e Coré eram de famílias
levitas, dedicadas ao louvor!!!
|
|||||||||
Pv 1-29
|
1000 a.C.
|
Salomão:
Pv 1-24 ele escreveu e publicou; Pv 25 a 29 foram copiados dos seus escritos,
pelos servos de Ezequias, ± 700 a.C.; Pv 30 foi escrito por Agur, mas
Salomão, inspirado, o selecionou como inspirado, e o publicou; Pv 31 foi
escrito por “Rei Lemuel” , mas Salomão, inspirado, também o selecionou como
inspirado e publicou; ou, mais provável porque não há registro deste “Rei
Lemuel”, provavelmente ele é Salomão. Lemuel (= “Dedicado a Deus”) seria
carinhoso “apelido” usado só pela mãe ao lhe falar, e perdido com o tempo.
|
||||||||
Jó
|
400 anos antes do Pentateuco. Antes da Lei. Provavelmente em +- 2000 a. C.!
|
Jó.
Não se refere à Lei, nem sequer a Abraão e à aliança abraâmica, deve ser o
livro mais antigo da Bíblia, pode ser mais antigo que os mais antigos
hieróglifos! Algo da sabedoria do mundo pré-diluviano pode ter sido
transmitida a Jó.
|
||||||||
Ct
|
1013 a.C.
|
Salomão.
Ct 1:1.
|
||||||||
Rt
|
1060
a.C. Contemp. de Davi. Rt 4:22
|
Samuel.
|
||||||||
Lm
|
588 a.C.
|
Jeremias.
|
||||||||
Ec
|
975 a.C.
|
Salomão
(Ec 1:1, 16; 2:4-11), não obstante alguns pequenos problemas lingüísticos.
|
||||||||
Et
|
509 a.C.
|
Mordecai.
Mas (ao menos cap. 10) pode ter sido escrito por judeu seu contemporâneo e
com acesso às crônicas dos reis da Média e da Pérsia Et 2:23; 9:20; 10:2-4.
|
||||||||
Dn
|
607 - 534 a.C.
|
Daniel. 7:2; 8:1,15; 9:2; 10:2;
12:4; Mt 24:15.
|
||||||||
Ed
|
457
a.C.
|
Esdras.
7:28 + 7:1
|
||||||||
Ne
|
434
a.C.
|
Neemias.
1:1.
|
||||||||
1 Cr
|
Até
1015 (ou, menos conservador, antes de Esdras 450-425 a.C.)
|
Cronistas
(ou, num sentido menos conservador, Esdras), selecionados por Esdras. 1, 2 Rs
lidam com os aspectos proféticos da história, 1,2 Cr com os sacerdotais.
|
||||||||
2 Cr
1-9
|
1004
(ou, menos conservador, antes de Esdras 450-425 a.C.)
|
Cronistas
(ou, num sentido menos conservador, Esdras), selecionados por Esdras. 1, 2 Rs
lidam com os aspectos proféticos da história, 1,2 Cr com os sacerdotais.
|
||||||||
2 Cr
10-fim
|
623
a.C.
|
|||||||||
O Novo Testamento:
Mt
|
38 (ou, pouco conservador: 50)
|
|||||||
Mc
|
65 ou (67 a 68), de Roma
|
João
Marcos.
|
||||||
Lc
|
58 (ou 63), da Grécia
|
Lucas,
o médico amado
|
||||||
Jó
|
85-90, da Ásia Menor
|
João
21:24. Alguns, inconformados com a ênfase na divindade de Cristo, afirmam que
é espúrio e escrito após 160 ou mesmo 200 d.C. Mas não têm fatos, só
maus desejos. A descoberta do Papiro 52, com fragmento do capítulo 18 e
datado de somente 120 d.C., destrói a teoria.
|
||||||
At
|
64, da Grécia
|
Lucas.
|
||||||
Rm
|
58, de Corinto
|
Paulo.
As pequenas mudanças de estilo nas epístolas pastorais são esperáveis!...
|
||||||
1 Co
|
56, de Éfeso
|
Idem.
Idem.
|
||||||
2 Co
|
57, da Macedônia
|
Idem.
Idem.
|
||||||
Gl
|
52, de Corinto ou Macedônia
|
Idem.
Idem.
|
||||||
Ef
|
61, de Roma
|
Idem.
Idem.
|
||||||
Fp
|
62, de Roma
|
Idem.
Idem.
|
||||||
Cl
|
62, de Roma
|
Idem.
Idem.
|
||||||
1 Ts
|
52, de Corinto
|
Idem.
Idem.
|
||||||
2 Ts
|
52, de Corinto
|
Idem.
Idem.
|
||||||
1 Tm
|
64, da Macedônia
|
Idem.
Idem.
|
||||||
2 Tm
|
65, de Roma
|
Idem.
Idem.
|
||||||
Tt
|
64, da Macedônia ou Grécia
|
Idem
|
||||||
Fl
|
62, de Roma
|
Idem.
Idem.
|
||||||
Hb
|
63, de Roma.
|
Anônimo.
Ninguém (Apolo, etc.) é mais provável que Paulo (Hb 13:23; 2 Pe 3:15); apoio da mais
antiga e respeitável tradição.
|
||||||
Tg
|
49, de Jerusalém
|
Tiago.
Um dos pelo menos 7 filhos de Maria, irmão de Jesus. É a mais antiga das epístolas!
|
||||||
1 Pe
|
64, de Roma
|
Pedro.
Silvanus pode ter ajudado no estilo de 1 Pe (ler 5:12), daí as pequenas
diferenças quanto 2 Pe.
|
||||||
2 Pe
|
65, de Roma
|
Pedro.
Idem.
|
||||||
Jd
|
66, local ind.
|
Judas.
Um dos pelo menos 7 filhos de Maria, irmão de Jesus.
|
||||||
1 Jo
|
69, da Judéia
|
João.
Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
|
||||||
2 Jo
|
69, de Éfeso
|
João.
Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
|
||||||
3 Jo
|
69, de Éfeso
|
João.
Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
|
||||||
Ap
|
96, de Patmos
|
João.
Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
|
||||||
OBS: Note que o Evangelho segundo Mateus foi escrito por Mateus
em grego. Alguns, inconformados com a ênfase na divindade de Jesus Cristo,
afirmam que o Evangelho segundo João é espúrio e escrito após 200 d. C., mas
não têm sequer uma prova, só maus desejos (O Papiro 52, datado de 120, com
trechos de João 18, esmigalha seus desejos. O livro de Hebreus foi escrito em
63, anonimamente (Por Paulo, cremos!). A epístola 1 Pedro pode ter recebido o
auxílio gramatical de Silvanus; pequenas diferenças no estilo das epístolas de
Pedro são esperáveis pelos tempos (Ou, pode ter havido o auxílio de
“amanuenses-dialogadores” diferentes).
“Em
caso de dúvida, deve-se favorecer o próprio documento, e não a posição
questionadora do crítico” (Aristóteles).
A BÍBLIA É CANÔNICA
|
[Um
livro é canônico quando, desde o seu primeiro dia, foi aceito pelo povo
de Deus como divinamente inspirado, como realmente o é (Ver o item
“Inspiração”)].
Cânon do grego "kánon",
e do hebraico "kaneh"
(= regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados).
Significava originalmente “vara de medir”, depois “norma ou
regra” (Gl 6:16), e hoje significa “catálogo de uma revelação
completa e divina”.
A palavra cânon acha-se em três passagens do N.T.: Gl 6:16,
Fp 3:16 e 2 Co 10:13-17.
A inspiração diz respeito à ação divina no ato do
registro escrito,
garantindo o resultado fiel.
Já a canonização do Texto diz respeito à ação humana,
reconhecendo a qualidade divina daquele material.
A “canonização” de um livro não
significa que homens lhe concederam autoridade e inspiração divina, mas sim
que homens formalmente oficializaram o que sempre foi reconhecido COMO
INSPIRADO POR DEUS [em outras bases, suficientes].
|
Esse processo de reconhecimento se
deu no seio da comunidade da Fé — a comunidade hebraica, quanto ao A.T., e a
comunidade cristã (igreja primitiva), quanto ao N.T.
A canonização tem tudo a ver com a preservação
do Texto, pois, a comunidade da Fé só iria se preocupar em transmitir e
proteger os livros "canônicos", tidos como inspirados.
A parte humana na transmissão do
Texto fica patente, mas será que houve ação divina também, protegendo o Texto
(a exata redação do Texto)?
Se o Criador quis que Sua revelação
chegasse intacta, ou pelo menos de forma íntegra e confiável, até o século XX e
seguintes, fatalmente teria que vigiar o processo da transmissão através dos
séculos. Teria que proibir a perda irrecuperável de qualquer parte genuína, bem
como a inserção indetectável de material espúrio. (Ver item Preservação, a
seguir).
A BÍBLIA É PRESERVADA,
ATRAVÉS DO “TEXTO RECEBIDO”
|
(da
“Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original”, da Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil) [Gl 3:16; 2 Tm 3:16]
Deus jurou e
realmente PRESERVOU Suas palavras, de um modo absolutamente PERFEITO,
de maneira que cada palavra do Texto (em Hebraico-Aramaico e em Grego) por Ele
preservado e que temos agora escrita em papel, nas nossas (a Bíblia), é
plenária, exclusiva, inerrável, infalível e verbalmente a própria Palavra
eterna do próprio Deus!
Esta
preservação só requereu a infalível PROVIDÊNCIA de Deus, não Seu milagre
contínuo. Falamos de TEXTO, de PALAVRAS, não de suas
representações, nem de manuscritos e outros meios físicos. 1 Cr 16:15; Sl
12:6-7; 19:7-8; 33:1; 100:5; 111:7-8; 117:2; 119:89,152,160; 138:2b; Is 40:8;
59:21; Mt 4:4; 5:18; 24:35; Lc 4:4; 16:17; 21:33; Jo 10:35b; 16:12-13; 1 Pe
1:23,25; Ap 22:18-19.
Os próprios autores humanos sabiam
que estavam escrevendo "as Palavras de Deus". Os líderes cristãos do
1º século e do 2º século (e 3º, 4º, etc.) utilizaram e citaram material
neotestamentário lado a lado com material do A.T. como sendo Palavra de Deus.
Entendendo, como entenderam, que
estavam lidando com coisa sagrada, iriam zelar por essa Palavra, vigiando o
processo da transmissão.
Dispomos de declarações cabais
dessa preocupação a partir do próprio N. T. (Ap 22:18-19).
Justino Mártir (150 d. C.) escreveu
que era costume nas congregações cristãs, quer na cidade quer no campo, ler
tanto o N. T. como o A. T. cada Domingo.
Resulta dali que tinham que existir
cópias, muitas cópias (não se pode ler sem livro), e teriam que ser cópias boas
(os usuários seriam exigentes).
Embora o processo de copiar à mão
resulte em erros sem querer, muitas vezes, no início, seria possível verificar
qualquer cópia contra o Autógrafo (documento original), e principalmente nas
regiões mais próximas da igreja detentora do Autógrafo.
Tudo indica que pelo menos 18 e
talvez até 24 dos 27 Autógrafos (2/3 a 8/9) se encontravam na região Egéia
(Grécia e Ásia Menor).
Foi exatamente nessa área que a
Igreja mais prosperou, e ela se tornou o eixo da Igreja até o 4º século (pelo
menos). [lembrar que Jerusalém foi saqueada em 70 d. C., e provavelmente
quaisquer Autógrafos ali existentes foram levados para a Antioquia, ou ainda
mais longe].
Foi também nessa área que a língua
Grega foi mais usada, e durante mais tempo — foi a língua oficial do império
bizantino (transmissão exata de qualquer texto é possível unicamente na língua
original).
A Ásia Menor foi caracterizada
também por uma mentalidade conservadora quanto ao Texto Sagrado. Na Antioquia,
surgiu uma "escola" de interpretação literalista (por formação, um
literalista é obrigado a se preocupar com a exata redação do texto, pois sua
interpretação se prende a ela).
Quer
dizer que até o ano 300 d. C. tinha um fluxo cada vez maior de cópias boas,
fidedignas emanando da região Egéia para o mundo cristão, precisamente porque
aquela região reunia todos os requisitos para se impor à confiança da Igreja,
quanto ao Texto Sagrado. Em contraste, no Egito, a igreja era fraca, herética,
não se usava o Grego, não havia nenhum Autógrafo (fatalmente o texto ali
existente sempre seria de 2ª mão, no mínimo), grassava uma mentalidade
alegorista — enfim, o Egito seria um dos
últimos lugares onde procurar um texto bom).
É
bom notarmos que nada de bom vem do Egito. Deus chamou chamou Jacó para fora do
Egito (Gn 49); Israel para fora do Egito (Êx 15); os ossos de José para fora do
Egito (Êx 13); bem como Jesus Cristo para fora do Egito (Mt 2).
Aí
houve a campanha de Diocleciano (303 d. C.), visando destruir os MSS
(manuscritos) do N. T. Sendo que a perseguição mais ferrenha deu-se exatamente
na região Egéia, teria sido uma oportunidade perfeita para os tipos de texto
existentes no Egito e na Itália conquistarem espaço maior no fluxo da
transmissão do Texto e fossem considerados aceitáveis ou viáveis. Mas não
aconteceu; os grandes pergaminhos À, B e D não têm "filhos"
— ninguém quis copiar semelhante texto.
Aliás, podemos deduzir que a
campanha de Diocleciano teve um efeito purificador na transmissão. Grosso modo, os MSS menos preciosos e
respeitados seriam os primeiros a serem entregues à destruição; já os
exemplares mais cotados e respeitados seriam protegidos a qualquer custo, e
uma vez que a perseguição passou serviriam de base para suprir as igrejas com
cópias boas novamente.
