Bibliografia

 



INTRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA







 































Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho
(Salmos 119:105)


Pastor Waldemar Alonso Filho


SÍNTESE DA HISTÓRIA BÍBLICA

1. DEUS criou o homem e o colocou no Jardim do Éden
2. O homem pecou e deixou de ser aquilo para o que Deus o tinha destinado. Foi então que Deus pôs em andamento o plano para a salvação do homem e o fez chamando Abraão para que fundasse uma nação, mediante a qual o plano seria executado.
3. A nação não andou nos caminhos do Senhor e foram escravizados no Egito. Após 400 anos, sob a direção de Moisés, o povo foi tirado do Egito de volta à terra prometida de Canaã. A nação se tornou um grande e poderoso reino.
4. O reino foi dividido no fim do reinado de Salomão: Israel, ao norte, 10 tribos, levada cativa pela Assíria em 721 a. C., e Judá, ao sul, 2 tribos, levada cativa pela Babilônia no ano 600 a. C.
5. Encerra-se o Antigo Testamento. 400 anos mais tarde, cumpre-se a promessa pelo aparecimento de Jesus, o Messias, a esperança da humanidade, mediante Quem o homem seria redimido e nascido de novo. Para realizar e consumar Sua obra salvadora, Jesus Cristo MORREU pelo pecado humano, ressuscitou e ordenou que os discípulos saíssem pelo mundo contando a história de Sua vida e Seu poder redentor.
6. Assim, obedecendo à ordem (a “grande comissão”), partiram os discípulos por toda parte, em todas as direções, levando as BOAS NOVAS, alcançando o mundo civilizado conhecido da época. Assim, com o lançamento da obra da redenção humana, encerra-se o Novo Testamento.

A BÍBLIA

“A Bíblia  é o Livro de Deus” (Is 34:16).
A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês, passando primeiro pelo latim bíblia, com origem no grego biblos (folha de papiro do século XI a. C preparada para a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer coleção de vários livros.
No princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II pelos chineses, bem como a invenção do prelo de tipos móveis, em 1450 A. D. por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então tudo era manuscrito como ocorria anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.
Com a invenção do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a “livro” como se vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo (colecionador de livros).
A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla, 398-404 A. D.

Teologicamente a Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Etimologicamente é uma coleção de livros pequenos, cujo autor é Deus, o Espírito Santo é seu real intérprete e Jesus Cristo seu TEMA UNIFICADOR, seu assunto central.

Cerca de 40 personagens se envolveram no registro e compilação dos 66 livros que compõem a Bíblia Sagrada (1 Ts 2:13; 1 Pedro 1:20-21). Os escritores viveram distantes uns dos outros (11 países diferentes), em épocas e condições diferentes, não se conheceram (na época a comunicação era praticamente impossível) pertenceram às mais variadas camadas sociais, e tinham cultura e profissões muito diferentes.
Foram das mais diferentes categorias (19 ocupações diferentes): escritores, estadistas, camponeses, reis, vaqueiros, pescadores, cobradores de impostos, instruídos e ignorantes, judeus e gentios. Ex: legislador (Moisés); general (Josué); profetas (Samuel, Isaías, etc.); Reis (Davi e Salomão); músico (Asafe, compôs 12 Salmos); boiadeiro (Amós); príncipe e estadista (Daniel); sacerdote (Esdras); coletor de impostos (Mateus); médico (Lucas); erudito (Paulo); pescadores (Pedro e João).
São aproximadamente 50 gerações de homens. Um exame das vidas dos escritores mostra a verdade deste testemunho. Esses eram homens sérios. Eles vieram de todos os caminhos da vida. Eram homens de boa reputação e mente brilhante. Muitos deles foram cruelmente perseguidos e mortos pelo testemunho que mantiveram. Não ficaram ricos pelas profecias que deram. Longe disso. Muitos empobreceram. O autor dos cinco primeiros livros da Bíblia escolheu viver uma vida terrivelmente pesada e de lutas ao serviço de Deus em oposição à vida milionária que ele poderia ter tido como o filho do Faraó. Muitos escritores da Bíblia fizeram escolhas semelhantes. Suas motivações certamente não foram convencionais nem mundanamente vantajosas. Eles não eram homens perfeitos, mas eram homens santos. As vidas que eles viveram e os testemunhos que deram e as mortes de que morreram deram forte evidência de que estavam dizendo a verdade.
Cada escritor manifestou seu próprio jeito de escrever (idiossincrasia), seu estilo e características literárias. A Bíblia possui aproximadamente 10 estilos literários diferentes: poéticos (Jó, Sl, Pv); parábolas (evangelhos sinóticos); alegorias (Gl 4); metáforas (Gn 6:6; Êx 15:16;  Dt 13:17; Sl 18:2; 34:16; Lm 3:56; Zc 14:4; 2 Co 3:2-3; Ef 4:30; Tg 3:6); comparações (Mt 10:1; Jo 21:25; Cl 1:23; Tg 1:6); figuras poéticas (Jó 41:1); sátiras (Mt 19:24; 23:24); figuras de linguagem (Sl 36:7; Sl 44:23).
Demoraram cerca de aproximadamente 1600 anos para escrever os 66 livros. 1491 a. C., quando Moisés (teve a visão do passado) começou a escrever o Pentateuco, no meio do trovão no monte Sinai, até 97 d. C., quando o apóstolo João (teve a visão do futuro), ele mesmo um “filho do trovão” (Mc 3:17), escreveu seu evangelho na Ásia Menor.
Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto, que de fato mostra a existência de um só Autor divino, guiando os escritores. A Bíblia é um só livro. Tem um só sistema doutrinário, um só padrão moral (expressão da autoridade de Deus), um só plano de salvação, um só programa das eras.
As diversas narrativas ali encontradas dos mesmos incidentes e ensinamentos não são contraditórias, mas suplementares. Não há em todo o seu conteúdo uma só contradição, e um livro sempre dá continuidade ou complementa o outro, apesar das condições em que foram escritos. Muitas vezes, um autor iniciava um assunto e, séculos depois, outro o completava.
 Os escritores humanos fornecem variedade de estilo e matéria. O Autor Divino garante unidade de revelação e ensino.
Em todo o seu conjunto, possui uma harmonia, que só pode ser explicada como sendo um “MILAGRE”.
A Bíblia é a coleção das exatas palavras dos 66 livros que constituem o seu CÂNON (cânon significa autoridade, regra de fé. O cânon está fechado, não há mais nenhum livro inspirado!!!). Vide (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3).

Assim, a Bíblia é composta:

  • 24 livros os do cânon judaico do VT (equivalentes aos nossos 39 livros, o mesmo que hoje é chamado de "Texto Massorético de BEN CHAYyIM" e que, depois da invenção da Imprensa, foi impresso por Daniel Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da Antuérpia, em 1524-5. A edição da segunda publicação ficou a cargo de Jacob Ben Chayyim);

Não confundir Ben Chayyim com Ben Asher. Não confundir o Texto Massorético de Ben Chayyim (100% genuíno) com o falso Texto Massorético, de Ben Asher (com falsificações e também referido como Bíblia Stuttgartensia). Não confundir a Bíblia Hebraica de Kittel (BHK) 1ª e 2ª edição [1906 e 1912, boas, baseadas no Texto Massorético de Ben Chayyim] com as BHK edições posteriores, más, baseadas no falso Texto Massorético, de Ben Asher.

  • 27 livros os do cânon do NT (os mesmos que, depois da invenção da Imprensa, foram impressos, terminando por serem conhecidos pelo nome de TR, ou "Textus Receptus", isto é, "O Texto Recebido").
"Textus Receptus": do latim “textum ergo habes, nunc ab amnibus receptum”, que significa: texto ora recebido por todos. Foi a frase escrita no prefácio da edição de 1633, do N.T. grego dos irmãos Elzevir (impressores holandeses de origem judaica). São os 27 livros do N.T. que foram recebidos pelas igrejas do século I, das mãos dos homens inspirados por Deus para escrevê-lo; e, também, recebido pela Reforma, das mãos das pequeninas igrejas fiéis {perseguidas por Roma} e da Igreja Grega Ortodoxa. O T.R. foi o texto usado pela igreja por quase 2000 anos, antes de surgirem as versões modernas e deturpadas da Bíblia, baseadas no texto crítico, em 1881, com o surgimento do “Novo Texto Grego” de Westcott e Hort. O T.R. foi usado em todo o período bizantino (312-1453), donde foi traduzido por Almeida e é o texto grego do N.T. que os reformadores (Reforma Protestante) usaram no século XVI e XVII, para traduzir a Bíblia em vários idiomas, inclusive o português.

O nome “massoretas” se refere aos rabinos judeus surgidos aproximadamente no ano 100 d.C. que conservavam e transmitiam o texto bíblico. Eles substituíram os escribas. Faziam anotações às margens do texto, chamadas massorah. Eles incorporaram os sinais vocálicos ao texto hebraico (que não possui vogais), entre o 5º e 6º séculos.

Apesar de toda oposição, a Bíblia é o livro mais antigo, mais famoso e mais lido do mundo. Escrito em mais de 2000 línguas e dialetos, já atravessou 3.000 anos. É também o livro de maior circulação em todo o mundo. Em 1996, por exemplo, foram distribuídos 20 milhões de Bíblias em todo o mundo. Só no Brasil, foram quase 7 milhões e na China circulam cerca de 3 milhões.  Por tudo isto, podemos dizer, sem medo de errar que a Bíblia tem origem sobre-humana!

Os nomes mais comuns dados à Bíblia são: Livro do Senhor (Is 34:16); Palavra de Deus             (Mc 7:13; Jo 10:35; Hb 4:12); Escrituras ou Sagradas Escrituras (Mt 21:42; Lc 4:21; Jo 7:38, 42; Rm 1:2; Rm 4:3; Gl 4:30); a Verdade (Jo 17:17; Rm 15:8); Lei (Sl 119); Lc 10:26; Mt 5:18); Mandamentos (Sl 119); a Lei e os Profetas (Mt 5:17; Lc 16:16); a Lei de Moisés (Lc 24:44); Oráculos de Deus (Rm 3:2).

Assim como Jesus Cristo (que é a Palavra Viva = 1 Jo 1:1; Ap 19:13) é 100% Humano e 100% Divino, a Bíblia (que é a Palavra escrita) é humana e divina e sem erros!!!

A Palavra de Deus é: inspirada (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe 1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19); eterna (Sl 119:89; Mt 24:35); única regra de fé e prática (Is 8:20; Jo 12:48); suficiente para a vida cristã (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3); lâmpada para os nosso pés (Sl 119:105); amada pelos salvos (Sl 119:47, 72, 82, 97); purificação da vida (Sl 119:9); para ler, estudar e examinar (Dt 17:19; Js 1:8; Jo 5:39; At 17:11); alimento espiritual (1 Pe 2:2); para a santificação (Jo 17:17); proveitosa para toda boa obra (2 Tm 3:16); preservada (Lc 21:33); fogo consumidor (Jr 5:14); martelo (Jr 23:29); fonte de vida (Ez 37:7); poder para a salvação (Rm 1:16); penetrante (Hb 4:12); algo a ser defendido pelos santos (Jd 3); para ser pregada a todos (Mt 28:18-20; Mc 16:15); espelho (Tg 1:23-25); semente (1 Pe 1:23); espada (Ef 6:17); comida (Hb 5:12-14); mel (Sl 119:103); leite (Hb 5:13); viva e atual (Jo 6:63 b; Hb 4:12; 1 Pe 1:23; 1 Jo 1:1).