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O movimento Donatista girou em
torno da punição merecida pelas pessoas que entregaram seus MSS (entre outras
coisas). Obviamente muitos não os entregaram, e os que entregaram foram
discriminados.
É geralmente reconhecido por
eruditos de todas as linhas teóricas que, a partir do 4º século, o fluxo da
transmissão do Texto foi tranquilamente dominado por um tipo de texto,
geralmente conhecido por "Bizantino" em nossos dias. "Bizantino" porque esse império
abrangeu exatamente a região Egéia, a região que reunia todas as qualificações
necessárias para garantir a transmissão fiel do Texto. Até hoje, as
"Igrejas Ortodoxas" do oriente utilizam esse tipo de texto.
Lá pelo 9º século, houve um
"movimento" (parece que foi mais ou menos espontâneo) no sentido de
mudar o estilo de grafia de letras maiúsculas (unciais) para cursivas
(minúsculas). Os exemplares antigos eram copiados na nova "roupagem"
e aparentemente grande número desses antigos foram destruídos (ou reciclados,
daí os "palimpsestos", manuscritos apagados e escritos por cima).
Dos MSS gregos existentes hoje
(do N. T.), uns 95% trazem o texto "Bizantino" e os outros 5% são
um tanto heterogêneos (o erudito Frederic Wisse fez uma comparação minuciosa
de 1.386 MSS gregos nos capítulos 1, 10 e 20 de Lucas e chegou à conclusão de
que apenas oito deles representavam o tipo de texto egípcio, geralmente
chamado "Alexandrino" em nossos dias — 8 contra 1.375 !!!).
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Cabem aqui algumas ressalvas:
A mera antiguidade de um MS não
garante nada quanto à sua qualidade. Aliás, devemos perguntar: como poderia um
MS sobreviver fisicamente durante mais de 1.500 anos? Teria que ficar no desuso
e ainda num clima seco. Como todos os MSS mais antigos estão cheios de erros
cabais, tudo indica que foram reprovados no seu tempo — certo é que não
foram copiados, a julgar pelos MSS existentes.
Como
é que não dispomos de MSS tipicamente "Bizantinos" de antes do 5º
século? Qualquer MS digno de uso seria usado e gasto por esse uso. Assim, seria
estranho encontrar um MS bom com tanta idade. Os MSS fidedignos foram
intensamente usados e copiados, e acabados; mas, o texto (ou redação) que
traziam foi preservado através das sucessivas gerações de cópias.
A
idéia de que teria havido um congresso ou concílio no 4º século que
"normalizou" o texto do N. T. carece de qualquer sustentação
histórica. No caso da Vulgata Latina, que na hipótese seria análogo (o papa
tentou impor a nova tradução), não resultou o consenso que existe entre os MSS
"Bizantinos".
Como é que a grande maioria dos
eruditos dos últimos cem anos tem preferido o texto "Alexandrino" e
desprezado o texto "Bizantino"? A resposta está nas pressuposições e
no terreno espiritual (por exemplo, nenhum dos cinco redatores responsáveis
pelo texto eclético, ora em voga, acredita que o N. T. seja inspirado por Deus,
e o próprio Senhor Jesus adverte que a neutralidade no terreno espiritual não
existe [Lc 11:23]).
Resumindo, os livros
neotestamentários foram reconhecidos como "Bíblia" desde o início e,
através das décadas e dos séculos, as gerações sucessivas de crentes zelaram
pela transmissão fiel desses livros. O Texto nunca se "perdeu". Nos
primeiros 200 anos, era sempre possível constatar a exata redação de qualquer
livro.
A preservação divina operou
durante todos os séculos, de tal modo que ainda hoje podemos ter certeza
razoável, com base em critérios objetivos, da exata redação original do N. T.
|
E daí? Daí, uma preservação
tamanha, uma preservação semelhante, abrangendo tantos séculos de transmissão à
mão, e passando por tantas tribulações — uma preservação assim é simplesmente divina!
É uma prova aparente da atuação divina, que vale dizer também que Deus abonou a
escolha da Igreja, o Cânon.
O argumento mais contundente e convincente a favor do exato
Cânon que a Igreja vem defendendo através dos séculos é exatamente a
preservação divina desse Cânon. Essa preservação é igualmente um forte
argumento a favor da inspiração do Texto. É o argumento lógico.
|
Se
o Criador fosse dar uma revelação à nossa raça, deveria também preservá-la.
Constatamos que Ele a preservou, com efeito. Por que Ele cuidou tanto de
preservar esse Texto, e só esse Texto? Portanto, porque Ele tinha interesse
especial nesse Texto.
Deus realmente não só inspirou, mas também preservou Sua
Palavra incessante-inerrável-infalível-verbalmente, da forma mais
perfeita e absoluta (Is 40:8, 59:21; Mt 5:18; Jo 10:35; 1 Pe 1:23-25). Vejamos:
- Salmos 12:6-7-- As palavras do
SENHOR são palavras PURAS, [como] prata refinada em fornalha de
barro, purificada sete vezes. (7) Tu os GUARDARÁS, SENHOR, desta
geração os livrarás [PRESERVARÁS] PARA SEMPRE. (Também pode
[e deve!] ser traduzido “Tu as GUARDARÁS, ... as PRESERVARÁS
...”, referindo-se às palavras de Deus!)
- Salmos 19:7-- A lei do SENHOR é PERFEITA, e
refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é FIEL, e dá sabedoria aos
símplices. (8) Os preceitos do Senhor são RETOS e alegram o
coração; o mandamento do Senhor é PURO e ilumina os olhos.
- Salmos 119:89-- [lamed:] PARA SEMPRE, ó SENHOR,
a tua palavra PERMANECE [está estabelecida] no céu.
- Salmos 138:2-- ... engrandeceste a tua PALAVRA
acima de todo o teu nome (! Que
inspiração verbal, isto é, palavra por palavra!).
- Isaías 40:8-- Seca-se a erva e cai a flor, porém
a PALAVRA de nosso Deus subsiste ETERNAMENTE.
- Mateus 4:4-- ... Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de TODA a PALAVRA que sai da boca de Deus.
- Mateus 5:18-- ... até que o céu e
a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja
cumprido.
- Mateus 24:35-- O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras NÃO HÃO DE PASSAR.
- Lucas 16:17-- E é mais fácil
passar o céu e a terra do que cair um til da lei.
Deus preservou Sua palavra
de modo tão maravilhoso, somente através do Texto Massorético (V.T.) e do
Texto Recebido (N.T.)
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·
ANTIGO TESTAMENTO:
Cuidados extremos dos copistas garantiram que mesmo
hoje apenas uma de cada 1580 letras do
V. T. tenha variante, mesmo que esta variante seja totalmente
improvável! E nenhum desses casos tem o menor dos menores efeitos em nenhuma
doutrina!
O rigor com
o qual os judeus transmitiram a Bíblia Hebraica até hoje pode ser visto nas
prescrições abaixo, preservadas no Talmude:
“Um rolo de
sinagoga deve ser escrito sobre peles de animais limpos, preparadas por um
judeu, para o uso particular da sinagoga. Estas devem ser unidas mediante
tiras [de couro] retiradas de animais limpos. Cada pele deve conter certo
número de colunas, igual em toda a extensão do códice. A altura da coluna não
deve ser menor do que 48 nem maior do que 60 linhas; e a largura deve ser de
30 letras. Toda a cópia deve ser primeiro dotada de linhas; e se três
palavras forem escritas nela sem uma linha, será sem valor. A tinta deve ser
preta, não vermelha, verde nem de qualquer outra cor e deve ser preparada de
acordo com uma receita definida. Uma cópia autêntica deve ser o modelo do
qual o transcritor não deve desviar-se até nos menores detalhes. Nenhuma
palavra, letra e nem ainda um yod deve ser escrito de memória sem que
o escriba não a tenha olhado no códice que está à sua frente. ... Entre cada
consoante deve intervir o espaço de um cabelo ou de um pavio; entre cada
palavra o espaço será de uma consoante estreita; entre cada novo parashah,
ou secção, o espaço será de nove consoantes; entre cada livro, três linhas. O
quinto livro de Moisés deve terminar exatamente com uma linha, mas os
restantes não necessitam terminar assim. Além disto, o copista deve sentar-se
com vestimenta judia completa, lavar todo o seu corpo, não começar a escrever
o nome de Deus com a pena recentemente molhada na tinta e mesmo que um rei
lhe dirigisse a palavra enquanto estava escrevendo este nome, não deve dar
atenção a ele.”
Cada jovem escriba era advertido pelo escriba ancião:
“Acautela-te de como fazes teu trabalho, porque este é o trabalho do céu, não
aconteça que tu omitas ou insiras uma letra e assim te tornes o destruidor do
mundo!” (mundo = humanidade).
Cada palavra e cada letra era contada, e se UMA letra
tivesse sido omitida ou inserida, ou se UMA letra tocasse uma outra letra, a
página era imediatamente (!) destruída (!); três erros numa página
condenavam todo o manuscrito!
|
·
NOVO TESTAMENTO:
Há
cerca de 6000 manuscritos em Grego. Compare:
“Texto
Recebido” (Impresso por Erasmus, Stephen, Beza, Elzevir, etc., a partir
de 1516)
|
“Textos
Críticos” (Impressos por Westcott e Hort, etc., a partir de 1881)
|
São
cerca de 95% dos manuscritos em Grego
|
São
cerca de 5% dos manuscritos em Grego
|
São
absolutamente consistentes entre si
|
São
absolutamente inconsistentes entre si (e, até, cada um consigo próprio)
|
Vieram
de igrejas firmes
|
Vieram
de igrejas introdutoras de heresias (Alexandria)
|
Únicos
textos adotados pelas igrejas fiéis e instruídas, sempre, antes e após a
Reforma.
|
Só
recentemente descobertos / adotados pelos liberais e modernistas, que os
chamam “mais antigos e melhores textos”.
|
Das
cerca de 140.000 palavras do N.T. em Grego, os T.C’s. omitem/alteram/adicionam
cerca de 10.000. Dos 200 casos que examinei [Hélio M. da Silva, do site: www.solascriptura-tt.org], os T.C’s. sempre (!) diminuem a
inspiração das Escrituras, a divindade de Cristo, Seu sangue, Seu nascimento
virginal, a natureza vicária da Sua morte, a Trindade, outras doutrinas
cardinais. Agora, responda: Em que Texto está evidenciado o sutil e
destruidor dedo do Diabo? Ef 6:12.
|
Por
tudo isto, e:
- por
ser impensável que Deus tenha falhado seu juramento de
incessante-inerrável-verbalmente preservar Sua Palavra;
- por
ser impensável que ela não reinou, reine e reinará em uso pelas igrejas fiéis
através dos séculos e até a eternidade;
- por
ser impensável que Deus deixou uma versão “imperfeita” reinar entre os fiéis,
para só neste século (só em 1958 na língua Portuguesa!, com a “Atualizada”)
restaurar uma versão “melhor, mas ainda não absolutamente indubitável em cada
letra, afinal ninguém realmente muito erudito e inteligente pode ter certeza
absoluta de cada palavra de um livro passado por mãos humanas...”
|
Temos
que concluir que:
- O
único e verdadeiro N.T., plena-verbal-infalivelmente inspirado e preservado
por Deus, é o do Texto Recebido.
-
Assim, o crente que quiser ser ao máximo fiel à Palavra de Deus não tem senão
duas versões em Português a escolher:
-
“Almeida Revista e Corrigida”, da IBB (Imprensa Bíblica Brasileira),
mais antiga e tradicional; e
-
“Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original” (da SBTB -
Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil), que é ainda melhor que a anterior.
Ambas
as versões mencionadas são as traduzidas fielmente somente do Texto Recebido.
|
Todas as
outras versões “protestantes” mesmo tidas como “conservadoras”
(Contemporânea, Atualizada, “de acordo com os melhores textos”, NVI, etc.)
são baseadas nos Textos Críticos e devem ser rejeitadas pelo crente que
quiser ser ao máximo fiel a Deus.
|
Os
autógrafos originais de todos os livros do Novo Testamento não existem mais.
Eram feitos de papiro e este material não resistia aos séculos em condições
normais de uso. O que temos hoje, são cópias destes originais. O fato dos
originais não existirem não deve assustar ninguém. Até mesmo a obra de
Camões, "Os Lusíadas", só é preservada por cinco cópias e não há o
original.
Mesmo assim,
ninguém duvida de que temos a obra como Camões a escreveu com sua própria
mão. A famosa “Ilíada” de Homero é atestada por 643 manuscritos, sendo que o
mais antigo manuscrito completo é do século treze! As tragédias gregas de
Eurípides são atestadas por aproximadamente 330 manuscritos.
|
A VERSÃO
ALMEIDA CORRIGIDA E REVISADA FIEL AO TEXTO ORIGINAL (SBTB)
|
Durante os períodos da Reforma e dos Puritanos, apareceu uma quantidade
de versões protestantes, todas baseadas nos mesmos textos autênticos e
traduzidos de acordo com os mesmos princípios incontestáveis.
A BÍBLIA SAGRADA, em Português, é resultado de mais de 350 anos de
esforços dedicados, desde quando João Ferreira de Almeida começou o seu
trabalho de tradução.
Jovem inteligente, Almeida nasceu em Torre de Tavares, Portugal, no ano
de 1628. Aos catorze anos ele já estava na cidade de Batávia (hoje Jacarta,
capital da Indonésia). Um dia recebeu um folheto escrito na língua espanhola
que o levou ao encontro pessoal com Deus, como “Nicodemos—Saulo de Tarso”. Logo
começou a pregar nas Igrejas Reformadas Holandesas (a maior parte do povo, a
quem ele ministrava, falava português, pois só fazia um ano que Portugal havia
perdido o controle da região).
No ano de 1644, com a idade de 16 anos, Almeida iniciou a sua primeira
tradução do Novo Testamento, usando versões em latim, espanhol, francês e
italiano. Não contente com essa tradução, anos mais tarde, ele fez uma segunda,
desta vez baseada no texto grego, o Textus Receptus (o mesmo usado pelos
reformadores). Num folheto chamado Cartas para a Igreja Reformada, em 1679, ele
escreveu o seguinte, na conclusão daquela obra, que só foi publicada em
Amsterdã, no ano de 1681: “O Novo
Testamento, isto é, todos os sacrossantos livros e escritos evangélicos e
apostólicos do Novo Concerto do nosso fiel Senhor, Salvador e Redentor Jesus
Cristo, agora traduzidos em português por João Ferreira d’Almeida, pregador do
santo Evangelho”.
Almeida chegou a traduzir o Velho Testamento, de Gênesis até Ezequiel
48:31, usando o texto Massorético (hebraico). Não pôde terminar os últimos
versículos do livro de Ezequiel, porque o Senhor Deus o levou à Sua presença em
1691, com 63 anos de idade. O volume I do Velho Testamento, contendo os livros
de Gênesis a Ester, foi impresso no ano de 1748. O holandês Jacobus op den
Akker completou a obra da tradução do Velho Testamento e, em 1753, o volume II
foi publicado.
A primeira revisão da Bíblia em português, feita pela Trinitarian Bible
Society (TBS—Sociedade Bíblica Trinitariana), foi iniciada no dia 16 de maio de
1837. O Rev. Thomas Boys, do Trinity College, Cambridge, foi encarregado de
liderar o projeto. A revisão do Novo Testamento foi completada em 1839. A
revisão completa do Velho Testamento só terminou em 1844. O último volume foi
impresso em Londres, no ano de 1847. Aquela primeira edição, chamada Revista e
Reformada, sofreu revisões ortográficas posteriores, feitas tanto pelo Rev.
Boys como por outros, tornando-se, inclusive, uma parte da edição chamada
Correcta. Segundo os dados históricos, a edição Revista e Reformada também fez
parte do leque das várias revisões que foram usadas para chegar à versão
conhecida como a Corrigida. Restou do frontispício da primeira impressão da
tradução de Almeida pela TBS uma expressão, “Segundo o original”, ou, em outras
palavras, “Fiel aos textos originais”.
No ano de 1968, em São Paulo, foi fundada a Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil, com o objetivo de revisar, com as devidas correções
ortográficas, e publicar a Bíblia de João Ferreira de Almeida, como mais um
instrumento nas mãos de Deus para a preservação da Sua Palavra.
A Bíblia na Edição Corrigida e Revisada foi preparada por pessoas com a
mesma convicção do tradutor, João Ferreira de Almeida, de que as palavras das
Sagradas Escrituras, originariamente escritas em hebraico, em aramaico e em
grego, foram inspiradas por Deus; e, uma vez que Deus preserva a Sua Palavra,
as Sagradas Escrituras falam com nova autoridade a cada geração, levando as
pessoas à salvação, fazendo com que sirvam a Cristo para a glória de Deus.
Há séculos, a tradução de Almeida tem sido a preferida da grande maioria
dos leitores da Bíblia em língua portuguesa. Indiscutivelmente, continua sendo.
Almeida seguiu o sistema de tradução chamado “equivalência formal”, assim como
fizeram os grandes reformadores; ou seja, tentou traduzir cada palavra, usando
o mínimo de palavras de transição, necessárias para garantir a fluência da
leitura em português.
É possível dizer que João Ferreira de Almeida é o tradutor mais amado e
respeitado; pode-se dizer também que a versão mais respeitada e procurada é a
Corrigida. Embora os editores, que publicam as edições denominadas Corrigida,
tenham variado na liberdade de modificar ou até de tirar uma palavra ou outra,
mesmo assim, todas elas são praticamente idênticas.
Como Almeida, os editores deste texto, a Edição Corrigida e Revisada,
Fiel ao Texto Original, também conhecido por Almeida, Corrigida, Fiel (ACF),
todos crêem que as palavras da Bíblia foram inspiradas por Deus. “Toda a
Escritura é divinamente inspirada...” (II Tm 3:16).
Por essa razão, os editores do texto bíblico gastaram anos, com dezenas
de revisores, na produção do texto, objetivando modificar o mínimo possível,
conquanto corrigissem a ortografia e tirassem qualquer influência do Texto
Crítico do Novo Testamento que fora introduzida indevidamente ao trabalho de
Almeida.
A DIFERENÇA ENTRE OS LIVROS CANÔNICOS E OUTROS
ESCRITOS RELIGIOSOS
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Nem
todos os escritos religiosos dos judeus eram considerados canônicos pela
comunidade de religiosos judeus. É óbvio que havia certa importância religiosa
em alguns livros primitivos como o livro dos justos (Js 10:13), o livro das
guerras do Senhor (Nm 21:14) e outros (1 Rs 11:41). Os livros apócrifos dos
judeus, escritos após o encerramento do período do Antigo Testamento (400 a.
C.), têm significado religioso definido, mas jamais foram considerados
canônicos pelo Judaísmo oficial.
A diferença
essencial entre escritos canônicos e não-canônicos é que aqueles são normativos
(têm autoridade), ao passo que estes não são autorizados. Os livros inspirados
exercem autoridade sobre os crentes; os não-inspirados poderão ter algum valor
devocional ou para a edificação espiritual, mas jamais devem ser usados para
definir ou delimitar doutrinas.
Os livros
canônicos fornecem o critério para a descoberta da verdade, mediante o qual
todos os demais livros (não-canônicos) devem ser avaliados e julgados. Nenhum
artigo de fé deve se basear em documento não-canônico, não importando o valor
religioso desse texto.
Os livros
divinamente inspirados e autorizados são o único fundamento para a doutrina.
Ainda que determinada verdade canônica receba algum apoio complementar da parte
de livros não-canônicos, tal verdade de modo algum confere valor canônico a
tais livros. Esse apoio terá sido puramente histórico, destituído de valor
teológico autorizado.
A verdade transmitida pelas Escrituras
Sagradas, e por nenhum outro meio, é que constitui cânon ou fundamento das
verdades da fé. (Is 8:20; Is 30:8; Sl 19:7,8; Dt 4:2; Mt 15:2,6,9; Ap
22:18).
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A FORMAÇÃO DO CÂNON DO V. T.
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O Cânon do Antigo Testamento
foi formado num espaço de -/+ 1046 anos - de Moisés a Esdras. Moisés escreveu
as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. O cânon das
Escrituras do V. T. foi encerrado por Esdras e seus companheiros piedosos, que
formaram a Grande Sinagoga (120 membros, segundo a literatura judaica), cerca
de 445 anos a. C. (Ed 7:10, 14).
Os livros do
Antigo Testamento formaram o Cânon de maneira lenta e gradual, à medida que iam
sendo credenciados, como inspirados por Deus, perante o povo comum, seus
líderes, seus profetas e sacerdotes.
A história da
formação do Velho Testamento começa com Moisés, que recebeu a revelação divina
em várias formas e depois a transcreveu em livros. Ele os redigiu usando
livros, tradição oral, oráculos recebidos diretamente de Deus, além do fato de
que participou de toda a história narrada entre Êxodo e Deuteronômio (Nm 33:2).
Ele recebeu ordens expressas de escrever (Êxodo 17:14; 24:4, 7; 34:27-28).
Relatou os acontecimentos da época.
No fim de sua
vida, com os cinco primeiros livros praticamente terminados, já tinha perfeita
percepção de que estes livros se tornariam normativos para o povo: seriam “o
Livro da Lei”, os cinco primeiros livros (Pentateuco) [Dt 28:58, 61; 29:20-29;
30:10; 31:9-13, 19, 22, 24-26].
Devemos
lembrar que Moisés viveu com o povo de Israel por quarenta anos no deserto, e
teria não somente tempo, mas conhecimento e condições para escrever.
Durante a
época de Moisés e depois dele, outros profetas continuaram sua obra oral e
escrita (Nm 12:6; Dt 18:15-22; 34:10; Jz 4:4; 6:8). Os sacerdotes e levitas
foram encarregados de guardar, colecionar e copiar os livros do V. T. O Tabernáculo
e depois, o Templo, eram o centro de reunião dos materiais inspirados. Os
profetas guardavam as obras na Arca (“perante o Senhor”) (Dt 17:18-20; 31:9-13,
24-29; Js 24:26; 1 Sm 10:25; 2 Rs 22:8; 23:24; Js 24:26).
Os livros
estavam disponíveis aos líderes da nação e do sacerdócio. Caso eles fossem
também profetas, como era o caso de Josué, eles também acabariam por escrever
algo ou até uma obra inteira que seria incorporada à coleção de livros sagrados
(Josué 1:8; 24:26). O período da conquista da terra de Canaã e também dos
Juízes, evidencia a presença dos livros pela prática dos seus ensinos: a
aliança foi lembrada (Jz 2:1-5) e alguns rituais foram praticados (Jz
13:2-7,13-14).
Samuel, como
“primeiro profeta”, tratou de dar impulso à historiografia profética (1 Sm 10:25; 1 Cr 29:29).
Os profetas foram os historiadores de Israel: eles narravam os acontecimentos,
privilegiando os assuntos que interessavam ao desenvolvimento dos propósitos de
Deus para o seu povo (2 Crônicas 9:29; 12:15; 13:22; 20:34; 26:22; 32:32;
33:18, 19)
No período dos
reis e profetas, bastante material já estava centralizado no Templo de
Jerusalém (2 Crônicas 34:14-18; Jeremias 36). Os reis Davi, Salomão, Josias,
Ezequias e os vários profetas são escritores ou divulgadores dos livros
bíblicos. Os reis deviam sempre obedecer à Lei (2 Reis 14:6). O sacerdote
Hilquias achou “o Livro da Lei” (2 Rs 22:8-10). Neemias achou “o Livro dos
Judeus” (Ne 7:5).
Os textos de
alguns livros foram sendo compilados durante o período dos reis. A frase final
do Salmo 72.20 mostra que houve uma época em que a coleção dos Salmos terminava
ali. Depois ela foi ampliada. Da mesma forma, Provérbios 25:1 mostra que o
livro de Provérbios foi ampliado. Todas estas compilações a amplificações dos
livros ocorreram dentro da inspiração divina, através do Espírito Santo.
Os profetas pregaram e escreveram suas obras (Is
30:8; Jr 25:13; 29:1; 30:2, 36:1-32;
51:60-64; Ez 43:11; Hc 2:2; Dn 7:1; 2 Cr 21:12). Eles sabiam que
estavam deixando suas obras para o futuro e até as enviaram para outros
lugares (Jr 29:1; 36:1-8; 51:60-61; 2 Cr 21:12). Liam, citavam e usavam
as obras uns do outros (Is 2:1-5 e Mq 4:1-5 / Jr 26:18 cita Mq 3:12),
atestando a existência da coleção de livros inspirados (Dn 9:2). Entendiam
que seus livros se tornariam obra de referência e consulta no futuro (Is
34:16; Dn 12:4).
Este
material inspirado foi levado ao exílio e à dispersão (Dn 9:2), quando os
judeus foram deportados da Palestina. Talvez tenha sido trazido de volta por
aqueles que iriam iniciar a religião dos samaritanos (2 Rs 17:24-41). Mas, o
grande retorno da lei à (região hoje conhecida como) Palestina ocorreu com
Esdras, sacerdote e grande escriba (Ed 7; Ne 8-10). O oficio de Esdras como
sacerdote e levita mostra que, no Velho Testamento, os sacerdotes eram os que
centralizaram e preservaram o Velho Testamento.
Os últimos
profetas a escrever (Ageu, Zacarias e Malaquias) tiveram suas obras
reconhecidas e incorporadas no Velho Testamento, assim também, os últimos
livros históricos tais como Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
|
Nos últimos
anos do período incluso no Cânon, cinco grandes homens de Deus viveram
simultaneamente numa época de profundo despertamento religioso, a saber:
Esdras, Neemias, Ageu, Zacarias e Malaquias, sendo Esdras, dos cinco, o mais
hábil e versátil.
Foi este
poderoso sacerdote-escriba que, segundo a tradição judaica, presidiu a chamada
Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando,
dessa maneira, o Cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7:10, 14). A
Esdras é atribuído também a tríplice divisão do Cânon hebraico (A Lei, Os
Profetas e os Escritos).
Ao encerramento do V. T.
(isto é, ao terminar de ser escrito o seu último livro [Neemias ou Malaquias]
no século V antes de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o
cânon do V. T. (isto é, a coleção dos 39 livros que o constituem) estava
encerrado para sempre, e incluía o livro de que falamos.
Depois do
acima referido encerramento do V. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o
consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO, reconhecido e
declarado OFICIALMENTE e por TODOS, sob o comando de Esdras, em cerca do ano
quatrocentos e poucos a. C.
O VELHO TESTAMENTO é canônico, porque sempre foi reconhecido como inspirado por Deus:
•
A Lei: sempre foi reconhecida como
canônica: Dt 17:18-20; 31:10-13, 24-26; Js 1:8; 1 Rs 11:38; 2 Rs 22:8; 23:1-2;
Ne 1:7-9; Ed 3:2.