NOTA IMPORTANTE: A BÍBLIA É O LIVRO PELO QUAL TODOS OS HOMENS SERÃO JULGADOS:  Jo 12:48



A UTILIDADE DA BÍBLIA:

   “Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Tm 3:16-17. Examine ainda 1 Coríntios 10:11 e Romanos 15:4.
               A BÍBLIA É UM LIVRO PARA: ser buscado/examinado (Jo 5:39); crido (Jo 2:22); lido               (1 Tm 4:13); recebido (1 Ts 2:13); confirmado e aceito (At 17:11).
               A BÍBLIA TEM MUITOS OBJETIVOS: avisar os crentes (1 Co 10:11); manifestar o cuidado de Deus (1 Co 9:9, 10); ensinar e instruir (Rm 15:4); aperfeiçoar o cristão para toda boa obra (2 Tm 3:16-17); fazer o homem sábio para a salvação (2 Tm 3:15); produzir fé na divindade de Cristo (Jo 20:31); produzir vida eterna  (Jo 5:24).

A unidade da Bíblia é sem paralelo. Nunca, em qualquer outro lugar, uniram-se tantos tratados diferentes, históricos, biográficos, éticos, proféticos e poéticos, para perfazer um livro. Assim como todas as pedras lavradas e as tábuas de madeira compõem um edifício ou, melhor ainda, como todos os ossos, músculos e ligamentos se combinam em um corpo, assim também é com a Bíblia.  

A MENSAGEM SINGULAR DA BÍBLIA

Entre a Bíblia e os outros escritos religiosos e filosóficos existe um abismo intransponível. A Bíblia é o único Livro que “se atreve” a prever o futuro e o faz com 100% de precisão e acerto!!! (Dt 18:20-22; Is 41:22-23; 42:8-9; 44:6-8).
Certamente, valores como a verdade, a honestidade, a justiça e o altruísmo são comuns aos melhores escritos da humanidade. Nisso, a Bíblia se identifica com todos os outros. Mas, o que dizer do Deus apresentado pela Bíblia? Que contraste com a energia impessoal do Hinduísmo ou com os frágeis e grotescos deuses dos panteões greco-romanos! Deus Se apresenta em toda a Sua majestade e grandeza: Santo, Justo, Fiel, Onipotente, Onipresente e Onisciente; Perfeito em amor e misericórdia, Imutável em todos os Seus atributos!!!
O próprio mistério da Trindade demonstra um Deus maior que nossa razão. O homem, na Bíblia, é retratado no seu melhor e no seu pior estado. Enquanto na Filosofia o homem é deificado como senhor do seu próprio destino, na Bíblia, o homem é criatura de Deus, pecador e dependente.
Enquanto em algumas crendices o homem é parte de um jogo de dados cósmicos, joguete nas mãos de forças poderosas, na Bíblia, o homem é criado por Deus com dignidade e sentido na História.
O caminho bíblico para a salvação vai de encontro à idéia arraigada, no espírito humano, de que cada um deve promover a sua própria salvação. Na Bíblia, a salvação é um presente que não pode ser comprado, mas deve ser recebido com gratidão.
O perdão dos pecados não ocorre por cerimônias vazias (como na igreja católica romana, por exemplo), mas, mediante a morte do Filho de Deus na cruz, no lugar dos pecadores. O destino final, na Bíblia, não é a aniquilação da personalidade, nem um paraíso de prazeres carnais (como no Islamismo); mas, a comunhão com Deus por toda a eternidade. E isto ocorrerá somente para aqueles que um dia aceitaram o caminho oferecido por Deus (Jesus Cristo – Jo 14:6).
Homens não narrariam seus próprios pecados, derrotas, idolatrias, etc. Nenhum homem conceberia a idéia de um inferno de sofrimento eterno. Isto mostra que a Bíblia é um livro inspirado por Deus!





A Bíblia se opõe a certos conceitos filosóficos do mundo, e os refuta:

1) Ateísmo (Sl 14:1; 53:1; Jr 4:22)
2) Politeísmo (Mc 12:32; 1 Co 8:6; Ef 4:6; 1 Tm 2:5; Tg 2:19)
3) Materialismo (Mt 6:19-21, 24; Mt 19:16-26, 29; 1 Tm 6:10a; Sl 62:10b)
4) Panteísmo (Gn 1:1, 26; Mt 1:1, 18; Jo 1:1, 18; 16:7; 2 Co 13:14; Hb 13:8; 1 Jo 5:7)
5) A eternidade da matéria (Gn 1:1).
6) Filosofia (1 Co 1:22; Cl 2:8; 1 Tm 6:20; Tg 1:5).

CAPÍTULOS E VERSÍCULOS:

A divisão da Bíblia em capítulos só veio acontecer no ano de 1250 A. D., pelo cardeal Hugo de Sancto Caro, monge dominicano. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Stephen Langton, professor da Universidade de Paris e mais tarde arcebispo da Cantuária, em 1227.
Em 1525, Jacob Ben Hayim, na Bíblia Bomberg, em Veneza, havia dividido o Antigo Testamento em versículos.
O Novo Testamento foi dividido em versículos em 1551, por Robert Stephanus, um impressor de Paris, que publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555.

ABREVIATURAS:

Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de abreviaturas para se referir aos textos bíblicos. Um dos formatos convencionados segue o padrão abaixo:

  • Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos;
  • O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos;
  • A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de versos;
  • O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do mesmo livro ou não, se seguido de nova abreviação.

Exemplos:

2 Ts 2:2-12 = Segunda Tessalonicenses, capítulo 2, versículos 2 a 12
Gn 3:1-15 = Gênesis, capítulo 3, versículos 1 a 15.
Rm 11:18 = Romanos, capítulo 11, versículo 18.
Dn 9:25, 27; 11:3-43 = Daniel, capítulo 9, versículos 25 e 27; e capítulo 11, versículos 3 a 43.
Mt 24-26; Ap 1:1-8 = Mateus, cap. 24 ao cap. 26; Apocalipse, capítulo 1, versículos 1 a 8.

ALGUNS TERMOS IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS:

Antilegômena: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certos momentos da História foram questionados por alguns.
Apócrifos: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns (como a igreja católica romana), mas rejeitados por outros, por não serem inspirados e conterem muitos erros, o que prova serem de autoria humana e não divina.
Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh", regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados.
Epístolas = Cartas.
Evangelho = Caminho; boas novas.
Homologoumena: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos e que em momento algum foram questionados.
Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir “a idéia” e não as palavras;
Pseudepígrafos: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos (não canônicos) rejeitados por todos. Seus escritos se desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos;
Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de evangelhos sinópticos, pois são muito parecidos e sintetizam a vida de Jesus;
Testamento = Aliança, Pacto, Acordo;
Tradução = Transliteração de uma língua para outra;
Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto, mediante comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito;
Versão = Tradução da língua original para outra língua.

De capa a capa a Bíblia é a mensagem do amor de Deus por nós.                   Devemos estudá-la diligentemente todos os dias para termos                      discernimento e crescimento espiritual e vivermos no padrão de Deus,          glorificando nosso Criador e Redentor.


CURIOSIDADES BÍBLICAS:

  • é o livro mais antigo da Bíblia. Acredita-se que foi escrito por Moisés, quando esteve no deserto;
  • Foram usados 3 idiomas na confecção da Bíblia: hebraico e aramaico  (A.T.) e grego (N.T.);
  • Foi escrita em aproximadamente 1500/1600 anos, por uns 40 autores e contém 66 livros;
  • Texto áureo da Bíblia: João 3:16;
  • A "Epístola da Alegria", a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões de alegria aparecem 21 vezes na epístola;
  • Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas um homem (Jz 16:19);
  • O nome mais cumprido e estranho de toda a Bíblia é Maer-Salal-Has-Baz - filho de Isaías           (Is 8:3-4);
  • Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais       (Am 6:5);
  • O nome "cristão" só aparece três vezes na Bíblia (At 11:26;  At 26:28 e 1 Pe 4:16);
  • O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías;
  • 1 Cr 16:8-36 transcreve o Sl 105 na íntegra;
  • O A.T. encerra citando a palavra “maldição”; o N.T. encerra citando “a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo”;
  • O nome de JESUS consta no primeiro e último versículo do N.T.;
  • Israel é considerada a “menina dos olhos de Deus” (Dt 32:10; Zc 2:8);
  • A Bíblia contém cerca de 3.565.480 letras, 773.692 palavras, 31.173 versículos, 1.189 capítulos e 66 livros;
  • O capítulo mais comprido é o Salmo 119;
  • O capítulo mais curto é o Salmo 117;
  • O meio exato da Bíblia é o versículo 8 do Salmo 118;
  • O versículo mais longo está em Ester 8:9;
  • O versículo mais curto é: "Não matarás" em Êxodo 20:13 (10 letras);
  • As tábuas da lei foram feitas por Deus e quebradas por Moisés, e depois feitas por Moisés e reescritas por Deus (Êx 34:1);
  • Moisés fez o povo beber o ouro do bezerro da desobediência (Êx 32:19-20);
  • A arca de Noé media 134 m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura; sua área total nos três pisos era de 9.250 (m²) e tinha um volume total de 43.150 (m³);
  • Noé permaneceu na arca 382 dias, sendo o ano judaico de 360 dias (Gn 7:9-11; 8:13-19);
  • Davi foi ungido três vezes obtendo uma gloriosa confirmação (1 Sm 16:13; 2 Sm 2:4;             1 Cr 11:3);
  • Salomão não era o único sábio, havia mais quatro sábios (1 Rs 4:29-31);
  • Salomão disse 3.000 provérbios e 1005 cânticos. (1 Rs 4:32);
  • O A. T. apresenta 332 profecias literalmente cumpridas na pessoa de Jesus Cristo;
  • Paulo pregou o maior discurso descrito na Bíblia (At 20:7-11);
  • O maior profeta jamais realizou um milagre, contudo foi o pregador mais convincente          (Jo 10:41-42);
  • O "sermão do monte" poderia ser chamado de "sermão da planície" (Mt 5:1; Lc 6:17);
  • O Salmo 22 é alfabético - um versículo para cada letra do alfabeto hebraico;
  • O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito versículos. Cada uma das seções inicia com uma letra do alfabeto hebraico, de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia com a letra da seção;
  • No livro Lamentações de Jeremias, os capítulos 1, 2 e 4 tem versículos em número de 22 cada, compreendendo as letras do alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto;
  • A expressão "o caminho de um Sábado" corresponde ao caminho permitido no dia de Sábado; a distância que ia da extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no deserto, isto é, cerca de 1.200 metros;
  • Para a leitura completa da Bíblia, são necessárias 49 horas, a saber: 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 horas para a do Novo Testamento;
  • Para lê-la de forma audível, em velocidade normal de fala, é necessário aproximadamente 71 horas. Se você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia;
  • A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma série de gravuras ilustrativas e pode ser lida com o auxílio de uma lente;
  • A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja superfície estão gravados os textos;
  • Foi a primeira obra impressa por Gutenberg (vulgata), em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas, em 1452, em Mainz - Alemanha;
  • A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica/louças (óstracos);
  • Com exceção de alguns textos do livro de Esdras e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes;
  • A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;
  • Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;
  • A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e se iniciou com D. Diniz (1279-1325);
  • A primeira citação da redondeza da terra confirmava a idéia de Galileu, de um planeta esférico. Bastava que os descobridores conhecessem a Bíblia. (Is 40: 22);
  • A Bíblia também mostra, em seu livro mais antigo (Jó), que a Terra está suspensa no vazio (Jó 26:7);
  • A existência de dinossauros, convivendo com humanos, está narrado na Bíblia: o Beemonte (Jó 40:15-17), e o Leviatã (Jó 41:1), sendo que, este último, em algumas versões deturpadas da Bíblia, consta como “crocodilo”, o que contradiz o contexto do capítulo;
  • Na Bíblia, também lemos que a luz foi criada antes do Sol, algo que só foi descoberto pela ciência recentemente (Gn 1:3-5);
  • Lemos que Jesus será a luz da “nova Terra” (Lc 17:24; Ap 21:23; 22:5);
  • Jesus, a luz vista por Paulo, a caminho de Damasco, é mais brilhante que o Sol do meio-dia (At 9:3; 26:13-15);
  • A palavra fé, no Antigo Testamento, é encontrada apenas em Hc 2: 4;
  • A palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no V.T. e 1.170 vezes no N.T., num total de 3.828 vezes;
  • Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários nomes;
  • Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem o nome DEUS;
  • A expressão "Assim diz o Senhor" e equivalentes aparecem cerca de 3.800 vezes na Bíblia;
  • A vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento;
  • A expressão "Não Temas!" é encontrada 366 vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano e mais uma para os anos bissextos!;
  • No Salmo 107, há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o 31;
  • Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma maneira;
  • Em Êxodo 3.14, Deus, pela primeira vez, revela Seu Nome: “Eu Sou Quem Sou”, ou Yahweh (Jeová) - Este é o nome mais comum de Deus no Velho Testamento, aparecendo cerca de 6.800 vezes na língua original, o Hebraico. Em nossa tradução, esse Nome vem traduzido por "Senhor" e aparece 1.853 vezes;
  • Adão - o homem no Jardim do Éden – o seu nome significa "ser humano";
  • À medida que os apóstolos levaram o evangelho pelo mundo, muitas das palavras do Senhor e muitas reminiscências sobre Ele circulavam oralmente. Uma evidência disso ocorre quando Paulo, ao falar aos anciãos de Éfeso, empregou uma declaração de Jesus que não consta de parte alguma dos evangelhos (At 20:35);
  • Adão e Eva tiveram ouros filhos e filhas, o que revela de onde Caim obteve sua esposa (Gn 5:4);
  • Sara era meio-irmã de Abraão (Gn 20:12);
  • Eva não comeu uma “maçã”, mas um fruto não especificado (Gn 3:6);
  • Os magos que visitaram Jesus não eram reis e não eram três, pois a Bíblia diz “uns magos” (Mt 2:1);
  • A palavra Salmos, em hebraico, significa “louvores” (do grego Psallo = Salmos);
  • A Bíblia tem 3 Autores: o Pai (2 Tm 3:16); o Filho (Gl 1:12) e o Espírito Santo (2 Pe 1:21);
  • Os Salmos 120 ao 134 são conhecidos como “Cânticos dos Degraus”, pois eram cantados na peregrinação a Jerusalém, quando subiam os 15 degraus do templo (15 Salmos).
  • Na leitura da Bíblia, é Deus quem fala aos corações dos homens. Na leitura dos Salmos, geralmente, somos nós quem falamos com Deus.
  • A Bíblia é a eterna Palavra de Deus. Foi dada ao homem por Deus para ser o absoluto, o supremo, o competente, o infalível e imutável padrão de fé e prática.