•
Profetas/Escritos: sempre foram
reconhecidos como canônicos: 2 Rs 17:13; Dn 9:2; Mt 22:29; 23:35; Lc 24:44; Jo
5:39; 10:35; 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20-21.
-
Objeção: As 3 divisões do V.T. (Lei, Profetas, Escritos) implicam 3
“campanhas humanas concedendo autoridade”.
-
Refutação: Não há sequer uma prova disto! As divisões são pelas naturezas dos
assuntos/escritores. Em Israel o divino se tornava aceito, e não o aceito se
tornava divino! 2 Rs
22:8; 23:1-2; Ne 8:1-3 não são outorgamentos, mas sim reconhecimentos da
inspiração divina.
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Objeção: Os Livros de Eclesiastes e Cantares de Salomão ainda eram duvidados
por alguns até depois do Concílio de Jamnia (90 d.C.), portanto o cânon do
V.T. ainda estava em aberto até cerca de 200 d.C..
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Refutação: No Concílio de Jamnia, os judeus apenas discutiram sobre alguns
livros e apenas RATIFICARAM o que já era canônico. Exigir unanimidade absoluta,
o que se quer é nunca ter um cânon autoritativo e final! Os eruditos judeus
sempre mantiveram que, já em 445 a.C., no reino de Artaxerxes Longânimo,
Esdras “juntou, ordenou e publicou” o V.T. na sua forma final, como o
conhecemos. Josephus (80 d.C.) corrobora isto e usa cânon e divisões
Massoréticas. Esdras é chamado de “o escriba” (Ne 8:1, 4, 9, 13; 12:26, 36),
“escriba versado na lei de Moisés” (Ed 7:6), e “o escriba das palavras dos
mandamentos e dos estatutos do Senhor sobre Israel” (Ed 7:11).
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Objeção: os apócrifos figuram na Septuaginta.
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Refutação: Mas nunca no cânon judaico!
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CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO V. T. :
Estudiosos de
eras posteriores, nem sempre totalmente conscientes dos fatos a respeito da
aceitação original do cânon, tornavam a levantar dúvidas sobre certos livros.
Com isso,
surgiu a terminologia técnica, conforme vemos abaixo:
1 - HOMOLOGOUMENA:
(significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.
A
canonicidade de alguns livros jamais foi desafiada por nenhum dos grandes rabis
da comunidade judaica. Desde que alguns livros foram aceitos pelo povo de Deus
como documentos produzidos pela mão dos profetas de Deus, continuaram a ser
reconhecidos como detentores de inspiração e de autoridade divina pelas
gerações posteriores.
34
dos 39 livros do Antigo Testamento podem ser classificados como
“homologoumena”. Os cinco excluíveis seriam: Cantares de Salomão, Eclesiastes,
Ester, Ezequiel e Provérbios.
2 - ANTILEGOMENA:
(significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram
questionados por alguns.
A
canonicidade de 5 livros do Antigo Testamento foi questionada numa ou noutra
época, por algum mestre do Judaísmo: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester,
Ezequiel e Provérbios. Cada um deles se tornou controvertido por razões
diferentes; todavia, no fim prevaleceu a autoridade divina de todos os cinco
livros.
Cantares de Salomão:
Alguns estudiosos da escola de Shammai consideravam esse cântico como sendo sensual
em sua essência. Porém, é mais provável que a pureza e a nobreza do casamento
façam parte do propósito essencial desse livro. É preciso ver esse livro da
perspectiva espiritual correta. A figura do casal, neste livro, representa
Cristo e igreja (2 Co 11:2; Ef 5:25-29).
Eclesiastes: Alguns
objetaram que esse livro parece cético. Alguns até o chamam de “O Cântico do
ceticismo”. Qualquer pessoa que procure
a máxima satisfação “debaixo do sol”, com toda a certeza há de sentir as mesmas
frustrações sofridas por Salomão, visto que a felicidade eterna não se encontra
neste mundo temporal.
Além
do mais, a conclusão e o ensino genérico desse livro estão longe de ser
céticos. Depois “de tudo o que se tem ouvido”, o leitor é admoestado: “a
conclusão é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, pois isto é todo o
dever do homem” (Ec 12:13).
Assim como o
livro Cantares de Salomão, o problema básico é de interpretação do texto e não
de canonização ou inspiração.
Ester: Pela
ausência do nome de Deus neste livro, alguns pensaram que ele não fosse
inspirado. Perguntavam como podia um livro ser Palavra de Deus, se nem ao menos
trazia o Seu nome. (YHWH).
Porém,
uma coisa é certa: a ausência do nome de Deus é compensada pela presença de
Deus na preservação de Seu povo. (Ver Et 4:14).
O
fato de Deus haver concedido grande livramento, como narra o livro, serve de
fundamento e razão da festa judaica do Purim (Et 9:26-28). Basta este fato para
demonstrar a autoridade atribuída ao livro, dentro do Judaísmo.
Ezequiel: Alguns na
escola rabínica pensavam que esse livro era antimosaico em seu ensino. Achavam
que o livro não estava em harmonia com a lei mosaica. No entanto, essa tese não
prevaleceu e demonstrou mais uma vez ser uma questão de interpretação e não de
inspiração.
Provérbios:
Achavam-no um livro contraditório (Pv 26:4-5). Achavam contraditório o leitor
ser exortado a responder e ao mesmo tempo não responder. Todavia, o sentido
aqui é que há ocasiões em que o tolo deve receber resposta de acordo com sua
tolice, e em outras ocasiões isso não deve ocorrer. Porém, nenhuma “contradição”
ficou demonstrada em nenhuma passagem de Provérbios.
OBS: É importante
frisar que a Bíblia em momento algum é contraditória, pois é a Palavra de
Deus (Infalível). O que “parece” contradição é erro de interpretação humana.
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3 - PSEUDEPÍGRAFOS:
(significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.
Grande
número de documentos religiosos espúrios que circulavam entre a antiga
comunidade judaica são conhecidos como “pseudepígrafos”. Nem tudo nesses
escritos é falso. De fato, a maior parte desses documentos surgiu de dentro de
um contexto de fantasia ou tradição religiosa, possivelmente com raízes em
alguma verdade. Com freqüência, a origem desses escritos estava na especulação
espiritual, a respeito de algo que não ficou bem explicado nas Escrituras
canônicas.
As
tradições especulativas a respeito do patriarca Enoque, por exemplo, sem dúvida
são a raiz do livro de Enoque. De maneira semelhante, a curiosidade a
respeito da morte e da glorificação de Moisés, sem dúvida se acha por trás da
obra Assunção de Moisés.
No
entanto, essa especulação não significa que não exista verdade nenhuma nesses
livros. Ao contrário, o Novo Testamento se refere a verdades implantadas nesses
dois livros (vide Jd
14,15) e chega a aludir à penitência de Janes e Jambres (2 Tm 3:8). Entretanto,
esses livros não são dotados de autoridade, como Escrituras inspiradas. Paulo
também citou alguns poetas não-cristãos, como Arato (At 17:28), Menânder (1 Co
15:33 traz uma linha do poema grego “Taís de Alexandre”) e Epimênides (Tt
1:12). (Nm 21:4; Js 10:13; 1 Rs 15:31).
Trata-se tão
somente de verdades verificáveis, contidas em livros que, em si mesmos, nenhuma
autoridade divina têm. É importante que nos lembremos que Paulo cita apenas
aquela faceta da verdade, e não o livro pagão como um todo, como conceito a que
Deus atribuiu autoridade e fez constar no Novo Testamento.
A verdade é
sempre verdade, não importa onde se encontre, quer pronunciada por um poeta
pagão, quer por um profeta pagão (Nm 24:17), por um animal irracional e mudo
(Nm 22:28) ou mesmo por um demônio (At 16:17). (Caifás – Jo 11:49).
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É
possível que o fato mais perigoso a respeito desses falsos escritos
(pseudepígrafos) é que alguns elementos da verdade são apresentados com
palavras de autoridade divina, num contexto de fantasias religiosas que, em
geral, contem heresias teológicas.
A
infundada reivindicação de autoridade divina, o caráter altamente fantasioso
dos acontecimentos e os ensinos questionáveis (e até mesmo heréticos) desses
livros levaram os pais do Judaísmo a considerá-los espúrios (pseudepígrafos).
São eles:
Lendários: O livro do
Jubileu; Epístola de Aristéias; O livro de Adão e Eva; O martírio de Isaías
Apocalípticos: 1
Enoque; Testamento dos doze patriarcas; O oráculo sibilino; Assunção de Moisés;
2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque; 2 Baruque, ou O apocalipse siríaco
de Baruque (*); 3 Baruque, ou O apocalipse grego de Baruque.
Didáticos: 3 Macabeus;
4 Macabeus; Pirque Abote; A história de Aicar.
Poéticos: Salmos de
Salomão; Salmo 151 (consta na Septuaginta).
Históricos: Fragmentos de
uma obra de Sadoque
OBS:
a) 1 Baruque está relacionado
entre os apócrifos.
b) Há outros livros, sendo que
alguns foram descobertos entre os manuscritos do Mar Morto, tais como: Gênesis
apócrifo e Guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas, dentre
outros.
4 - APÓCRIFOS:
(significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns,
mas rejeitados por outros. Pelos católicos romanos são conhecidos como
Deuterocanônicos (= 2º Cânon). Foram acrescentados às Escrituras (Dt 4:2,
12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19).
Na realidade,
os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta
nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha
significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o
sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados (não os de fora) podem
entender.
Pela
época de Ireneu e Jerônimo (séc. III e IV), o termo apocrypha veio a ser
aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram
classificados previamente como “pseudepígrafos”.
Desde
a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período
intertestamentário.
O
Novo Testamento jamais cita um livro apócrifo indicando-o como inspirado. As
alusões a tais livros não lhes emprestam autoridade, assim como as alusões a
poetas pagãos não lhes conferem inspiração divina. Aliás, desde que o N.T. faz
citações de quase todos os livros canônicos do A.T. e atesta o conteúdo e os
limites desse Testamento (omitindo os apócrifos) parece estar claro que o N.T.
indubitavelmente exclui os apócrifos do cânon hebraico.
Os apócrifos não foram aceitos pelos judeus
palestinos, zelosos preservadores dos ensinos bíblicos que não estiveram
sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria, muitos dos quais
(mas não todos) acatavam tais livros como de origem divina, como Palavra de
Deus.
Aliás, toda a
problemática de aceitação da canonicidade desses livros envolve exatamente o
grande centro da cultura grega no Oriente, a cidade de Alexandria. Os judeus
ali sofreram grande influência da filosofia grega, e houve até um destacado
intelectual judeu, Filo, que se empenhou por fundir o Judaísmo com os conceitos
gregos, que o empolgavam.
Jesus Cristo
Se referiu à Bíblia Sagrada na Sua oração sacerdotal a Seu Pai dizendo:
“Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Como
poderiam obras cheias de conceitos que se chocam com os claros ensinos de
apóstolos e profetas, além de crendices supersticiosas, lendas, inexatidões
históricas e até mentiras qualificar-se como essa verdade de divina inspiração?
O
Concílio de Trento, 1546, reagiu a Lutero, canonizando os livros apócrifos, com o voto de 53 prelados sem
conhecimentos históricos destacados sobre documentos orientais, encontrando
oposição de grandes homens como o cardeal Polo que afirmou que assim o Concílio
agiu a fim de dar maior ênfase às diferenças entre católicos romanos e os
evangélicos. Outro destacado líder católico, Tanner afirmou que a igreja católica
romana encontrou nesses livros o seu próprio espírito (apud Introdução ao
Antigo Testamento, Dr. Donaldo D. Turner, IBB).
A ação do
Concílio não foi apenas polêmica, foi também prejudicial, visto que nem todos
os 14 (15) livros apócrifos foram aceitos pelo Concílio.
A
Oração de Manassés e 1 e 2 Esdras [3 e 4 Esdras dos católicos romanos; a versão
de Douai denomina 1 e 2 Esdras, respectivamente, os livros canônicos de Esdras
(1 Ed) e Neemias (2 Ed)] foram
rejeitados.
A rejeição de 2 Esdras é
particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte contra a
oração pelos mortos (2 Esdras 7.105). Aliás, algum escriba medieval havia
cortado essa seção dos manuscritos latinos de 2 Esdras, sendo conhecida pelos
manuscritos árabes, até ser reencontrada outra vez em latim por Robert L.
Bentley, em 1874, numa biblioteca de Amiens, na França.
O cânon do
Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em
hebraico, que, nas bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por
volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não
mudaram o conteúdo do cânon.
Foram os livros
chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande
circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de
Alexandria (Septuaginta), que os incluiu.
Com exceção de
2 Esdras (escrito em 100 d.C.),
esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus (o chamado
“período intertestamentário”) e compreendem especificamente dois ou três
séculos antes de Cristo.
No
entanto, até a época da Reforma Protestante esses livros não eram considerados
canônicos. A canonização que receberam no Concílio de Trento não recebeu o
apoio da história. A decisão desse concílio foi polêmica e eivada de
preconceito.
LOCALIZAÇÃO
HISTÓRICA:
Os apócrifos foram produzidos entre o 3o e 1o
século a. C. (com o cânon já definido), no período intertestamentário, com
exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d. C.).
A cultura gentia os assimilou (o cânon de Alexandria). O
historiador Josefo, os judeus e a Igreja cristã rejeitaram.
A LXX
(Septuaginta) os incluiu como adendo (seguindo o cânon alexandrino). No
Concílio de Cártago, em 397 d. C. foram considerados próprios para a leitura. O
Concílio Geral de Calcedônia, 451 d. C., negou-os.
Foram
colocados no cânon em uma sessão em 08 de Abril de 1546, no Concílio de Trento,
com 5 cardeais e 48 bispos, apenas, e não foi por unanimidade.
Em 1827, a Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira os excluiu da Bíblia (não os editando nem mesmo como adendo). Desde
então esta é a postura protestante.
RAZÕES DA REJEIÇÃO:
- O Velho Testamento já estava produzido;
- A maioria dos apócrifos foi produzida em grego;
- Prevaleceu para os judeus
o cânon palestiniano.
Isto quer dizer que estes livros não eram acessíveis a
todos e:
a)
Jamais foram incluídos no cânon pelas autoridades reconhecidas: As
maiores e mais reconhecidas autoridades judaicas nunca reconheceram os
apócrifos: Esdras (o profeta, que “juntou, ordenou e publicou” o V. T. na sua
forma final e como o conhecemos); os fariseus; Josephus (o historiador judeu,
provavelmente o maior historiador de todos os tempos); os pais da igreja
primitiva; etc.
b) Jamais foram aceitos pelos judeus.
c) Só em 08 de abril de 1546, no Concílio de Trento, a igreja
romana os declarou canônicos, mas só em reação à Reforma Protestante.
d) Jamais foram citados por jesus Cristo ou por
nenhum outro escritor da Bíblia. (Judas cita dois pseudepígrafos, mas
não parece lhes ceder declaradamente o conceito de inspirados).
e) Nenhum livro apócrifo alega ser inspirado
(na realidade, alguns deles ADMITEM não ser inspirados! Macabeus
15:38).
f) Alguns
apócrifos têm incontornáveis erros históricos e geográficos.
g) Alguns
apócrifos ensinam doutrinas falsas e que contradizem a Bíblia como um todo (Macabeus
12:43-46 ensina que podemos e devemos orar pelos mortos. A Bíblia como um
todo ensina que não adianta) Ver 2 Ed 7.105.
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Alguns erros ensinados pelos apócrifos:
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Livros canônicos:
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1 - Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias
5:1-9
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Isaías 63:8; Oséias 4:2
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2 - Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico
12:4-6
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Provérbios 25:21-22
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3 - Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judite 8:5-6
|
Mateus 4:1-2
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4 - Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judite
9:2
|
Gênesis 34:30; 49:5-7
|
5 - Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 e
Eclesiástico 3:30
|
1 Pedro 1:18-19
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6 - Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8
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Atos 16:18
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7 - Nabucodonossor foi rei da Assíria, em Nínive. Judite
1:1
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Daniel 1:1
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8 - Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico
3:3
|
1 Pedro 1:18-19
|
9 - Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8;
11:7-16
|
Tiago 5:14-16
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10 - Antíoco morre de três maneiras. 1 Macabeus 6:16; 2
Macabeus 1:16; 9:28
|
Isaías 63:8; Mateus 5:37
|
11 - Recomenda a oferta pelos mortos. 2 Macabeus 12:42-45
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Eclesiastes 9:5-6
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12 - Ensino do purgatório ou imortalidade da alma.
Sabedoria 3:14
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1 João 1:7; Hebreus 9:27
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13 - O suicídio é justificado e louvado. 2 Macabeus
14:41-46
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Êxodo 20:13
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A postura protestante: a Bíblia produziu a Igreja.
Postura católica: a Igreja produziu a Bíblia, e também a Tradição (Inclusive
as nivela). Por isto, pode acrescentar e tirar.
Não é a Bíblia
protestante que tem livros a menos. A Bíblia católica é que tem livros a
mais. Foi a Igreja Católica quem os acrescentou. (Ap 22:18-19)
|
COMO OS APÓCRIFOS FORAM
APROVADOS:
A igreja romana
aprovou os apócrifos em 08 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma Protestante.
Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do
purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam
nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como “canônicos”.
Houve prós e
contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo, os
jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos
motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblicista católico
John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico", sob o verbete Cânone,
comenta que no Concílio de Trento houve várias "controvérsias notadamente candentes"
sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua
"História Eclesiástica" declara mais nitidamente que, em pleno
Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrando às
barbas e batinas uns dos outros...
Foi nesse
ambiente "ESPIRITUAL", que os apócrifos foram aprovados. A primeira
edição da Bíblia (“versão”) católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592,
com autorização do papa Clemente VIII. Os Reformadores protestantes publicaram
a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo Testamentos, não
como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico.
Isto continuou até 1629.
VULGATA
DE JERÔNIMO:
O arranjo da Vulgata (versão latina oficial da Igreja
católica romana, desde o Concílio de Trento) completa em 450 depois de Cristo,
mas aceita plenamente em cerca de 650 depois de Cristo, em geral, segue a LXX,
só que 1 e 2 Esdras são iguais a Esdras
e Neemias, e as partes apócrifas (3 e 4 Esdras), tanto como a Oração de
Manassés, são colocados no fim do Novo Testamento. Os Profetas Maiores são
colocados antes dos Profetas Menores. É uma tradução do Hebraico para o Latim,
língua oficial do império romano.
Quando
Jerônimo traduziu a Vulgata, em Belém (a pedido do papa Dâmaso I), incluiu os
apócrifos oriundos da Septuaginta, através da antiga versão latina de 170,
porque lhe foi ordenado, mas indicou que os mesmos não poderiam ser base de
doutrinas.
Os
livros são: 1 Esdras, 2 Esdras, Tobias,
Judite, Adição a Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, Adições a
Daniel (Cântico dos 3 Rapazes, História de Susana, Bel e o Dragão), Oração de
Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus.
A Bíblia protestante segue
a mesma ordem tópica do arranjo da Vulgata, só que omite todas as partes
apócrifas...
Na ordem, a Bíblia
protestante segue a Vulgata, no conteúdo, segue a Hebraica.
|
A
VERSÃO CATÓLICO-ROMANA:
Seguindo a Vulgata que traduziu da LXX
(Septuaginta), com exceção de Oração de Manassés, o cânon católico incorporou
os apócrifos após a Reforma. Quando a Vulgata os inseriu, distinguiu-os dos
canônicos. Aos apócrifos, chamou de deuterocanônicos, isto é, livros do
“segundo cânon” (eclesiásticos).
Na versão de edição Católico-Romana, há um total de
73 livros, sendo 7 apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros
canônicos, sendo assim um total de 11 escritos apócrifos: Tobias (após Esdras);
Judite (após Tobias); Sabedoria de Salomão (após Cantares); Eclesiástico (após
Sabedoria de Salomão); Baruque – incluindo a Epístola a Jeremias (após
Lamentações); 1 Macabeus (após Ester); 2 Macabeus (após 1 Macabeus). São
os seguintes os apêndices apócrifos: Acréscimos a Ester (Et 10:4 –
16:24); acréscimos a Daniel: (Cântico dos três rapazes – Dn 3:24-90; História de Suzana – Dn 13; Bel e o Dragão –
Dn 14).
Além disso, as bíblias católicas possuem livros canônicos
com nomenclatura diferenciada da empregada nas edições evangélicas. No entanto,
esta diferença não tem importância. No entanto é bom conhecê-las:
BÍBLIA EVANGÉLICA
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BÍBLIA CATÓLICA
|
1, 2 Samuel
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1, 2 Reis
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1, 2 Reis
|
3, 4 Reis
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1, 2 Crônicas
|
1, 2 Paralipômenos
|
Esdras e Neemias
|
1, 2 Esdras
|
Lamentações de
Jeremias
|
Trenos
|
Como podemos ver estas diferenças são apenas de nomes, mais
ou menos apropriados e que para todos eles existem justificativas históricas e
tradicionais. Existem também diferenças na numeração dos Salmos:
BÍBLIA
EVANGÉLICA
|
BÍBLIA
CATÓLICA
|
Sl 9
|
Sl 9,10
|
Sl 10 - 112
|
Sl 11 - 113
|
Sl 113
|
Sl 114, 115
|
Sl 114 - 115
|
Sl 116
|
Sl 116 - 145
|
Sl 117-146
|
Sl 146 - 147
|
Sl 147
|
Sl 148 - 150
|
Sl 148 - 150
|
Os 39 livros que do nosso Antigo Testamento os católicos
denominam Protocanônicos, os livros que nós chamamos apócrifos, eles chamam de
deuterocanônicos e os livros que nós chamamos pseudepígrafos, eles chama de
apócrifos. (estes livros, os pseudepígrafos, não aparecem em nenhuma Bíblia de
edições católica ou protestante).
O ESTUDO DAS ESCRITURAS E
O MITO DA SEPTUAGINTA
|
A conquista da
Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por
todo o império greco-macedônico. Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de
judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e influente.
Morrendo Alexandre, seu domínio se dividiu em quatro ramos, ficando o Egito sob
a dinastia dos Ptolomeus.
Com o advento
da sinagoga, o estudo e a interpretação das Escrituras começou a ganhar
importância sobremodo independente, ocupando o centro da vida religiosa
judaica.
Foi nessa
época de propagação popular das Escrituras que o Rei Ptolomeu II, Filadelfo,
rei do Egito (Tempo dos Filadelfos: 284-247 a. C.), grande amante das letras,
preocupou-se em enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Com
este objetivo, muitos livros foram traduzidos para o grego.
Naturalmente,
as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se
também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados
da (região hoje conhecida como) Palestina para os judeus cuja língua vernácula
era o grego.
Orgulhava-se
de possuir todos os livros do mundo. Faltavam as Escrituras. Portanto, mandou
traduzir a Torah para o grego, em Alexandria, em 277 a. C. a partir da
proposta de Demétrio Falerus, Diretor da Biblioteca de Alexandria.
A ordem de
tradução foi enviada a Eleazar, o Sumo Sacerdote. Segundo um relato de Josefo,
Sumo Sacerdote de Jerusalém, Eleazar enviou uma embaixada de 72 tradutores a
Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o
Pentateuco.
No começo, só
o Pentateuco foi traduzido. A tradução continuou depois, não se completando
senão no ano 150 antes de Cristo. Esta tradução, que se conhece com o nome de
Septuaginta ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em número redondo, seus
tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo
tanto zelo ali como na (região hoje conhecida como) Palestina e devido às
tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram
adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram
acrescentados ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento.
Os estudiosos
acham que os apócrifos foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente
com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é,
a escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos
rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
Todos estes
livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1 Macabeus, estavam
escritos em Grego (sendo Baruque em Hebraico e Tobias em Aramaico), e a maioria
deles foi escrita muitíssimos anos depois de o profeta Malaquias, o último dos
profetas da Dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu nome.
O que se pode
concluir daí é que, quando a Septuaginta era copiada, alguns livros não
canônicos para os judeus eram também copiados. Isso também poderia ter ocorrido
por ignorância quanto aos livros verdadeiramente canônicos.
Pessoas não
afeiçoadas ao Judaísmo ou mesmo desinteressadas em distinguir livros canônicos
dos não canônicos tinham por igual valor todos os livros, fossem eles originalmente
recebidos como sagrados pelos judeus ou não. Mesmo aqueles que não tinham os
demais livros judaicos como canônicos certamente também copiavam estes livros,
não por considerá-los sagrados, mas apenas para serem lidos. Por que não copiar
livros tão antigos e interessantes?
Estes livros,
entretanto, têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de
sua vida intelectual e religiosa durante as várias épocas que representam;
particularmente, a do período de 400 anos, chamado intertestamentário (entre
Malaquias e João Batista). É, talvez, por estas razões que os tradutores os
juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da (região hoje conhecida
como) Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.
Essa tradução
nos explica porque foram acrescentados os livros apócrifos à Septuaginta - para
tê-los na Biblioteca de Alexandria como literatura da nação israelita.
Parece que o
prólogo de Eclesiástico refere-se à Septuaginta. As cópias, completas ou quase
completas, mais antigas que temos desta versão são do século IV, e foram
confeccionadas por cristãos. Elas têm todos os livros da Bíblia hebraica e
alguns dos livros apócrifos.
Isto levou
alguns a teorizarem a existência de dois “cânones” do Velho Testamento, um
palestiniano e outro alexandrino. Tal teoria, porém, cai por terra quando se
observa o conteúdo dos grandes manuscritos da Septuaginta do quarto e quinto
séculos.
Eles têm os
seguintes livros apócrifos e pseudepígrafos:
Nome do
Manuscrito
|
Sigla de
identificação
|
Apócrifos
omitidos
|
Pseudepígrafos presentes
|
Vaticano
|
B
|
1 e 2 Mc
|
1 Ed
|
Sinaitico
|
alefh
|
Bar
|
4 Mc
|
Alexandrino
|
A
|
nenhum
|
1 Ed, 3 e 4 Mc
|
A tabela
mostra que os grandes manuscritos cristãos da Septuaginta, embora tivessem
todos os livros da Bíblia Hebraica, não tinham os apócrifos com constância e
até tinham alguns livros que ninguém, nem mesmo a igreja romana, tenta incluir
na Bíblia.
Isto é
suficiente para mostrar que não havia consenso sobre que livros adicionar na
Septuaginta. A omissão de vários dos apócrifos e a inclusão de livros que
ninguém nunca aceitou como inspirados, ajuda a ver que não havia uma “lista
oficial” de livros em Alexandria que era diferente da “lista oficial” da
Judéia.