O livro de Isaías:

·         Também conhecido como “o Evangelho do Antigo Testamento”.
·         É tido como uma miniatura da Bíblia:
·         Tem 66 capítulos, assim como a Bíblia tem 66 livros.
·         A primeira seção tem 39 capítulos/livros e corresponde à mensagem do Antigo Testamento.
·         A segunda seção tem 27 capítulos/livros tratando do conforto, promessa e salvação, correspondendo à mensagem do Novo Testamento.
·         Assim como o NT termina falando do novo céu e nova Terra, o mesmo ocorre no término de Isaías (66:22).
·         O próprio nome Isaías tem semelhança com o significado do nome de Jesus: Isaías quer dizer Salvação de Jeová e Jesus, Jeová é Salvação.

Algo muito significante é que a Bíblia contém três advertências solenes contra qualquer tentativa de acrescentar (ou diminuir) palavras ao livro inspirado de Deus e esta significação é grandemente acentuada pelo fato de que a primeira de tais advertências foi escrita pelo primeiro de todos os escritores da Bíblia, enquanto que a terceira foi escrita pelo último dos escritores:
MOISÉS – que teve visão, dada pelo Espírito, do passado desconhecido, escreveu a primeira: Dt 4:2; 12:32;
SALOMÃO – o homem mais sábio que já viveu, escreveu a segunda: Pv 30:6; Ec 3:14;
JOÃO – para quem foi dada tão maravilhosa revelação do futuro, escreveu a terceira: Ap 22:18-19.              

DIVISÃO DOS LIVROS:

            Nós, cristãos (igreja), agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:

  • 5 da Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt), formando o Pentateuco;
  • 12 históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs, 1 e 2Cr, Ed, Ne, Et);
  • 5 poéticos (Jó, Sl, Pv, Ec, Ct);
  • 5 profetas maiores (Is, Jr, Lm, Ez, Dn);
  • 12 profetas menores (Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc, Ml).

A Tanakh (o A. T. dos judeus) e a divisão de Flávio Josefo (Lc 24:44)


TEXTO MASSORÉTICO
FLÁVIO JOSEFO - 22 livros
(a distribuição é hipotética)
TORÁH
(A Lei)
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
Chumash = os cinco livros/Pentateuco
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
NEBI'IM
(Profetas)
Profetas anteriores - Js, Jz, Sm, Rs = 4
Profetas posteriores - Is, Jr, Ez, XII = 4
Js, Jz-Rt, Sm, Rs. Is, Jr-Lm, Ez, XII, Dn, Ec, Es-Ne, Et, Cr = 13
KEThUBhIM
(Escritos) Gr.
Hagiographa
Poesia e sabedoria - Sl, Jó, Pv = 3
"Megilloth" - Rt, Ct, Ec, Lm, Et = 5
História - Dn, Ed-Ne, Cr = 3
Poesia e sabedoria - Sl, Pv, Jó, Ct = 4

OBSERVAÇÕES:

a) Os Profetas e os Escritos: também eram conhecidos pelos nomes dos seus primeiros livros, “Isaías” e “Salmos”, respectivamente.
b) Profetas Posteriores: porque exerceram o ministério no período compreendido entre os cativeiros Assírio e Babilônico até o retorno dos judeus à Palestina, após 70 anos sob o domínio babilônico.
c) Os livros históricos são de autores que não eram profetas oficiais, mas que possuíam o dom de profecia.
d) O Rolo dos Doze – XII inclui os livros de: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
e) Os Cinco rolos (Megilloth) são cada um usado na ocasião de uma festa específica: Cantares na Páscoa; Rute no Pentecostes; Lamentações no dia 9 do mês Abibe (no aniversário da destruição de Jerusalém); Eclesiastes na Festa dos Tabernáculos; Ester na Festa de Purim.
f) O primeiro livro da Escritura hebraica é Gênesis e o último Crônicas (Mt 23:35; Gn 4:8;                 2 Cr 24:20-22).
g) No Cânon hebraico, como no nosso Cânon, os livros não estão em ordem cronológica.
h) São 24 livros, visto que os seguintes livros são assim considerados: Samuel (engloba 1 e 2 Sm), Crônicas (engloba 1 e 2 Cr), Reis (engloba 1 e 2 Rs), Os Doze (são contados como um só livro), Esdras (inclui Neemias). [39 livros menos 15 = 24).
i) Flávio Josefo, historiador judeu reduziu os 24 livros para 22 livros, em correspondência às 22 letras do alfabeto hebraico, combinando Rute com Juízes e Lamentações com Jeremias.
j) O Novo Testamento menciona uma divisão tripla do Antigo Testamento: "A Lei, os Profetas e os Salmos" (Lucas 24:44).
k) Jesus Cristo mencionou estas 3 divisões do V. T. em Lc 11:49-51, Lc 24:44 e Mt 23:34-36.
l) O livro de Eclesiástico (apócrifo), escrito em cerca de 130 antes de Cristo fala em "a lei, os profetas e os outros escritos". Confira Mateus 23:35 e Lucas 11:51 que refletem o arranjo da Bíblia Hebraica.

“O Novo Testamento está no Antigo Testamento ocultado,
e o Antigo Testamento, no Novo Testamento revelado”.

Os 27 livros do Novo Testamento são:

  • (BIOGRAFIA) 4 Evangelhos (Mt, Mc, Lc, Jo);
  • (HISTÓRIA) 1 histórico (At);
  • (DOUTRINA) 21 epístolas. São elas: 
a) 9 a igrejas locais (Rm, 1 e 2 Co, Gl, Ef, Fp, Cl, 1 e 2 Ts);
b) 6 pastorais (1 e 2 Tm, Tt, Fm, 2 e 3 Jo);
c) 6 universais (Hb, Tg, 1 e 2 Pe, 1 Jo, Jd).
  • (PROFECIA) 1 profético (Ap).

DIVISÃO CRISTOCÊNTRICA

Os crentes anteriores a Cristo olhavam adiante com grande expectativa (1 Pe 1:11-12), ao passo que os crentes de nossos dias vêem em Cristo a concretização dos planos de Deus.

A Bíblia pode ser dividida na estrutura geral e Cristocêntrica. Isso se baseia nos ensinos do próprio Jesus, cerca de cinco vezes no Novo Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7).
            Sim, Cristo é o centro e o coração da Bíblia, porque o Antigo Testamento descreve uma nação e o Novo Testamento descreve um HOMEM. Toda a Bíblia se converge para Cristo, como deixa claro João 20:31.
               CRISTO é a nossa Palavra Viva (Apocalipse 19:13) que percorre todas as páginas das Sagradas Escrituras. Examine ainda Lc 24:44. Considerando CRISTO como o tema central da Bíblia, toda ela poderá ficar resumida assim:


Centro = lugar de equilíbrio (Jesus = equilíbrio perfeito)

A Árvore da Vida, um tipo de Cristo, está no centro (Gn 2:9). O Sl 118:8 é o centro da Bíblia (594 capítulos antes e 594 capítulos depois). O Tabernáculo, um tipo de Cristo, ficava no centro do acampamento (Lv 26:11). Jesus, quando era criança, era o centro das atenções (Lc 2:46). Ele está no meio (centro) dos crentes (Mt 18:20). Foi crucificado entre dois ladrões (Mt 27:38). Jesus ressuscitado apareceu no meio dos discípulos (Jo 20:19). Vide também Ap 1:13; 5:6. 

ANTIGO TESTAMENTO: (Jesus virá)
OBS: de uma forma geral, todo o A. T. trata da preparação para o advento de Cristo.

LEI: Fundamento da chegada de Cristo.
HISTÓRIA: Preparação para a chegada de Cristo.
POESIA: Anelo pela chegada de Cristo.
PROFECIA: Certeza da chegada de Cristo.

NOVO TESTAMENTO: (Jesus já veio)
OBS: O N. T. trata da manifestação de Jesus Cristo.

EVANGELHOS: Manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
ATOS: Propagação de Cristo, por meio da igreja.
EPÍSTOLAS: Explanação, interpretação e aplicação de Cristo. São os detalhes da doutrina.
APOCALIPSE: Consumação de todas as coisas em Cristo.

Desta forma, tendo CRISTO como TEMA CENTRAL, podemos resumir todo o Antigo Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é claro, como Redentor).
Assim, as Escrituras sem a pessoa de JESUS seriam como a física sem a matéria e o matemático sem os números.
Já imaginou um cristão sem a Bíblia?


I - ANTIGO TESTAMENTO:
O ANTIGO TESTAMENTO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES:

1 – Pentateuco, Livros da Lei ou Torah – são 5 livros:

Gênesis – Como a palavra bem indica, é o livro dos princípios: do céu e da Terra, das ilhas e dos mares, dos animais e do homem. Com Abraão, temos o começo de uma raça, um povo, uma revelação divina particular e finalmente uma igreja.
Êxodo – Relata o povo de Deus escravizado no Egito e a grande libertação divina, usando a instrumentalidade de Moisés.
Levítico – Leis acerca da moralidade, limpeza, alimentos, sacrifícios, etc.
Números – Relata a peregrinação de Israel, quarenta anos pelo deserto.
Deuteronômio – Repetição das leis.





2 – Livros Históricos – são 12 livros:

Divide-se em quatro períodos da História de Israel:

a) Teocracia (Juízes)
b) Monarquia (Saul, Davi, Salomão)
c) Divisão do Reino e Cativeiro (Judá, Israel)
d) Período pós-cativeiro

Josué – Trata da conquista de Canaã. O milagre da passagem do Rio Jordão, a queda das muralhas de Jericó, a vitória sobre as sete nações cananéias, a divisão da terra prometida e, finalmente, a morte de Josué com cento e dez anos.
Juízes – Várias libertações através dos quinze juízes.
Rute – A linda história de Rute, uma ascendente de Davi e de Jesus Cristo.
1 e 2 Samuel – Relatam a história de Samuel, da implantação da monarquia, sendo Saul o primeiro rei ungido por Samuel, Samuel como o último juiz e a história de Davi.
1 e 2 Reis – Relatam a edificação do Templo de Jerusalém, a divisão do reino. Ministério de Elias e Eliseu. Ainda em II Reis, está relatado o cativeiro do Reino do Norte pelos exércitos assírios, e do Sul com o poderio caldeu de Nabucodonossor.
1 e 2 Crônicas – Registram os reinados de Davi, Salomão e dos reis de Judá até a época do cativeiro babilônico.
Esdras – Relata o retorno de Judá do cativeiro babilônico com Zorobabel e a reconstrução do templo de Jerusalém.
Neemias – Relata a história da reedificação das muralhas de Jerusalém.
Ester – Relata a libertação dos judeus por Ester e o estabelecimento da festa de Purim.

3 – Livros Poéticos – são 5 livros:

– Sofrimento, paciência e libertação de Jó.
Salmos – Cânticos espirituais, proclamações, poemas e orações.
Provérbios – Dissertações sobre sabedoria, temperança, justiça, etc.
Eclesiastes – Reflexões sobre a vida, deveres e obrigações perante Deus.
Cantares de Salomão – Descreve o amor de Salomão pela jovem sulamita, simbolizando o amor de Jesus pela igreja.

4 – Profetas – são 17 livros:

São os livros proféticos de acordo com as duas grandes crises do povo judeu:


CRISE
ASSÍRIA
CRISE
BABILÔNICA
DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO
APÓS O
CATIVEIRO BABILÔNICO
Joel
Amós
Jonas
Oséias
Isaías
Miquéias
Naum
Sofonias
Habacuque
Jeremias
Lamentações
Obadias
Daniel
Ezequiel
Ageu
Zacarias
Malaquias

a) Profetas Maiores – são 5 livros:

Isaías – Muitas profecias messiânicas. É considerado o profeta da redenção. O livro contém maldições pronunciadas sobre as nações pecadoras.
Jeremias – Tem por tema a reincidência, o cativeiro e a restauração dos judeus. Jeremias é considerado “o profeta chorão”.
Lamentações – Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.
Ezequiel – Um livro que contém muitas metáforas para descrever a condição, exaltação e a glória futura do povo de Deus.
Daniel – Visões apocalípticas.

b) Profetas Menores – são 12 livros:

Oséias – Relata a apostasia de Israel, caracterizada como adultério espiritual. Contém muitas metáforas que descrevem os pecados do povo.
Joel – Descreve o arrependimento de Judá e as bênçãos. “O Dia do Senhor” é enfatizado como um Dia de juízo e também de bênçãos.
Amós – Através de visões, o profeta reformador denuncia o egoísmo e o pecado.
Obadias – A condenação de Edom e a libertação de Israel.
Jonas – Relata a história de Jonas, o missionário que relutou para levar a mensagem de Deus à cidade de Nínive. O mais bem sucedido dentre os profetas. Um dos profetas que pregou o arrependimento ao povo. O povo se arrependeu e o profeta ficou triste e desejou a morte.
Miquéias – Condição moral de Israel e Judá. Também prediz o estabelecimento do reino messiânico.
Naum – A destruição de Nínive e a libertação de Judá da opressão assíria.
Habacuque – O grande questionamento do profeta a Deus. Como pode Deus ser Justo e permitir que uma nação pecadora oprima Israel? Contém uma das mais belas orações da Bíblia.
Sofonias – Ameaças e visão da glória futura de Israel.
Ageu – Repreende o povo por negligenciar a construção do segundo templo e promete a volta da glória de Deus.
Zacarias – Através de visões, profetiza o triunfo final do reino de Deus. Zacarias ajudou a animar os judeus a reconstruírem o templo. Foi contemporâneo de Ageu.
Malaquias – Descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias.


Terminamos o Velho Testamento com a palavra "maldição". Até aqui Cristo foi prometido, mas não visto. A Esperança era prevista, mas não obtida.



Por quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o Senhor". Em todo este tempo (de 397 a. C. até 6 a. C.),
nenhum escritor inspirado apareceu. Por isto, este período é chamado de:
"Os Anos Silenciosos", “O Período Intertestamentário” ou "O Período Negro".
Os livros apócrifos são deste período.

II - NOVO TESTAMENTO:
              
O Velho Testamento mostra o problema, mas não revela completamente a solução.
O Novo Testamento dá a resposta ao problema e aponta a solução:
 JESUS CRISTO!

O NOVO TESTAMENTO TAMBÉM TEM QUATRO DIVISÕES:

1 – Os Evangelhos ou Biográficos:

  • Mateus, Marcos, Lucas e João - Tratam do nascimento, vida, obra, morte, ressurreição e ascensão de Um Homem chamado Jesus, O Filho de Deus, O Messias Prometido a Israel.
            A questão central é a carreira terrena de Jesus Cristo.

·         Os temas e as datas dos Evangelhos:

Mateus: O Prometido está - veja o Seu reinado/soberania (Suas qualificações).
Marcos: Assim Ele trabalhou - veja o Seu trabalho (Seu poder).
Lucas: Assim Ele era - veja a Sua humanidade (Sua natureza).
João: Assim Ele é - veja a Sua divindade.

Mateus (40-55 d. C.): Foi escrito para os JUDEUS. Faz conexão com o Velho Testamento (as Escrituras Hebraicas). Revela o Messias como o REI prometido do Velho Testamento aos Judeus, O soberano que veio ordenar e reinar (autoridade Mt 1:1; 16:16-19; 28:18-20). Traz a linhagem/genealogia “Real” de Jesus (Rei) até Suas raízes judaicas, como Filho do Rei Davi (conf. Mt 1:1). O Novo Testamento é o cumprimento do Velho Testamento - note logo no começo do Novo Testamento o que diz Mateus 1:22. É por isto que Deus diz em Mateus: "Este é o meu amado Filho em quem me comprazo: escutai-O" (Mt 17:5). É o evangelho que mais traz profecias.

Marcos (57-63 d. C.):  Foi escrito para o povo ROMANO. Representa o Messias como o SERVO Fiel e Obediente de Deus, Aquele que veio servir e sofrer (Mc 10:45). Não traz genealogia, pois para o servo, isso não conta, pois servo não é uma pessoa de quem se procure uma genealogia. Marcos é um judeu-gentio (João Marcos), cujo nome faz conexão com o judeu e o gentio. Relata mais milagres, pois os romanos se interessavam mais por ações/resultados que palavras.

Lucas (63 d. C.): Foi escrito para os GREGOS. Relata o Messias como o Homem Perfeito, o FILHO DO HOMEM, Aquele que veio repartir e Se compadecer (Lc 19:10). Os gregos gostavam de tudo detalhado. Lucas tem genealogia, mostrando que Jesus é Perfeito. Traz a linhagem/genealogia “humana” de Jesus até o primeiro homem, Adão, mostrando Jesus como Homem Perfeito (conf. Lc 3:38). Mesmo tentado na carne, Ele continuou Perfeito. Lucas era um médico e um gentio (narra o sofrimento de Cristo em detalhes que só um médico poderia fazer).

João (90 d. C.): foi escrito para TODO O MUNDO, com o propósito de levar o homem a Cristo. João apresenta Jesus como o FILHO DE DEUS, Aquele que veio revelar e redimir (Jo 1:1-4; 20:31). Tudo no evangelho de João ilustra e demonstra o relacionamento de Cristo com o Pai. É onde Jesus trata mais a Deus como Pai (Abba Pai). Não traz genealogia, pois, Jesus Cristo, sendo 100% Deus, é Eterno, sem princípio, meio ou fim. Sua linhagem é “espiritual”, eterna!!!
Os sinópticos diferem do Evangelho de João nas seguintes maneiras:

Mateus, Marcos e Lucas
Os fatos da vida exterior de Cristo
Os aspectos da Sua vida humana
Os Seus discursos públicos
O ministério na Galiléia
João
A vida íntima de Cristo
A vida divina de Cristo
Os discursos pessoais
O ministério na Judéia

A crítica está cada vez mais voltando ao ponto de vista tradicional quanto à data e autoria de diversos livros. Há razão para crermos que os Evangelhos sinópticos foram escritos na ordem: Mateus, Lucas e Marcos. Orígenes freqüentemente os cita nessa ordem e Clemente de Alexandria, antes dele, coloca os Evangelhos que contêm genealogia primeiro, com base na tradição que ele recebeu dos “antigos antes dele”. De acordo com Euzébio, H. E., Vi. Xiv. Esta opinião é reforçada pela consideração de que os Evangelhos surgiram das circunstâncias e ocasiões da época. (Palestras em Teologia Sistemática, Henry Clarence Thiessen (Ed. Batista Regular, pág 58).

Os quatro relatam os tipos mostrados em Ezequiel 1.10 e em Apocalipse 4.6-8, ilustrando os quatro animais "no meio do trono, e ao redor do trono" com a semelhança de:
·         leão (Mateus - rei),
·         bezerro (Marcos – servo),
·         rosto como de homem (Lucas - filho do homem) e
·         semelhante a uma águia voando (João - filho de Deus).