Antes de mais
nada, é bom lembrar de novo que as cópias encadernadas da Septuaginta que temos
hoje são oriundas dos cristãos e não dos judeus. O fato das cópias da
Septuaginta incluirem e omitirem apócrifos e pseudepígrafos mostra que a
colocação destes livros numa só encadernação com os inspirados não era indicação
de sua aceitação no “cânon” bíblico. Além disto, a igreja lia estas obras, mas as
considerava secundárias. Não há nada que pudesse ser chamado de "cânon
alexandrino".
Filon e Josefo, que utilizavam quase
exclusivamente esta versão grega (a LXX), sempre defenderam o cânon da Bíblia
hebraica.
Flávio
Josefo (aprox. 90 d.C.) disse:
"Não
temos dezenas de milhares de livros em desarmonia e conflitos, mas só vinte e
dois contendo o registro de toda a história, que , conforme se crê com
justiça, são divinos. Cinco são de Moisés, que referem tudo o que aconteceu
até a sua morte, durante perto de três mil anos, e a sequência dos
descendentes de Adão. Os profetas que sucederam este admirável legislador,
escreveram em treze livros tudo o que se passou depois de sua morte até o
reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos Persas, e os quatro outros
livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os
costumes. Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os
nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas, não
se lhes dá o mesmo crédito que aos outros livros de que acabo de falar e
pelos tais temos tal respeito que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar
tirar ou acrescentar ou mesmo lhe modificar a mínima coisa. Nós os
consideramos como divinos, chamamo-los
assim ..." (Contra Ápio 1.8).
Josefo fala
apenas de 22 livros porque os judeus dividiam seus livros de modo diferente
do nosso. Suas Bíblias tinham 22 ou 24 livros, mas estes são exatamente
iguais aos 39 livros do A.T. da nossa Bíblia.
Josefo
reconhece as 3 divisões do cânon e os mesmos livros da Bíblia Hebraica (22).
Na opinião dele, nenhum livro canônico foi escrito depois do reinado de
Artaxerxes (462-424 a.C.) e ainda afirma que, durante estes séculos, desde
Artaxerxes, nada foi alterado nos livros sagrados. Embora Josefo conhecesse
os livros do período interbíblico, não os considerava canônicos. Embora fosse
um leitor da Septuaginta, não cria que os chamados apócrifos fizessem parte
da Bíblia.
|
Pode a
existência da Septuaginta ser uma fabricação usada contra a Palavra de Deus e ser
outro exemplo da agressão satânica de longa data contra as Escrituras? Este é
um assunto importante que merece estudo.
ATENÇÃO===>>> Vejam esta citação:
A LXX
nunca existiu!
Foi Orígenes
que fabricou a dita obra (quinta coluna da sua Hexapla - a partir da
falsificação conhecida por "Carta de Aristeas") para
corromper a igreja com os livros apócrifos dos alegoristas e mais tarde dos
IDÓLATRAS do catolicismo, adotando-a na tradução que veio a ser chamada "A
Vulgata" de Jerônimo.
Jesus NUNCA
fez qualquer referência a tal FANTASMA de versão, nem iria desonrar as
Escrituras do Velho Testamento, cotando a suposta tradução com os livros
apócrifos pós-Malaquias. O Espírito Santo jamais inspiraria uma versão "milagrosa",
como é chamada pelos eruditos não se sabe de quê, levada a cabo por 72
tradutores de 12 tribos que tinham desaparecido do mundo físico. Enfim, uma
lenda para crianças da instrução primária! (Ler o livro "The
Mythological Septuagint", do Dr. Peter S. Ruckman).
Fim da citação.
|
Em um documento
lido em uma reunião da prestigiosa Deacan Society de Burgon, 10-11 de julho de
1996, Dr. Kirk D. DiVietro focaliza afiadamente o assunto:
“Você pode
perguntar, Por que, afinal, você está trilhando por esta estrada? O que ela
significa para mim? Ela significa muito para você. A própria autoridade de sua
Bíblia está em jogo. A Septuaginta não é uma tradução literal. Utiliza frequentemente
a teoria de "equivalência dinâmica" de tradução. Às vezes passa
malabarismos fantásticos, não-literais, inexatos do hebraico. Se nós aceitamos
a alegação de que a LXX foi aceita por Jesus e os escritores das Sagradas
Escrituras como a Palavra autorizada de Deus, então nós temos que dissolver
esta sociedade, e nos unir ao clube de semana da Bíblia moderna... Se Jesus e
os escritores de Escritura aceitaram esta como Escritura autorizada, então a
inspiração plena, verbal da Escritura é irrelevante. Se Jesus e os escritores
de Escritura aceitassem esta como Escritura autorizada, então a doutrina de
preservação é um vexame.”
Veja
essa outra citação:
“A tradução
foi realizada indubitavelmente durante o 3º e 2º séculos a. C., e é pretendido
ter sido acabada já no tempo de Ptolemy II Philadelphus, de acordo com a
denominada Carta de Aristeas para Philocrates (c. 130 - 100 a. C.). De acordo
com a Carta de Aristeas, o bibliotecário de Alexandria persuadiu Ptolemy II
Philadelphus para traduzir a Torá para o grego para uso pelos judeus da
Alexandria. A carta menciona que foram selecionados seis tradutores de cada uma
das 12 tribos e que eles completaram a tradução em apenas 72 dias. Enquanto os
detalhes desta história são indubitavelmente fictícios, o núcleo de fato
contido nisto parece ser que o Pentateuco foi traduzido para o grego em algum
dia durante a primeira metade do 3º século a. C. Durante os próximos dois
séculos o remanescente do VT foi traduzido, como também algum livro apócrifo e
não-canônico.” [Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, and John
Rhea. editors. Wycliff Bible Encyclopedia, vol. 2 (Chicago: Moody Press, 1975),
"Versions, Ancient And Medieval," by William E. Nix.]
Unger escreve: "Os mais
velhos e mais importantes manuscritos da Septuaginta são os seguintes: (a)
Códice Vaticanus (b) Códice Alexandrinus... (c) Códice Sinaiticus
". Duas coisas golpearão o leitor perspicaz imediatamente. Estes são
manuscritos que não são mais antigos do que o quarto século d. C. Além disso,
eles são os manuscritos corruptos nos quais o Texto notório de Westcott-Hort é
baseado. Se estes são "os mais velhos e mais importante dos
manuscritos" da Septuaginta, nós temos que concluir que os mesmos não são
muito velhos e eles não são muito bons. [Merrill F. Unger, Unger's Bible
Dictionary (Chicago: Moody Press 1957),p.1149f.]
Jones traz o quadro em aguçado enfoque
ao escrever: “Constantemente nos é falado que Vaticanus... e Sinaiticus
são os mais velhos manuscritos gregos existentes, consequentemente os mais
fidedignos e os melhores; que eles são de fato a Bíblia. Ainda o Texto Grego
Novo que substituiu o Textus Receptus representa nas mentes da vasta
maioria dos estudiosos o empreendimento privado de apenas dois homens, dois
muito religiosos, embora homens não convertidos, Westcott e Hort. Estes homens
fundaram a “Bíblia” deles baseada quase que exclusivamente na quinta coluna do
Velho Testamento de Orígenes e no Novo Testamento editado pelo mesmo. As
leituras do Novo Testamento deles é derivado quase que exclusivamente
sobre apenas cinco manuscritos, principalmente sobre apenas um só - Vaticanus
B. Além disso, deve ser visto que o testemunho destes dois manuscritos
corrompidos é (sic) quase que o único responsável para todos os erros
introduzidos nas Sagradas Escrituras, em ambos os testamentos, isto através dos
críticos modernos!”
LIVROS APÓCRIFOS DA SEPTUAGINTA: 3
Esdras, 4 Esdras, Oração de Azarias (Cântico dos Três Rapazes), Tobias, Adições
a Ester, A Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (Também chamado de Sabedoria de
Jesus, filho de Siraque), Baruque, A Carta de Jeremias, Os acréscimos de
Daniel, A Oração de Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Judite.
A FALSA REIVINDICAÇÃO
DE QUE JESUS USOU A SEPTUAGINTA:
D. A. Waite
desafia a contenção que Jesus citou da Septuaginta. Em Mateus 5:18, Jesus falou
sobre a Lei e disse: "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a
terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo
seja cumprido." Nosso Senhor falou do "i" e do "til",
as menores partes das letras hebraicas. Quão pequeno? Bem, o "i"
se refere à letra hebraica “yodh” que é do tamanho de uma apóstrofe.
Esta é um terço da altura das outras letras hebraicas. O "til"
se refere aos chifres, ou extensões minúsculas, de algumas letras hebraicas,
como o “daleth”, algo parecido com o golpe vertical do lábio em nosso “m”
ou “n". Isto excluiria uma Bíblia grega. Além
disso, o Novo Testamento se refere a uma divisão tripartite do Velho Testamento
- Lei, Profetas e Salmos (Lucas 24:27, 44). Os manuscritos do Velho Testamento
grego são, porém, entremeados com escritos apócrifos, nunca reconhecidos como
"escritura" pelos rabinos, ou por Cristo ou pelos apóstolos.
Waite também nos refere para Mateus 23:35 como
sendo apropriada a esta discussão: “para que sobre vós caia todo o sangue
justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o
sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o
altar".
Ele escreve:
Por esta
referência, o Senhor pretendeu responsabilizar os Escribas e os Fariseus por
todo o sangue de pessoas inocentes derramado do VT inteiro. Abel se acha em
Gênesis 4:8, mas Zacarias se acha em 2 Crônicas 24:20-22. Se você olha
sua Bíblia hebraica, você achará II Crônicas no último livro (i.é, o
último livro na terceira seção, os Escritos). Se, por outro lado, você olha em
sua edição da Septuaginta, tal como publicada pela Sociedade Bíblica Americana,
1949, Terceira Edição, editada por Alfred Rahlfs, você vê que ela termina com
Daniel seguida por "Bel e o Dragão" !! Isto é prova clara que
Nosso Salvador usava o Velho testamento hebraico e não o grego. (Ver Lucas
11:51).
Esta é uma
observação significante. A frase, "Abel até Zacarias," é apenas outro
modo de declarar, "do início ao fim". Jesus não disse, "de Abel
até Bel e o Dragão".
FORMAÇÃO DO CÂNON DO NOVO
TESTAMENTO
|
A história do
cânon do N.T. difere da do A.T. em vários aspectos:
Primeiro:
o Cristianismo (N.T.) foi desde o começo uma religião internacional e não
restrita a um só povo, como no caso do período do A.T. (restrito aos judeus),
não havia comunidade profética fechada que recebesse os livros inspirados e os
coligisse (colecionasse) em determinado lugar, etc. Por isto, o processo
mediante o qual todos os escritos apostólicos se tornassem universalmente
aceitos levou muitos séculos. Felizmente, há mais manuscritos do Novo
Testamento do que do Antigo Testamento.
Segundo:
uma vez que as discussões resultaram no reconhecimento dos 27 livros canônicos
do N. T., não mais houve movimentos dentro do Cristianismo, no sentido de
acrescentar ou eliminar livros.
O
cânon do N. T. encontrou acordo geral no seio da igreja universal. Não há N. T.
com apócrifos.
O CÂNON DO N.T. DEU-SE DE
FORMA PROGRESSIVA:
Desde o início,
havia escritos falsos, não-apostólicos, em circulação (Lc 1:1-4; 2 Ts
2:20; 2 Ts 3:17).
No
início da igreja primitiva (século I), havia um processo seletivo em operação.
Toda e qualquer palavra a respeito de Cristo, oral ou escrita, era submetida ao
ensino dos apóstolos (1 Jo
1:3; 2 Pe 1:16).
Era
o “cânon vivo” das testemunhas oculares, mediante o qual os escritos vieram a
ser reconhecidos.
Os primeiros
cristãos (igrejas) iam recebendo, lendo e colecionando as cartas apostólicas,
cheias de autoridade divina, lançando assim o alicerce de uma coleção crescente
de documentos inspirados (Circulação das Cartas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe
1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3). As igrejas, assim, estavam envolvidas em um
processo iniciante de canonização.
Os cristãos
eram admoestados a ler continuamente as Escrituras (1 Tm 4:11, 13). A única
maneira pela qual se poderia realizar isto no seio de um número crescente de
igrejas era fazer cópias, de tal sorte que cada igreja ou grupo de igrejas
tivesse sua própria compilação de escritos autorizados.
Essa aceitação
original de um livro, o qual era autorizadamente lido nas igrejas, teria
importância crucial para o reconhecimento posterior de um livro canônico.
Assim, o
processo de canonização estava em andamento desde o início da igreja. As
primeiras igrejas foram exortadas a selecionar apenas os escritos apostólicos
fidedignos. Desde que determinado livro fosse examinado e dado por autêntico,
fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e
depois circulava entre os crentes de outras igrejas.
As coletâneas
desses escritos apostólicos começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos.
Pelo final do século I, todos os 27 livros do N. T. haviam sido recebidos e
reconhecidos pelas igrejas cristãs como divinamente inspirados. O cânon estava
completo, e todos os livros haviam sido reconhecidos pelos crentes de outros
lugares.
Por causa da
multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições
relacionadas ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon
prosseguiu durante vários séculos, até que a igreja universal finalmente
reconheceu a canonicidade dos 27 livros do
N. T.
Logo após a
primeira geração, passada a era apostólica, todos os livros do N. T. haviam
sido citados por algum pai da igreja, como dotados de autoridade. Por sinal,
dentro de 200 anos depois do século I, quase todos os versículos do N. T.
haviam sido citados em uma ou mais das mais de 36 mil citações dos pais da igreja.
Uma tradução
do N. T. (Antiga siríaca) circulou na Síria pelo fim do século IV,
representando um texto que datava do século II e incluía os livros do N. T.,
exceto 2 Pedro, 2 e 3 João,
Judas e Apocalipse.