2 – Histórico:

  • Atos dos Apóstolos - Propagação do Evangelho. Trata dos resultados da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, com a propagação das “Boas Novas”, por impulso e liderança do Espírito Santo, começando em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.

3 – Epístolas:

Os fundadores das igrejas, freqüentemente impossibilitados de visitá-las pessoalmente, desejavam entrar em contato com seus convertidos no propósito de aconselhá-los, repreendê-los e instruí-los. Assim surgiram as Epístolas.
(Circulação das epístolas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3)

  • Epístolas Paulinas – a) 9 dirigidas a igrejas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; b) 4 dirigidas a indivíduos: 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom.
  • Epístolas Gerais – a) 1 dirigida a um povo: Hebreus; b) 7 universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas.

OBS: Fp, Ef, Cl e Fm são chamadas epístolas da prisão, escritas por Paulo, na prisão em Roma.

IMPORTANTE: As Cartas Paulinas apresentam a Teologia para a Igreja. A essência do que Deus tem para a Igreja está nas Cartas. O crente deve se guiar pelas Cartas Paulinas e não pelas regras e leis do Antigo Testamento. Elas foram escritas para orientar, instruir e exortar os crentes a viverem uma vida cristã plena, frutífera, operosa, abundante, VITORIOSA. Leia as Cartas! Medite!!!

4 – Profético:

            Apocalipse – Revelação, Consumação e Juízo de Deus. Um novo Céu e uma nova Terra.

Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino seja aprendido, retido na mente e no coração, colocando os princípios em prática.


AS LÍNGUAS E OS MATERIAIS DA BÍBLIA:


AS LÍNGUAS BÍBLICAS EM PARTICULAR:

            As línguas utilizadas no registro da revelação de Deus, a Bíblia, vieram das famílias de línguas semíticas e indo-européias. Da família semítica, originaram-se as línguas básicas do Antigo Testamento, quais sejam: o Hebraico e o Aramaico (Siríaco: 2 Rs 18:26; Ed 4:7; Dn 2:4).         Além dessas línguas, o Latim e o Grego representam a família indo-européia. De modo indireto, os fenícios exerceram um papel importante na transmissão da Bíblia, ao criar o veículo básico que fez com que a linguagem escrita fosse menos complicada do que havia sido até então: inventaram o ALFABETO.
           

AS LÍNGUAS DO NOVO TESTAMENTO:

            As línguas semíticas também foram usadas na redação do Novo Testamento. Na verdade, Jesus e Seus discípulos falavam o Aramaico, sua língua materna, tendo sido essa a língua falada por toda aquela região na época.

As expressões “Talita cumi” (Mc 5:41); “Eli, Eli, lamá sabactâni” (Mt 27:46); “Maranata” (1 Co 16:22); “Aba Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6) são em Aramaico.

O Hebraico fez sentir mais sua influência mediante expressões idiomáticas, como uma que, no português, quer dizer “e sucedeu que”. Outro exemplo da influência hebraica no texto grego vemos no emprego de um segundo substantivo, em vez de um adjetivo, a fim de atribuir uma qualidade a algo ou a alguém, como ocorre na 1 Ts 1:3. O epitáfio na cruz de Cristo (o Nome de Deus = YHWH) é em Hebraico.
            Além das línguas semíticas a influenciar o N. T., temos as indo-européias, o Latim e o Grego. O Latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como “centurião”, “tributo” e “legião”, e pela inscrição trilíngue na cruz (em Latim, em Hebraico e em Grego).
            No entanto, a língua em que se escreveu o N. T. foi o Grego. Até fins do século XIX, cria-se que o grego do N. T. (o Grego helenístico, koinê = comercial) era a “língua especial” do Espírito Santo; mas, a partir de então, essa língua tem sido identificada como um dos cinco estágios do desenvolvimento da língua grega.
            Esse grego koinê era a língua mais amplamente conhecida em todo o mundo do século I. O alfabeto havia sido tomado dos fenícios. Seus valores culturais e vocabulário cobriam vasta expansão geográfica, vindo a tornar-se a língua oficial dos reinados em que se dividiu o grande império de Alexandre, o Grande, uma língua quase universal.
            O aparecimento providencial dessa língua, ao lado de outros desenvolvimentos culturais, políticos, sociais e religiosos, ampla rede de estradas, progresso, etc., durante o século I a.C., fica implícito na declaração de Paulo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4).

Grego: 25 letras, começando no Alfa e terminando no Ômega.
Jesus Se identifica com o N.T., que foi escrito em Grego, ao declarar: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Ap 22:13).
            O Grego do N. T. se adaptou de modo adequado à finalidade de interpretar a revelação de Cristo em linguagem teológica. Tinha recursos linguísticos especiais para essa tarefa, por ser um idioma intelectual. Era a segunda língua dos escritores do N.T., com exceção de Lucas.
            Era um idioma da mente, mais que do coração, e os filósofos atestam isso amplamente. O Grego tem precisão técnica de expressão não encontrada no Hebraico. Além disso, o Grego era uma língua quase universal.

A verdade do A. T. a respeito de Deus foi revelada inicialmente a uma nação, Israel, em sua própria língua, o Hebraico.
A revelação completa, dada por Cristo, no Novo Testamento, não veio de forma tão restrita. Em vez disso, a mensagem de Cristo deveria ser anunciada ao mundo todo, por isto, era necessária uma língua universal: “... em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24:47)


A Bíblia, registro merecedor de confiança

            A Bíblia é uma revelação de Deus absolutamente fidedigna. Essa afirmativa se baseia na atitude de Jesus para com o Antigo Testamento e no testemunho da própria Bíblia a seu respeito (Mt 5:17-18; Mc 7:1-13; 12:35-37; Jo 5:39-47; 10:34-36; 1 Co 14:37-38; Ef 3:3).
            A Bíblia não tem a pretensão de ser uma enciclopédia infalível de informações sobre todos os assuntos e, por isso, não nos fornece a resposta a todas as perguntas que possamos fazer a respeito do mundo a nosso redor. (NEM TUDO NOS É REVELADO!).

“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.
(Dt 29:29).

Ela é escrita na linguagem do povo e não com a terminologia e exatidão científicas do nosso século. De fato, seria tolice esperar que o fosse, e se, por algum milagre, isso fosse conseguido, o livro se tornaria incompreensível para a maioria de nós, para todos os que nos precederam e, dentro de pouco tempo, a linguagem se tornaria arcaica.
            A Bíblia registra uma revelação progressiva de Deus (Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2) através de muitos séculos e a povos vários. Não devemos, portanto, tomar suas afirmações isoladamente, mas considerá-las à luz do todo, do contexto. Não podemos basear nossas crenças em versículos isolados, destacados de seu contexto.

LEMBRE-SE: Texto fora de contexto é pretexto para heresias!
Através de uma compreensão integral da Bíblia, podemos descobrir que muitas discrepâncias desaparecem ou são de somenos importância, no que se refere à verdade da Bíblia, vista como um todo.
           
É inegável que a moderna ciência da Arqueologia muito tem feito no sentido de confirmar a exatidão da história registrada na Bíblia. Muito raramente, e em assuntos de pequena importância, põe um ponto de interrogação ao lado do registro bíblico.
Uma vez que a Bíblia registra uma revelação que se deu através da história, podemos sentir satisfação em saber que o esboço histórico apresentado na Bíblia é capaz de tanta confirmação arqueológica.
Muitos problemas que se alegam existir na Bíblia devem-se à nossa deficiência em saber interpretá-la corretamente. Às vezes, procuramos, por exemplo, informações literais em passagens que devem ser tomadas como poéticas e, em outras, interpretamos simbolicamente passagens que deveriam ser literais.

 REGRA DE OURO PARA A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA:
Quando a interpretação direta, imediata e literal das escrituras faz sentido, não procure nenhuma outra interpretação. Portanto: Interprete cada palavra no seu sentido literal, usual, costumeiro e mais comumente usado, a não ser que os fatos do contexto imediato indiquem clara e indiscutivelmente o contrário, quando estudados à luz de passagens correlatas e de verdades fundamentais e axiomáticas.” (Dr. David L. Cooper)


A singular e espantosa indestrutibilidade da Bíblia

Mesmo sob a mais tenaz/variada, violenta/sutil perseguição já vista, a Bíblia nunca foi destruída! Portanto ela tem que ser divina. (“Os malhos se amassam-despedaçam, mas a bigorna permanece”).
            O ataque satânico contra a palavra de Deus remonta ao Jardim do Éden. A primeira intervenção de Satanás na História foi adulterando e pondo dúvida na Palavra de Deus: nascia a primeira Bíblia na Linguagem de Hoje! O primeiro pecado de Eva foi o de aceitar a suposta palavra de Deus "modernizada" da boca do Diabo.

"ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse?: Não comereis de toda a árvore do jardim?"
(Gn 3:1) [grifos meus]
           
Repare que quem fica a ganhar com esta controvérsia Bibliológica, é o pai da mentira (Satanás); e não o povo de Deus.
            Séculos mais tarde, Satanás recorreu novamente às Escrituras para tentar o Mestre Jesus em Mateus 4:1-11.
Os imperadores romanos descobriram que os cristãos baseavam sua crença nas Escrituras. Conseqüentemente, buscaram suprimi-las ou exterminá-las. O mais notável foi Dioclécio (em 301-304 A. D.) que, através de um decreto real em 303 A. D., ordenou que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. Ele havia matado tantos cristãos e destruído tantas Bíblias que, quando os cristãos ficaram quietos por algum tempo e permaneceram escondidos, ele achou que havia realmente conseguido eliminar as Escrituras. Ele fez com que em uma medalha fosse gravada a seguinte inscrição: “A religião cristã está destruída e o culto aos deuses restaurado”. Entretanto, não demorou muito para que Constantino subisse ao trono e fizesse do Cristianismo a religião oficial. O que diria Dioclécio se pudesse voltar à Terra e ver como a Bíblia tem prosseguido em sua missão mundial!

“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dEle.” (Ec 3:14)




A BÍBLIA É GENUÍNA (Autêntica)
(cada livro foi escrito pela pessoa e na época que lhe são tradicionalmente atribuídos, não foi falsificado, não é espúrio, forjado, corrompido)

OBS: Tradição firme entre os fiéis e conservadores  judeus e os crentes: (tradição indisputada quanto à genuinidade e quanto aos autores, conforme abaixo indicados. Só há variação quanto a alguns pouquíssimos anos da data exata de alguns dos livros):

A LEI – O PENTATEUCO (Torah) Foi escrita por Moisés (século XV a. C.):

Gn (1491 a.C.), Ex (1491 a.C.), Lv (1490 a.C.), Nm (1451 a.C.), e Dt (1451 a.C.), foram escritos por Moisés.

Possibilidade: já na época de Hammurabi se escrevia. Moisés pode ter recebido todo o livro de Gênesis por revelação direta de Deus ou ter compilado os tabletes escritos diretamente por Deus (a partir de Gn 1:1), e aqueles, divinamente inspirados, escritos por Adão  (a partir de Gn 2:4), Noé             (de Gn 5:1); Sem (Gn 10:1); Abraão (Gn 11:10); Isaque (Gn 25:12); Jacó (Gn 37:2); e José (Gn 50:6). ProvaS:
                                                             
  • No Pentateuco: Êx 17:14 + 24:4; 34:27-28.
  • NO V. T.: Js 8:31; 23:6; 1 Rs 2:3;  2 Rs 14:6; Ne 13:1; Dn 9:11.
  • POR CRISTO: Mt 8:4; Lc 16:29; 24:27; Jo 5:45-47.
  • NO N.T.: At 15:21; 1 Co 9:9; Hb 9:19.