Atanásio, o “Pai
da Ortodoxia”, relaciona com clareza todos os 27 livros do N. T. como canônicos
(Cartas, 3,267,5).
Resumindo:
o processo de coligir os escritos apostólicos confiáveis iniciou-se nos tempos
do N. T. No século II, houve exame desses escritos mediante a citação da
autoridade divina de cada um dos 27 livros do N. T. No século III, as dúvidas e
as objeções a respeito de determinados livros prosseguiram, culminando nas
decisões dos pais da igreja e dos concílios influentes do século IV.
FATORES QUE INFLUENCIARAM A
IGREJA NO CÂNON DO N. T.:
Alguns fatores
influenciaram para que a igreja primitiva definisse de vez a lista dos livros
canônicos do N. T.
Márcion (ou
Marcião) foi um herege gnóstico (150 d.C.) que, dentre outras coisas, fez uma
lista de livros a serem aceitos. Rejeitou todo o Velho Testamento por
considerá-lo obra de um “deus inferior”. Sua lista de livros bíblicos incluiu:
uma versão resumida de Lucas (retirando os primeiros capítulos por serem muito
judaicos) e mais dez epístolas de Paulo (as chamadas “Pastorais” não foram
aceitas por lhe serem contrárias, assim como todas as outras). Chamou “Efésios”
de “Laodicenses”.
Sua rejeição
dos livros bíblicos forçou as igrejas a tomarem uma posição explícita sobre
estes livros. De fato, a rejeição dos livros prova que já havia um consenso,
mas a igreja se tornou mais consciente deste consenso na luta contra a heresia.
As heresias levaram à defesa da fé. Afinal, “os germes estimulam a formação de
anticorpos”...
Na segunda
metade do segundo século, o Novo Testamento já foi considerado par do Antigo.
Começam os comentários, trabalhos literários e traduções do Novo Testamento. As
traduções para o Latim antigo e para o Siríaco neste período já incluem todo o
Novo Testamento, exceto 2 Pedro na versão Siríaca.
A heresia de
Marcião e de Montano, bem como os movimentos gnósticos, contribuíram para a
aceleração do processo de reconhecimento dos livros inspirados; uma vez que Marcião
negava muitos livros. Montano alegava ter novas revelações e os gnósticos
buscaram produzir sua literatura “superior”.
Outros
fatores que influenciaram foram as perseguições do imperador romano Diocleciano
(302-305 d.C.). De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve um edito
imperial da parte de Diocleciano (303 d.C.), ordenando que “as Escrituras
fossem destruídas pelo fogo”.
A
perseguição motivou um exame sério da questão dos livros canônicos, quais eram
realmente canônicos e deveriam ser preservados.
É sabido que, traiçoeiramente, mesmo durante a vida dos
apóstolos, no século I, já havia algumas pessoas que insinuavam a existência de
uma ou outra corrupção na Palavra de Deus.
Livros falsificados, quer totalmente (como a Epístola de
Hermas, de Barnabé, etc.), quer parcialmente, já tentavam se insinuar nas
igrejas, mesmo durante a vida dos apóstolos! Que ousadia! O apóstolo Paulo já
advertia:
“Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da
palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na
presença de Deus.” (2 Coríntios 2:17).
“Que não vos movais facilmente do vosso entendimento,
nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por
epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” (2 Tessalonicenses. 2:2).
|
Mas ninguém pode deixar de ver e se esquivar de reconhecer
que todas estas corrupções do século I e todas as poucas corrupções
subseqüentes foram totalmente rejeitadas pela massa das igrejas!
Particularmente, os textoS dos pouquíssimos manuscritos alexandrinos
(séculos IV em diante) em que todo o TC se edifica foram totalmente
rejeitados pelo total da enorme massa das igrejas e jamais foram copiados
e usados para qualquer coisa. (Usamos o plural "textoS" porque cada
um destes manuscritos alexandrinos difere terrivelmente dos outros, em muitos
milhares de pontos! Diferem mais entre si do que diferem do TR!!!...).
Podemos
resumir dizendo que a grande maioria dos livros do N. T. jamais sofreu
polêmicas quanto à sua inspiração desde o início. Certos livros não-canônicos, que gozavam de
grande prestígio, que eram muito usados e que tinham sido incluídos em listas
provisórias de livros inspirados, foram tidos como valiosos para emprego
devocional e homilético, mas nunca obtiveram reconhecimento canônico por parte
da igreja.
Só
os 27 livros do N. T. são tidos e aceitos como genuinamente apostólicos e
encontraram lugar no cânon do Novo Testamento.
Assim, podemos dizer que, logo no mais tenro início, no
primeiro e segundo século do Cristianismo, ocorreu a canonização (no
sentido de "reconhecimento informal e consensual,
pela grande massa das igrejas locais fiéis"):
a)
tanto de quais os 27 LIVROS que compunham o NT;
b)
como também de quais as PALAVRAS exatas que compunham cada um
destes 27 livros.
|
Também podemos dizer que, ao final do século IV,
ocorreu a canonização (no sentido de "declaração formal e
oficial da grande massa de igrejas locais, mesmo que já não totalmente
locais e nem todas fiéis, posto que o Romanismo já se desenvolvia, Roma já se
impunha, ainda que o Romanismo ainda tivesse muito em que degenerar"):
a)
tanto de quais os 27 LIVROS que compunham o NT;
b)
como também de quais as PALAVRAS exatas que compunham cada um
destes 27 livros.
|
CRITÉRIOS PARA SE RECONHECER A CANONICIDADE DE UM
LIVRO
|
Quatro princípios gerais ajudaram a determinar quais
livros deveriam ser aceitos como canônicos:
a)
Apostolicidade: foi escrito por um apóstolo,
ou, senão, tinha o escritor do livro um relacionamento tal com um apóstolo,
de modo a elevar seu livro ao nível dos livros apostólicos? (At 4:13 mostra a
credibilidade dos apóstolos).
b)
Conteúdo: era o conteúdo de um dado livro de
tal natureza espiritual que lhe desse o direito a esta categoria? Esse teste
eliminou muitos livros apócrifos ou pseudo-apócrifos.
c)
Universalidade: era o livro recebido
universalmente pela igreja?
d)
Inspiração: mostrava o livro evidência de ter sido divinamente
inspirado? Era o teste final. Tudo tinha que cair diante dele.
|
Da mesma forma
que a apostolicidade é provada, também é provada a canonicidade dos livros do
Novo Testamento, tal como se prova a autoria dos renomados escritores mundiais
cujas obras trazem seus nomes.
A
consciência cristã, dominada pelo Espírito, discerniu entre o puro e o
impuro. Cumpre ressaltar que tal realização não se deve nem à própria Igreja,
mas que ela aconteceu obedecendo aos mesmos processos da canonização do Velho
Testamento. Isto é, cada livro foi se impondo e falando por si mesmo com suas
provas internas e externas até que, em determinado tempo, foi reconhecido
pelas autoridades eclesiásticas e pelos Pais da Igreja como possuindo
autoridade apostólica, não havendo a intervenção de Concílios.
Os livros
apareceram primeiramente separados, em épocas e localidades diferentes. Foram
guardados com carinho pelas Igrejas e aceitos como apostólicos. Eram lidos
nas assembléias cristãs, em reuniões devocionais, inspirativas e
doutrinárias.
|
Ao
encerramento do N. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o livro de
Apocalipse, em cerca do ano 96 depois de Cristo) foi reconhecido por TODOS
os crentes fiéis que o cânon do N. T. (isto é a coleção de 27 livros que o
constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro do Apocalipse. Claro
que, sempre houve, há e haverá um pequeno grupo de descrentes em algum livro,
sempre há e haverá os infiéis, os agentes que o Diabo sempre introduz para levantar
dúvidas a princípio leves e sutis, depois mais pesadas.
Algo depois do
acima referido encerramento do N. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o
consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO e declarado
OFICIALMENTE e por TODOS, mesmo sob a coordenação/comando do distorcedor
Romanismo incipiente, no III Concílio de Cártago, em 397 d. C.
Desde os primeiros séculos foi reconhecido e desde a
Reforma foi re-confirmado o cânon dos CONTEÚDOS (as Exatas PALAVRAS) dos
Livros da Bíblia. Portanto, o assunto está encerrado, fechado !!!
(Dt 4:2, 12:32;
Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3)
|
O NOVO TESTAMENTO é canônico, uma vez que todos os seus livros, e somente eles, foram
desde o início universalmente reconhecidos como inspirados, porque:
- Foram escritos pelos apóstolos (ou suas segundas
pessoas) Cl 1:1-2.
- Foram universal e espontaneamente aceitos 1 Ts
2:13.
- Foram aceitos pelos “pais da igreja” (filhos ou
netos espirituais dos apóstolos, por quem foram ensinados, diretamente. Exemplo:
Policarpo, filho na fé de João).
- Tem conteúdo evidentemente inspirado, edificante,
espiritual, harmônico com toda a Bíblia.
É notável o
fato de não termos tido interferência da autoridade da igreja na constituição
de um cânone; nenhum concílio discutiu esse assunto; nenhuma decisão formal
foi tomada. O Cânone do N.T. parece ter se formado sozinho... Lembremo-nos
que esta não-interferência de autoridade constitui um tópico valioso de
evidência quanto à genuinidade dos quatro evangelhos; pois assim parece que
não foi devido a qualquer autoridade adventícia, mas sim a seu próprio peso,
que desbancaram todos os seus rivais. (George Salmon – Uma Introdução
Histórica ao Estudo dos Livros do Novo Testamento, 1888, pág. 121).
|
É bom que
fique claro, que certos livros do Novo Testamento foram considerados
canônicos independentemente de se conhecer quem os escreveu. O exemplo
clássico que temos disso é a Carta aos Hebreus.
Muitos dos
debates que ainda perduram até hoje sobre alguns livros do Novo Testamento,
não se ligam à sua canonicidade, mas à sua autoria.
|
OBSERVAÇÕES:
a) Em
200 d.C., só um pequeno punhado de cristãos [pelo menos na aparência] ainda
tinha algumas pequenas dúvidas sobre os livros: Hebreus (“quem escreveu”), 2
e 3 João (“não seriam só cartas para uso pessoal dos endereçados?”), 2 Pedro
(“será um pseudepígrafo, autor usando nome de outrem, respeitado?”), Tiago
(“será que contradiz os escritos de Paulo?”), Judas (“será que quis implicar
que o livro de Enoque era inspirado mas foi perdido?”) ou Apocalipse (“será
mesmo João que o escreveu? Os símbolos não são misteriosos demais?”).
b) Em
397 d. C., o N.T., tal qual o temos hoje, foi oficialmente reconhecido no
Concílio de Cártago, para o Ocidente. Em 500 d. C., o foi no Oriente.
|
Finalmente, também podemos
dizer que, após a invenção da Imprensa, e no início do século XVI, com o
maravilhoso movimento de Deus trazendo a Reforma Protestante, ocorreu a
RE-confirmação do Cânon dos conteúdos (as exatas PALAVRAS) dos 39 livros do
V. T. e 27 do N. T. (por UNANIMIDADE de TODAS as igrejas
"protestantes" de TODAS as nações raças e povos !!!).
|
Desde os
primeiros séculos e desde a Reforma Protestante está definitiva e
completamente fechado o Cânon das exatas PALAVRAS das Escrituras, em
Hebraico-Aramaico e em Grego, tanto quanto está fechado o Cânon de quais são
os 66 LIVROS que formam a Bíblia!
(Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14;
Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3)
|
É tão
impensável e intolerável levantarmos dúvidas (seja através de colchetes ou de
notas de rodapé, seja direta e expressamente, como ocorre em alguns versões
modernas da Bíblia) sobre uma sequer das palavras do Texto Massorético de Ben
Chayyim, mais o Textus Receptus (mais particularmente, aquele usado pela Bíblia
KJV-1611), omitirmos ou modificarmos tal palavra, quanto fazermos a mesma
coisa em relação a um dos livros da Bíblia!
A Bíblia foi
escrita e seus livros reunidos num conjunto que foi transmitido, através dos
séculos até os nossos dias. Através de cópias feitas à mão, os textos
bíblicos do Velho e do Novo Testamentos foram transmitidos e preservados até a
invenção da imprensa.
Em 1516, um
humanista conhecido como Desidério Erasmo ou Erasmo de Rotherdan, publicou o
primeiro Novo Testamento em Grego, encerrando o período de transmissão
manuscrita do N. T. e iniciando uma verdadeira "febre" de
publicação de textos gregos do Novo Testamento. Foi com base nestes textos
gregos que, mais tarde, as traduções bíblicas foram reiniciadas e a Palavra
de Deus divulgada cada vez mais.
Tecnicamente,
o primeiro Novo Testamento Grego foi impresso pelo cardeal Ximenes de
Cisneros; mas, como a obra aguardava o término da impressão do texto do Velho
Testamento para ser distribuída, a obra de Erasmo é considerada a primeira.
|
CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO N. T.
:
1 - HOMOLOGOUMENA:
(significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.
Em
geral, 20 dos 27 livros do N. T. foram aceitos por todos. Exceto: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e
Apocalipse. Outros três livros, Filemom, 1 Pedro e 1 João, foram omitidos,
não questionados.
2 - ANTILEGOMENA:
(significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram
questionados por alguns.
De
acordo com o historiador cristão Eusébio, houve 7 livros cuja autenticidade foi
questionada por alguns dos pais da igreja, e por isto ainda não haviam obtido
reconhecimento universal por volta do século IV.