O AUTOR, OBVIAMENTE, FOI TESTEMUNHA OCULAR DO ÊXODO. COSTUMES E PALAVRAS SÃO DO EGITO, 2000 a. C.

A descendência abençoada de Noé - seu filho Sem:

            Noé tinha três filhos: Sem, Cão e Jafé, que depois de deixarem a arca, foram para diferentes regiões. Sem permaneceu na Ásia, Cão foi para a África e Jafé para a Europa.
            De Sem nasceu um povo que continuou explorando as terras imediatas ao berço da civilização. Desse povo é que descende o grande amigo de Deus – Abraão, “o pai dos hebreus”.
            Sem foi o INTERMEDIÁRIO: nasceu 120 anos antes do dilúvio, conheceu a Noé, seu pai, a Lameque, seu avô (que conviveu com Adão 50 anos) e a Matusalém, seu bisavô (que conviveu com Adão por 250 anos).
Noé viveu até ao tempo de Abraão e Sem chegou a alcançar o tempo de Jacó. Esses fatos demonstram a maneira pela qual os conhecimentos históricos do princípio da raça foram comunicados às gerações posteriores.

Os ProfetaS (Nebhiim = “Isaías”):

Js
1427 a.C.
Josué. Js 24:26. Eleazar ou seu filho Finéias podem, inspirados, ter concluído 24:29-33.

Jz
1080! a.C., tempo de Saul
Samuel. Jz 19:1; 21:25 // 1:21; 2 Sm 5:6-8.

1 Sm 1-24
1060 a.C.
Samuel. 1 Cr 29:29

1 Sm 25, 2 Sm fim
1018 a.C.
Natan + Gad. 1 Cr 29:29

1 Rs 1-11
1004 (ou, num sentido menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo), selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.

1 Rs 12-fim
897 (ou, num sentido menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo), selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.

2 Rs
1004 (ou, menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo), selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.

Is
698 a.C.
Isaías. 2 Cr 32:32 // 2 Cr 26:22 // Is 1:1 // Mt 8:17 + Is 53:4; Lc 4:17-19 + Is 61:1; Jo 12:38-41 + Is 53:1 + 6:10. Cristo atestou a genuinidade do livro de Isaías.

Jr
588 a.C.
Jeremias. Jr 30:2; 51:60; Baruque foi seu amanuense Jr 36 + 45:1.

Ez
574 a.C.
Ezequiel. 24:2; 43:11

Hc
626 a.C.
Habacuque. 2:2

Os
740 a.C.
Oséias

Jl
800 a.C.
Joel

Am
787 a.C.
Amós

Ob
587 a.C.
Obadias

Jn
862 a.C.
Jonas

Mq
750 a.C.
Miquéias

Na
713 a.C.
Naum

Sf
630 a.C.
Sofonias

Ag
520 a.C.
Ageu

Zc
520 a.C.
Zacarias

Ml
397 a.C.
Malaquias








Os Escritos  (KETHUBHIM = Hagiographa = “Salmos”):

Sl
diversas datas, de ± 1491 a ± 480 a.C.
73 Salmos por Davi (2 Cr 35:4); 2 por Salomão, 12 por Asafe; 11 pelos filhos de Coré; 1 por Etan; 1 por Moisés; 50 anônimos. Asafe e Coré eram de famílias levitas, dedicadas ao louvor!!!

Pv  1-29
1000 a.C.
Salomão: Pv 1-24 ele escreveu e publicou; Pv 25 a 29 foram copiados dos seus escritos, pelos servos de Ezequias, ± 700 a.C.; Pv 30 foi escrito por Agur, mas Salomão, inspirado, o selecionou como inspirado, e o publicou; Pv 31 foi escrito por “Rei Lemuel” , mas Salomão, inspirado, também o selecionou como inspirado e publicou; ou, mais provável porque não há registro deste “Rei Lemuel”, provavelmente ele é Salomão. Lemuel (= “Dedicado a Deus”) seria carinhoso “apelido” usado  só pela mãe ao lhe falar, e perdido com o tempo.

400 anos antes do Pentateuco. Antes da Lei. Provavelmente em +- 2000 a. C.!
Jó. Não se refere à Lei, nem sequer a Abraão e à aliança abraâmica, deve ser o livro mais antigo da Bíblia, pode ser mais antigo que os mais antigos hieróglifos! Algo da sabedoria do mundo pré-diluviano pode ter sido transmitida a Jó.

Ct
1013 a.C.
Salomão. Ct 1:1.

Rt
1060 a.C. Contemp. de Davi. Rt 4:22
Samuel.

Lm
588 a.C.
Jeremias.

Ec
975 a.C.
Salomão (Ec 1:1, 16; 2:4-11), não obstante alguns pequenos problemas lingüísticos.

Et
509 a.C.
Mordecai. Mas (ao menos cap. 10) pode ter sido escrito por judeu seu contemporâneo e com acesso às crônicas dos reis da Média e da Pérsia Et 2:23; 9:20; 10:2-4.

Dn
607 - 534 a.C.
Daniel. 7:2; 8:1,15; 9:2; 10:2; 12:4; Mt 24:15.

Ed
457 a.C.
Esdras. 7:28 + 7:1

Ne
434 a.C.
Neemias. 1:1.

1 Cr
Até 1015  (ou, menos conservador, antes de Esdras 450-425 a.C.)


Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Esdras), selecionados por Esdras. 1, 2 Rs lidam com os aspectos proféticos da história, 1,2 Cr com os sacerdotais.

2 Cr 1-9
1004 (ou, menos conservador, antes de Esdras 450-425 a.C.)
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Esdras), selecionados por Esdras. 1, 2 Rs lidam com os aspectos proféticos da história, 1,2 Cr com os sacerdotais.

2 Cr 10-fim
623 a.C.
 











O Novo Testamento:

Mt
38 (ou, pouco conservador: 50)
Mateus, em Grego, na Judéia (ou, num sentido pouco conservador, fora da Judéia, após deixar a região, hoje conhecida como Palestina, para pregar aos gregos, e após escrever este evangelho em Aramaico, em 45 d.C.)
Mc
65 ou (67 a 68), de Roma
João Marcos.
Lc
58 (ou 63), da Grécia
Lucas, o médico amado
85-90, da Ásia Menor
João 21:24. Alguns, inconformados com a ênfase na divindade de Cristo, afirmam que é espúrio e escrito após 160 ou mesmo 200 d.C. Mas não têm fatos, só maus desejos. A descoberta do Papiro 52, com fragmento do capítulo 18 e datado de somente 120 d.C., destrói a teoria.
At
64, da Grécia
Lucas.
Rm
58, de Corinto
Paulo. As pequenas mudanças de estilo nas epístolas pastorais são esperáveis!...
1 Co
56, de Éfeso
Idem. Idem.
2 Co
57, da Macedônia
Idem. Idem.
Gl
52, de Corinto ou Macedônia
Idem. Idem.
Ef
61, de Roma
Idem. Idem.
Fp
62, de Roma
Idem. Idem.
Cl
62, de Roma
Idem. Idem.
1 Ts
52, de Corinto
Idem. Idem.
2 Ts
52, de Corinto
Idem. Idem.
1 Tm
64, da Macedônia
Idem. Idem.
2 Tm
65, de Roma
Idem. Idem.
Tt
64, da Macedônia ou Grécia
Idem
Fl
62, de Roma
Idem. Idem.
Hb
63, de Roma.
Anônimo. Ninguém (Apolo, etc.) é mais provável que Paulo (Hb 13:23;               2 Pe 3:15); apoio da mais antiga e respeitável tradição.
Tg
49, de Jerusalém
Tiago. Um dos pelo menos 7 filhos de Maria, irmão de Jesus. É a mais antiga das epístolas!
1 Pe
64, de Roma
Pedro. Silvanus pode ter ajudado no estilo de 1 Pe (ler 5:12), daí as pequenas diferenças quanto 2 Pe.
2 Pe
65, de Roma
Pedro. Idem.
Jd
66, local ind.
Judas. Um dos pelo menos 7 filhos de Maria, irmão de Jesus.
1 Jo
69, da Judéia
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
2  Jo
69, de Éfeso
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
3 Jo
69, de Éfeso
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
Ap
96, de Patmos
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.









OBS: Note que o Evangelho segundo Mateus foi escrito por Mateus em grego. Alguns, inconformados com a ênfase na divindade de Jesus Cristo, afirmam que o Evangelho segundo João é espúrio e escrito após 200 d. C., mas não têm sequer uma prova, só maus desejos (O Papiro 52, datado de 120, com trechos de João 18, esmigalha seus desejos. O livro de Hebreus foi escrito em 63, anonimamente (Por Paulo, cremos!). A epístola 1 Pedro pode ter recebido o auxílio gramatical de Silvanus; pequenas diferenças no estilo das epístolas de Pedro são esperáveis pelos tempos (Ou, pode ter havido o auxílio de “amanuenses-dialogadores” diferentes).

“Em caso de dúvida, deve-se favorecer o próprio documento, e não a posição questionadora do crítico” (Aristóteles).
           

A BÍBLIA É CANÔNICA
[Um livro é canônico quando, desde o seu primeiro dia, foi aceito pelo povo de Deus como divinamente inspirado, como realmente o é (Ver o item “Inspiração”)].

Cânon do grego "kánon", e do hebraico "kaneh" (= regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados).
Significava originalmente “vara de medir”, depois “norma ou regra” (Gl 6:16), e hoje significa “catálogo de uma revelação completa e divina”.
A palavra cânon acha-se em três passagens do N.T.: Gl 6:16, Fp 3:16 e  2 Co 10:13-17.

A inspiração diz respeito à ação divina no ato do registro escrito,
 garantindo o resultado fiel.
Já a canonização do Texto diz respeito à ação humana, reconhecendo a qualidade divina daquele material.
A “canonização” de um livro não significa que homens lhe concederam autoridade e inspiração divina, mas sim que homens formalmente oficializaram o que sempre foi reconhecido COMO INSPIRADO POR DEUS [em outras bases, suficientes].

Esse processo de reconhecimento se deu no seio da comunidade da Fé — a comunidade hebraica, quanto ao A.T., e a comunidade cristã (igreja primitiva), quanto ao N.T.
A canonização tem tudo a ver com a preservação do Texto, pois, a comunidade da Fé só iria se preocupar em transmitir e proteger os livros "canônicos", tidos como inspirados.
A parte humana na transmissão do Texto fica patente, mas será que houve ação divina também, protegendo o Texto (a exata redação do Texto)?
Se o Criador quis que Sua revelação chegasse intacta, ou pelo menos de forma íntegra e confiável, até o século XX e seguintes, fatalmente teria que vigiar o processo da transmissão através dos séculos. Teria que proibir a perda irrecuperável de qualquer parte genuína, bem como a inserção indetectável de material espúrio. (Ver item Preservação, a seguir).