Isto
não significa que não haviam tido aceitação inicial por parte das comunidades
apostólicas e subapostólicas. Tampouco, o fato de terem sido questionados, em
certa época, por alguns estudiosos, é indício de que sua presença no cânon seja
menos firme que os demais livros.
Ao
contrário, o problema básico a respeito da aceitação da maioria desses livros
não era o reconhecimento de sua inspiração divina ou falta de inspiração; mas
sim, a falta de comunicação entre o Oriente e o Ocidente a respeito de sua
autoridade divina.
São eles: Hebreus, Tiago, 2
Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Hebreus: foi
basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas. Por isso, o livro
permaneceu sob suspeição para os cristãos do Oriente, que não sabiam que os
crentes do Ocidente o haviam aceito como autorizado e inspirado.
Outro
fator que influenciou foi o fato de que os montanistas heréticos terem
recorrido a Hebreus em apoio a algumas de suas concepções errôneas, o que fez
demorar sua aceitação nos círculos ortodoxos.
Ao
redor do século IV, no entanto, sob a influência de Jerônimo e Agostinho, esse
livro encontrou lugar permanente no cânon.
Tiago: sua
veracidade e autoria foram desafiadas. Os primeiros leitores atestaram que era
Tiago, irmão de Jesus (At 15 e Gl 1). Todavia, a igreja ocidental não teve
acesso a esta informação. Também, houve a questão do aparente conflito com o
ensino de Paulo sobre a justificação somente pela fé. No entanto, sua aceitação
como canônico baseia-se na compreensão de sua compatibilidade essencial com os
ensinos paulinos.
2 Pedro: foi a Carta
que mais ocasionou dúvidas quanto à sua autenticidade. Isto se deveu à
dessemelhança de estilo com a primeira Carta de Pedro. As diferenças, porém,
podem ser explicadas facilmente, por causa do emprego de um escriba em 1 Pedro,
o que não ocorreu em 2 Pedro (vide 1 Pe 5:12).
2 e 3 João: o fato
do seu questionamento foi porque o escritor se identificou apenas como “o
presbítero” e, além da anonimidade, sua circulação foi limitada. Porém, a
semelhança de estilo e de mensagem com 1 João, que já havia sido aceita,
mostrou ser óbvio que 2 e 3 João vieram também do apóstolo João.
Judas: a
confiabilidade deste livro foi questionada por alguns. A contestação se centrava
nas referências ao livro pseudepígrafo de Enoque (Jd 14, 15) e numa
possível referência ao livro Assunção de Moisés (Jd 9). Porém, suas
citações não são diferentes das citações feitas por Paulo de poetas
não-cristãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12). O que Judas fez foi citar um
fragmento de verdade encravado naqueles livros e não dizer que eles teriam
autoridade divina. Sua canonicidade foi reconhecida pelos primeiros pais da
igreja (Ireneu, Clemente de Alexandria, Tertuliano). O Papiro Bodmer (P72),
recentemente descoberto, confirma o uso de Judas ao lado de 2 Pedro, na igreja
copta (igreja ortodoxa no Egito) do século III.
Apocalipse: A
doutrina do Milenarismo (Ap 20) foi o ponto central da controvérsia, que durou
até fins do século IV. Como os montanistas heréticos basearam seus ensinos
heréticos no livro de Apocalipse, no século III, a aceitação definitiva desse
livro acabou sofrendo uma demora. A partir do momento em que se tornou evidente
que este livro estava sendo mal usado pelas seitas, embora tivesse sido escrito
por intermédio de João (Ap 1:4; 22:8-9), e não dentre os hereges, assegurou-se
o lugar definitivo no cânon sagrado.
RESUMO: Alguns
pais da igreja haviam se posicionado contra esses livros, por causa da falta
de comunicação, ou por causa de más interpretações desses livros
antilegomena. A partir do momento em que a verdade passou a ser do
conhecimento de todos, tais livros foram aceitos plena e definitivamente,
passando para o cânon sagrado, da forma exata como haviam sido reconhecidos
pelos cristãos primitivos desde o início.
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3 - PSEUDEPÍGRAFOS:
(significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.
Durante
os séculos II e III, numerosos livros espúrios e heréticos surgiram (escritos
falsos). A corrente principal do Cristianismo seguia Eusébio, que os chamou de
livros “totalmente absurdos e ímpios”.
Esses
livros tem apenas interesse histórico. O conteúdo deles resume-se em ensinos
heréticos, eivados de erros gnósticos (seita filosófica que arrogava para si
conhecimento especial dos mistérios divinos), docéticos (ensinavam a divindade
de Cristo, mas negavam Sua humanidade, alegando que Ele só tinha a aparência de
ser humano) e ascéticos (os monofisistas ascéticos ensinavam que Cristo tinha
uma única natureza, uma fusão do divino com o humano).
Tais
livros revelavam desmedida fantasia religiosa. Evidenciavam uma curiosidade
para descobrir mistérios não revelados nos livros canônicos (como onde esteve
Jesus dos 12 aos 30 anos).
Eles,
em sua maior parte, não haviam sido aceitos pelos pais primitivos e ortodoxos
da igreja, nem pelas igrejas, não sendo, portanto, considerados canônicos.
O número exato
desses livros é difícil de apurar. Por volta do século XIX, Fótio havia relacionado
cerca de 280 obras. Depois apareceram outras.
Alguns deles:
Evangelhos: O Evangelho de
Tomé, O Evangelho dos ebionitas, O Evangelho de Pedro, O Proto-Evangelho de
Tiago, O Evangelho dos egípcios, O Evangelho arábico da infância, O Evangelho
de Nicodemos, O Evangelho do carpinteiro José, A História do carpinteiro José,
O Passamento de Maria, O Evangelho da natividade de Maria, O Evangelho de um
Pseudo-Mateus, Evangelho dos Doze, de Barnabé, de Bartolomeu, dos Hebreus, de
Marcião, de André, de Matias, de Pedro, de Filipe.
Atos: Os Atos de Pedro, Os
Atos de João, Os Atos de André, Os Atos de Tomé, Os Atos de Paulo, Atos de
Matias, de Filipe, de Tadeu.
Epístolas: A Carta
atribuída a nosso Senhor, A Carta perdida aos coríntios, As (Seis) Cartas de
Paulo a Sêneca, A Carta de Paulo aos laodicenses (também pode ser considerado
entre os apócrifos).
Apocalipses: de Pedro
(também pode ser considerado entre os apócrifos), de Paulo, de Tomé, de
Estêvão, Segundo Apocalipse de Tiago, Apocalipse de Messos, de Dositeu. (os 3
últimos foram descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).
Outras obras: Livro
secreto de João, Tradições de Matias, Diálogo do Salvador. (também descobertos
em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).
4 - APÓCRIFOS:
(significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns,
mas rejeitados por outros.
Esses
livros gozavam de grande estima pelo menos da parte de um pai da igreja.
Tiveram, quando muito, o que Alexander Souter chamou de “canonicidade temporal
e local”. Haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um
tempo limitado, mas nunca receberam um reconhecimento amplo ou permanente.
Eram
considerados mais importantes que os pseudepígrafos e faziam parte das
bibliotecas devocionais e homiléticas das igrejas primitivas, pelas seguintes
razões: revelam os ensinos da igreja do século II; fornecem documentação da
aceitação dos 27 livros canônicos do N.T.; fornecem informações históricas a
respeito da igreja primitiva, quanto à sua doutrina e liturgia.
São eles: Epístola
do Pseudo-Barnabé; Epístola aos coríntios; Homilia antiga (chamada “Segunda
epístola de Clemente); O pastor, de Hermas (foi o livro não-canônico mais
popular da igreja primitiva); O Didaquê (ou “Ensino dos doze apóstolos”);
Apocalipse de Pedro; Atos de Paulo e de Tecla; Carta aos laodicenses; Evangelho
segundo os hebreus; Epístola de Policarpo aos filipenses; Sete epístolas de
Inácio (este teria sido discípulo de João, mas não reivindica para si
autoridade divina).
CONCLUSÃO
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Mas, muito tempo já se passou desde então. O
evangelicalismo moderno recebeu, especialmente do século passado, um legado
teológico, eclesiástico e litúrgico que precisa ser urgentemente submetido ao
teste da doutrina reformada da Autoridade Suprema das Escrituras.
É tempo de reconsiderar as implicações desta
doutrina. É tempo de reavaliar a nossa fé, nossas práticas eclesiásticas e
nossas próprias vidas à luz desta doutrina. Afinal, admitimos que a Igreja
reformada deve estar sempre se reformando — não pela conformação constante às
últimas novidades, mas pelo retorno e conformação contínuos ao ensino das
Escrituras.
Lema da Reforma: “Eclésia
Reformata Semper Reformanda” (a igreja deve sempre estar aberta para ser
corrigida por Deus, arrepender-se dos seus pecados e se reformar, em
conformidade com o ensino das Escrituras). (Ap 2:5, 16, 21; 3:3, 19).
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No atual clima
de relativismo, a opinião parece ser o único referencial para o que a pessoa
deve crer ou praticar. Dentro desse contexto, o aborto e o homossexualismo são
analisados apenas por critérios puramente pragmáticos. O fato de Deus ter
revelado os limites da sexualidade humana e o respeito pela vida não é mais
válido para o homem moderno. Ele não acredita que Deus tenha falado.
Entretanto, para nós evangélicos, que aceitamos a
Bíblia como a Palavra de Deus, pesa a responsabilidade de levar essa convicção
a sério. Não obstante, é triste notar que, também neste caso, a teoria está
longe da prática.
Hoje em dia, infelizmente,
supostas revelações místicas tem mais autoridade do que a clara exposição da
Bíblia. As pessoas crêem em idéias jamais ensinadas pelos profetas, por Jesus
ou pelos apóstolos: regressão psicológica, decreto, entre outras coisas que
jamais foram ensinadas na Bíblia. Então, por que as praticam? [O motivo é] Por
que funcionam? [O motivo é] Por que atraem as pessoas?
Vale aqui
lembrarmos uma famosa frase de Lutero: "Qualquer ensinamento que
não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover
milagres todos os dias".
“Mas o Espírito
expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. (1 Tm 4:1 -
A.C.F.)
“Porque se levantarão falsos cristos, e falsos
profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os
escolhidos”. (Mc
13:22 - A.C.F.)
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Assumir a
autoridade da Bíblia implica enfatizar aquilo que ela enfatiza. Em nome da
relevância, muitos assimilam filosofias da época atual e saem em busca de
textos fora de contexto para justificar suas práticas antibíblicas.
A partir
do instante em que aceitamos a autoridade da Bíblia, somos chamados pela
força da Palavra a nos submetermos à autoridade de Deus. Se Ele, o Criador,
de fato Se revelou aos homens através de palavras, tal revelação tem a força
de lei para as Suas criaturas.
Como
Soberano do Universo, Deus tem o direito de exigir plena obediência às Suas
ordens e fazer valer Sua autoridade através de justo julgamento. Deus, sendo Onisciente
e Eterno, faz da Sua Palavra autoridade para todas as áreas da vida humana,
sejam elas espirituais, morais, intelectuais e físicas.
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Uma pregação
teocêntrica enfatizará a mensagem da Bíblia. Certamente, ela não é popular.
Nunca o foi. Se o crescimento numérico fosse o critério para a verdade, Jesus
não teria tido muito sucesso na Sua vida terrena, pois até alguns dos Seus
discípulos mais próximos O abandonaram quando Ele começou a expor todas as
implicações do discipulado. Se cremos na Bíblia como a
Palavra de Deus, devemos
pregá-la, quer ouçam quer deixem de ouvir!!!
O povo de Deus abandona as
águas cristalinas da verdade para beber nas cisternas furadas e apodrecidas
do erro. O remédio de Deus parece ser mais amargo, porém é eficaz!
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Sabendo que
a nossa natureza pecaminosa nos impulsiona em direção ao erro e ao pecado,
conhecendo o engano e a corrupção do nosso próprio coração, reconhecendo os
dias difíceis pelos quais passa o evangelicalismo moderno (particularmente no
Brasil), a ojeriza doutrinária, a exegese superficial e a ignorância histórica
que em grande parte caracterizam o evangelicalismo moderno no nosso país, não
temos o direito de assumir que nossa fé e práticas eclesiásticas sejam
corretas, simplesmente por serem geralmente assim consideradas. É necessário
submeter nossa fé e práticas eclesiásticas à Autoridade Suprema das Escrituras.
Assim fazendo, não é improvável que nós, à
semelhança dos Reformadores, também tenhamos que rejeitar considerável entulho
teológico, eclesiástico e litúrgico acumulados nos últimos séculos. Não é
improvável que venhamos a nos surpreender, ao descobrir um evangelicalismo
profundamente tradicionalista, subjetivo e racionalista. Mas não é improvável
também que venhamos a presenciar uma nova e profunda reforma religiosa em nosso
país.
Que assim seja!
Não que concordemos com tudo o que houve na
Reforma Protestante. Até porque os batistas não são protestantes. A
história Batista revela que esta denominação não é filha de Roma, pois não
surgiu da Reforma.
Oh! quanto
amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
Tu, pelos
teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão
sempre comigo.
Tenho mais
entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a
minha meditação.
Entendo mais
do que os antigos; porque guardo os teus preceitos.
Desviei os
meus pés de todo caminho mau, para guardar a tua palavra.
Não me
apartei dos teus juízos, pois tu me ensinaste.
Oh! quão
doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha
boca.
Pelos teus
mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.
Lâmpada para
os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.
(Salmos
119-97-105)
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