A BÍBLIA É PRESERVADA, ATRAVÉS DO “TEXTO RECEBIDO”
(da “Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original”, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) [Gl 3:16; 2 Tm 3:16]

Deus jurou e realmente PRESERVOU Suas palavras, de um modo absolutamente PERFEITO, de maneira que cada palavra do Texto (em Hebraico-Aramaico e em Grego) por Ele preservado e que temos agora escrita em papel, nas nossas (a Bíblia), é plenária, exclusiva, inerrável, infalível e verbalmente a própria Palavra eterna do próprio Deus!
Esta preservação só requereu a infalível PROVIDÊNCIA de Deus, não Seu milagre contínuo. Falamos de TEXTO, de PALAVRAS, não de suas representações, nem de manuscritos e outros meios físicos. 1 Cr 16:15; Sl 12:6-7; 19:7-8; 33:1; 100:5; 111:7-8; 117:2; 119:89,152,160; 138:2b; Is 40:8; 59:21; Mt 4:4; 5:18; 24:35; Lc 4:4; 16:17; 21:33; Jo 10:35b; 16:12-13; 1 Pe 1:23,25; Ap 22:18-19.
Os próprios autores humanos sabiam que estavam escrevendo "as Palavras de Deus". Os líderes cristãos do 1º século e do 2º século (e 3º, 4º, etc.) utilizaram e citaram material neotestamentário lado a lado com material do A.T. como sendo Palavra de Deus.
Entendendo, como entenderam, que estavam lidando com coisa sagrada, iriam zelar por essa Palavra, vigiando o processo da transmissão.
Dispomos de declarações cabais dessa preocupação a partir do próprio N. T. (Ap 22:18-19).
Justino Mártir (150 d. C.) escreveu que era costume nas congregações cristãs, quer na cidade quer no campo, ler tanto o N. T. como o A. T. cada Domingo.
Resulta dali que tinham que existir cópias, muitas cópias (não se pode ler sem livro), e teriam que ser cópias boas (os usuários seriam exigentes).
Embora o processo de copiar à mão resulte em erros sem querer, muitas vezes, no início, seria possível verificar qualquer cópia contra o Autógrafo (documento original), e principalmente nas regiões mais próximas da igreja detentora do Autógrafo.
Tudo indica que pelo menos 18 e talvez até 24 dos 27 Autógrafos (2/3 a 8/9) se encontravam na região Egéia (Grécia e Ásia Menor).
Foi exatamente nessa área que a Igreja mais prosperou, e ela se tornou o eixo da Igreja até o 4º século (pelo menos). [lembrar que Jerusalém foi saqueada em 70 d. C., e provavelmente quaisquer Autógrafos ali existentes foram levados para a Antioquia, ou ainda mais longe].
Foi também nessa área que a língua Grega foi mais usada, e durante mais tempo — foi a língua oficial do império bizantino (transmissão exata de qualquer texto é possível unicamente na língua original).
A Ásia Menor foi caracterizada também por uma mentalidade conservadora quanto ao Texto Sagrado. Na Antioquia, surgiu uma "escola" de interpretação literalista (por formação, um literalista é obrigado a se preocupar com a exata redação do texto, pois sua interpretação se prende a ela).
Quer dizer que até o ano 300 d. C. tinha um fluxo cada vez maior de cópias boas, fidedignas emanando da região Egéia para o mundo cristão, precisamente porque aquela região reunia todos os requisitos para se impor à confiança da Igreja, quanto ao Texto Sagrado. Em contraste, no Egito, a igreja era fraca, herética, não se usava o Grego, não havia nenhum Autógrafo (fatalmente o texto ali existente sempre seria de 2ª mão, no mínimo), grassava uma mentalidade alegorista —  enfim, o Egito seria um dos últimos lugares onde procurar um texto bom).
É bom notarmos que nada de bom vem do Egito. Deus chamou chamou Jacó para fora do Egito (Gn 49); Israel para fora do Egito (Êx 15); os ossos de José para fora do Egito (Êx 13); bem como Jesus Cristo para fora do Egito (Mt 2).
Aí houve a campanha de Diocleciano (303 d. C.), visando destruir os MSS (manuscritos) do N. T. Sendo que a perseguição mais ferrenha deu-se exatamente na região Egéia, teria sido uma oportunidade perfeita para os tipos de texto existentes no Egito e na Itália conquistarem espaço maior no fluxo da transmissão do Texto e fossem considerados aceitáveis ou viáveis. Mas não aconteceu; os grandes pergaminhos À, B e D não têm "filhos" — ninguém quis copiar semelhante texto.

Aliás, podemos deduzir que a campanha de Diocleciano teve um efeito purificador na transmissão.  Grosso modo, os MSS menos preciosos e respeitados seriam os primeiros a serem entregues à destruição; já os exemplares mais cotados e respeitados seriam protegidos a qualquer custo, e uma vez que a perseguição passou serviriam de base para suprir as igrejas com cópias boas novamente.

O movimento Donatista girou em torno da punição merecida pelas pessoas que entregaram seus MSS (entre outras coisas). Obviamente muitos não os entregaram, e os que entregaram foram discriminados.
É geralmente reconhecido por eruditos de todas as linhas teóricas que, a partir do 4º século, o fluxo da transmissão do Texto foi tranquilamente dominado por um tipo de texto, geralmente conhecido por "Bizantino" em nossos dias.  "Bizantino" porque esse império abrangeu exatamente a região Egéia, a região que reunia todas as qualificações necessárias para garantir a transmissão fiel do Texto. Até hoje, as "Igrejas Ortodoxas" do oriente utilizam esse tipo de texto.
Lá pelo 9º século, houve um "movimento" (parece que foi mais ou menos espontâneo) no sentido de mudar o estilo de grafia de letras maiúsculas (unciais) para cursivas (minúsculas). Os exemplares antigos eram copiados na nova "roupagem" e aparentemente grande número desses antigos foram destruídos (ou reciclados, daí os "palimpsestos", manuscritos apagados e escritos por cima).

Dos MSS gregos existentes hoje (do N. T.), uns 95% trazem o texto "Bizantino" e os outros 5% são um tanto heterogêneos (o erudito Frederic Wisse fez uma comparação minuciosa de 1.386 MSS gregos nos capítulos 1, 10 e 20 de Lucas e chegou à conclusão de que apenas oito deles representavam o tipo de texto egípcio, geralmente chamado "Alexandrino" em nossos dias — 8 contra 1.375 !!!).

Cabem aqui algumas ressalvas:
A mera antiguidade de um MS não garante nada quanto à sua qualidade. Aliás, devemos perguntar: como poderia um MS sobreviver fisicamente durante mais de 1.500 anos? Teria que ficar no desuso e ainda num clima seco. Como todos os MSS mais antigos estão cheios de erros cabais, tudo indica que foram reprovados no seu tempo — certo é que não foram copiados, a julgar pelos MSS existentes.
Como é que não dispomos de MSS tipicamente "Bizantinos" de antes do 5º século? Qualquer MS digno de uso seria usado e gasto por esse uso. Assim, seria estranho encontrar um MS bom com tanta idade. Os MSS fidedignos foram intensamente usados e copiados, e acabados; mas, o texto (ou redação) que traziam foi preservado através das sucessivas gerações de cópias.
A idéia de que teria havido um congresso ou concílio no 4º século que "normalizou" o texto do N. T. carece de qualquer sustentação histórica. No caso da Vulgata Latina, que na hipótese seria análogo (o papa tentou impor a nova tradução), não resultou o consenso que existe entre os MSS "Bizantinos".
Como é que a grande maioria dos eruditos dos últimos cem anos tem preferido o texto "Alexandrino" e desprezado o texto "Bizantino"? A resposta está nas pressuposições e no terreno espiritual (por exemplo, nenhum dos cinco redatores responsáveis pelo texto eclético, ora em voga, acredita que o N. T. seja inspirado por Deus, e o próprio Senhor Jesus adverte que a neutralidade no terreno espiritual não existe [Lc 11:23]).

Resumindo, os livros neotestamentários foram reconhecidos como "Bíblia" desde o início e, através das décadas e dos séculos, as gerações sucessivas de crentes zelaram pela transmissão fiel desses livros. O Texto nunca se "perdeu". Nos primeiros 200 anos, era sempre possível constatar a exata redação de qualquer livro.
A preservação divina operou durante todos os séculos, de tal modo que ainda hoje podemos ter certeza razoável, com base em critérios objetivos, da exata redação                 original do N. T.
E daí? Daí, uma preservação tamanha, uma preservação semelhante, abrangendo tantos séculos de transmissão à mão, e passando por tantas tribulações — uma preservação assim é simplesmente divina! É uma prova aparente da atuação divina, que vale dizer também que Deus abonou a escolha da Igreja, o Cânon.

O argumento mais contundente e convincente a favor do exato Cânon que a Igreja vem defendendo através dos séculos é exatamente a preservação divina desse Cânon. Essa preservação é igualmente um forte argumento a favor da inspiração do Texto. É o argumento lógico.

Se o Criador fosse dar uma revelação à nossa raça, deveria também preservá-la. Constatamos que Ele a preservou, com efeito. Por que Ele cuidou tanto de preservar esse Texto, e só esse Texto? Portanto, porque Ele tinha interesse especial nesse Texto.
Deus realmente não só inspirou, mas também preservou Sua Palavra incessante-inerrável-infalível-verbalmente, da forma mais perfeita e absoluta (Is 40:8, 59:21; Mt 5:18; Jo 10:35; 1 Pe 1:23-25). Vejamos:

  • Salmos 12:6-7-- As palavras do SENHOR são palavras PURAS, [como] prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes. (7) Tu os GUARDARÁS, SENHOR, desta geração os livrarás [PRESERVARÁS] PARA SEMPRE. (Também pode [e deve!] ser traduzido “Tu as GUARDARÁS, ... as PRESERVARÁS ...”, referindo-se às palavras de Deus!)
  • Salmos 19:7-- A lei do SENHOR é PERFEITA, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é FIEL, e dá sabedoria aos símplices. (8) Os preceitos do Senhor são RETOS e alegram o coração; o mandamento do Senhor é PURO e ilumina os olhos.
  • Salmos 119:89-- [lamed:] PARA SEMPRE, ó SENHOR, a tua palavra PERMANECE [está estabelecida] no céu.
  • Salmos 138:2-- ... engrandeceste a tua PALAVRA acima de todo o teu nome                            (! Que inspiração verbal, isto é, palavra por palavra!).
  • Isaías 40:8-- Seca-se a erva e cai a flor, porém a PALAVRA de nosso Deus subsiste ETERNAMENTE.
  • Mateus 4:4-- ... Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de TODA a PALAVRA que sai da boca de Deus.
  • Mateus 5:18-- ... até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.
  • Mateus 24:35-- O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras NÃO HÃO DE PASSAR.
  • Lucas 16:17-- E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.

Deus preservou Sua palavra de modo tão maravilhoso, somente através do Texto Massorético (V.T.) e do Texto Recebido (N.T.)

·        ANTIGO TESTAMENTO:

Cuidados extremos dos copistas garantiram que mesmo hoje apenas uma de cada 1580 letras do  V. T. tenha variante, mesmo que esta variante seja totalmente improvável! E nenhum desses casos tem o menor dos menores efeitos em nenhuma doutrina!





O rigor com o qual os judeus transmitiram a Bíblia Hebraica até hoje pode ser visto nas prescrições abaixo, preservadas no Talmude:
“Um rolo de sinagoga deve ser escrito sobre peles de animais limpos, preparadas por um judeu, para o uso particular da sinagoga. Estas devem ser unidas mediante tiras [de couro] retiradas de animais limpos. Cada pele deve conter certo número de colunas, igual em toda a extensão do códice. A altura da coluna não deve ser menor do que 48 nem maior do que 60 linhas; e a largura deve ser de 30 letras. Toda a cópia deve ser primeiro dotada de linhas; e se três palavras forem escritas nela sem uma linha, será sem valor. A tinta deve ser preta, não vermelha, verde nem de qualquer outra cor e deve ser preparada de acordo com uma receita definida. Uma cópia autêntica deve ser o modelo do qual o transcritor não deve desviar-se até nos menores detalhes. Nenhuma palavra, letra e nem ainda um yod deve ser escrito de memória sem que o escriba não a tenha olhado no códice que está à sua frente. ... Entre cada consoante deve intervir o espaço de um cabelo ou de um pavio; entre cada palavra o espaço será de uma consoante estreita; entre cada novo parashah, ou secção, o espaço será de nove consoantes; entre cada livro, três linhas. O quinto livro de Moisés deve terminar exatamente com uma linha, mas os restantes não necessitam terminar assim. Além disto, o copista deve sentar-se com vestimenta judia completa, lavar todo o seu corpo, não começar a escrever o nome de Deus com a pena recentemente molhada na tinta e mesmo que um rei lhe dirigisse a palavra enquanto estava escrevendo este nome, não deve dar atenção a ele.”
Cada jovem escriba era advertido pelo escriba ancião: “Acautela-te de como fazes teu trabalho, porque este é o trabalho do céu, não aconteça que tu omitas ou insiras uma letra e assim te tornes o destruidor do mundo!” (mundo = humanidade).
Cada palavra e cada letra era contada, e se UMA letra tivesse sido omitida ou inserida, ou se UMA letra tocasse uma outra letra, a página era imediatamente (!) destruída (!); três erros numa página condenavam todo o manuscrito!

·        NOVO TESTAMENTO:

            Há cerca de 6000 manuscritos em Grego. Compare:

Texto Recebido” (Impresso por Erasmus, Stephen, Beza, Elzevir, etc., a partir de 1516)
Textos Críticos” (Impressos por Westcott e Hort, etc., a partir de 1881)
São cerca de 95% dos manuscritos em Grego
São cerca de 5% dos manuscritos em Grego
São absolutamente consistentes entre si
São absolutamente inconsistentes entre si (e, até, cada um consigo próprio)
Vieram de igrejas firmes
Vieram de igrejas introdutoras de heresias (Alexandria)
Únicos textos adotados pelas igrejas fiéis e instruídas, sempre, antes e após a Reforma.
Só recentemente descobertos / adotados pelos liberais e modernistas, que os chamam “mais antigos e melhores textos”.
Das cerca de 140.000 palavras do N.T. em Grego, os T.C’s. omitem/alteram/adicionam cerca de 10.000. Dos 200 casos que examinei [Hélio M. da Silva, do site: www.solascriptura-tt.org], os T.C’s. sempre (!) diminuem a inspiração das Escrituras, a divindade de Cristo, Seu sangue, Seu nascimento virginal, a natureza vicária da Sua morte, a Trindade, outras doutrinas cardinais. Agora, responda: Em que Texto está evidenciado o sutil e destruidor dedo do Diabo? Ef 6:12.

Por tudo isto, e:

- por ser impensável que Deus tenha falhado seu juramento de incessante-inerrável-verbalmente preservar Sua Palavra;
- por ser impensável que ela não reinou, reine e reinará em uso pelas igrejas fiéis através dos séculos e até a eternidade;
- por ser impensável que Deus deixou uma versão “imperfeita” reinar entre os fiéis, para só neste século (só em 1958 na língua Portuguesa!, com a “Atualizada”) restaurar uma versão “melhor, mas ainda não absolutamente indubitável em cada letra, afinal ninguém realmente muito erudito e inteligente pode ter certeza absoluta de cada palavra de um livro passado por mãos humanas...”


Temos que concluir que:

- O único e verdadeiro N.T., plena-verbal-infalivelmente inspirado e preservado por Deus, é o do Texto Recebido.
- Assim, o crente que quiser ser ao máximo fiel à Palavra de Deus não tem senão duas versões em Português a escolher:
- “Almeida Revista e Corrigida”, da IBB (Imprensa Bíblica Brasileira), mais antiga e tradicional; e
- “Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original” (da SBTB - Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil), que é ainda melhor que a anterior.
Ambas as versões mencionadas são as traduzidas fielmente somente do Texto Recebido.


Todas as outras versões “protestantes” mesmo tidas como  “conservadoras” (Contemporânea, Atualizada, “de acordo com os melhores textos”, NVI, etc.) são baseadas nos Textos Críticos e devem ser rejeitadas pelo crente que quiser ser ao máximo fiel a Deus.


Os autógrafos originais de todos os livros do Novo Testamento não existem mais. Eram feitos de papiro e este material não resistia aos séculos em condições normais de uso. O que temos hoje, são cópias destes originais. O fato dos originais não existirem não deve assustar ninguém. Até mesmo a obra de Camões, "Os Lusíadas", só é preservada por cinco cópias e não há o original.
Mesmo assim, ninguém duvida de que temos a obra como Camões a escreveu com sua própria mão. A famosa “Ilíada” de Homero é atestada por 643 manuscritos, sendo que o mais antigo manuscrito completo é do século treze! As tragédias gregas de Eurípides são atestadas por aproximadamente 330 manuscritos.

A VERSÃO ALMEIDA CORRIGIDA E REVISADA FIEL AO TEXTO ORIGINAL (SBTB)

Durante os períodos da Reforma e dos Puritanos, apareceu uma quantidade de versões protestantes, todas baseadas nos mesmos textos autênticos e traduzidos de acordo com os mesmos princípios incontestáveis.
A BÍBLIA SAGRADA, em Português, é resultado de mais de 350 anos de esforços dedicados, desde quando João Ferreira de Almeida começou o seu trabalho de tradução.
Jovem inteligente, Almeida nasceu em Torre de Tavares, Portugal, no ano de 1628. Aos catorze anos ele já estava na cidade de Batávia (hoje Jacarta, capital da Indonésia). Um dia recebeu um folheto escrito na língua espanhola que o levou ao encontro pessoal com Deus, como “Nicodemos—Saulo de Tarso”. Logo começou a pregar nas Igrejas Reformadas Holandesas (a maior parte do povo, a quem ele ministrava, falava português, pois só fazia um ano que Portugal havia perdido o controle da região).
No ano de 1644, com a idade de 16 anos, Almeida iniciou a sua primeira tradução do Novo Testamento, usando versões em latim, espanhol, francês e italiano. Não contente com essa tradução, anos mais tarde, ele fez uma segunda, desta vez baseada no texto grego, o Textus Receptus (o mesmo usado pelos reformadores). Num folheto chamado Cartas para a Igreja Reformada, em 1679, ele escreveu o seguinte, na conclusão daquela obra, que só foi publicada em Amsterdã, no ano de 1681: “O Novo Testamento, isto é, todos os sacrossantos livros e escritos evangélicos e apostólicos do Novo Concerto do nosso fiel Senhor, Salvador e Redentor Jesus Cristo, agora traduzidos em português por João Ferreira d’Almeida, pregador do santo Evangelho”.
Almeida chegou a traduzir o Velho Testamento, de Gênesis até Ezequiel 48:31, usando o texto Massorético (hebraico). Não pôde terminar os últimos versículos do livro de Ezequiel, porque o Senhor Deus o levou à Sua presença em 1691, com 63 anos de idade. O volume I do Velho Testamento, contendo os livros de Gênesis a Ester, foi impresso no ano de 1748. O holandês Jacobus op den Akker completou a obra da tradução do Velho Testamento e, em 1753, o volume II foi publicado.
A primeira revisão da Bíblia em português, feita pela Trinitarian Bible Society (TBS—Sociedade Bíblica Trinitariana), foi iniciada no dia 16 de maio de 1837. O Rev. Thomas Boys, do Trinity College, Cambridge, foi encarregado de liderar o projeto. A revisão do Novo Testamento foi completada em 1839. A revisão completa do Velho Testamento só terminou em 1844. O último volume foi impresso em Londres, no ano de 1847. Aquela primeira edição, chamada Revista e Reformada, sofreu revisões ortográficas posteriores, feitas tanto pelo Rev. Boys como por outros, tornando-se, inclusive, uma parte da edição chamada Correcta. Segundo os dados históricos, a edição Revista e Reformada também fez parte do leque das várias revisões que foram usadas para chegar à versão conhecida como a Corrigida. Restou do frontispício da primeira impressão da tradução de Almeida pela TBS uma expressão, “Segundo o original”, ou, em outras palavras, “Fiel aos textos originais”.
No ano de 1968, em São Paulo, foi fundada a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, com o objetivo de revisar, com as devidas correções ortográficas, e publicar a Bíblia de João Ferreira de Almeida, como mais um instrumento nas mãos de Deus para a preservação da Sua Palavra.
A Bíblia na Edição Corrigida e Revisada foi preparada por pessoas com a mesma convicção do tradutor, João Ferreira de Almeida, de que as palavras das Sagradas Escrituras, originariamente escritas em hebraico, em aramaico e em grego, foram inspiradas por Deus; e, uma vez que Deus preserva a Sua Palavra, as Sagradas Escrituras falam com nova autoridade a cada geração, levando as pessoas à salvação, fazendo com que sirvam a Cristo para a glória de Deus.
Há séculos, a tradução de Almeida tem sido a preferida da grande maioria dos leitores da Bíblia em língua portuguesa. Indiscutivelmente, continua sendo. Almeida seguiu o sistema de tradução chamado “equivalência formal”, assim como fizeram os grandes reformadores; ou seja, tentou traduzir cada palavra, usando o mínimo de palavras de transição, necessárias para garantir a fluência da leitura em português. 
É possível dizer que João Ferreira de Almeida é o tradutor mais amado e respeitado; pode-se dizer também que a versão mais respeitada e procurada é a Corrigida. Embora os editores, que publicam as edições denominadas Corrigida, tenham variado na liberdade de modificar ou até de tirar uma palavra ou outra, mesmo assim, todas elas são praticamente idênticas.
Como Almeida, os editores deste texto, a Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original, também conhecido por Almeida, Corrigida, Fiel (ACF), todos crêem que as palavras da Bíblia foram inspiradas por Deus. “Toda a Escritura é divinamente inspirada...” (II Tm 3:16).
Por essa razão, os editores do texto bíblico gastaram anos, com dezenas de revisores, na produção do texto, objetivando modificar o mínimo possível, conquanto corrigissem a ortografia e tirassem qualquer influência do Texto Crítico do Novo Testamento que fora introduzida indevidamente ao trabalho de Almeida.

A DIFERENÇA ENTRE OS LIVROS CANÔNICOS E OUTROS ESCRITOS RELIGIOSOS

            Nem todos os escritos religiosos dos judeus eram considerados canônicos pela comunidade de religiosos judeus. É óbvio que havia certa importância religiosa em alguns livros primitivos como o livro dos justos (Js 10:13), o livro das guerras do Senhor (Nm 21:14) e outros (1 Rs 11:41). Os livros apócrifos dos judeus, escritos após o encerramento do período do Antigo Testamento (400 a. C.), têm significado religioso definido, mas jamais foram considerados canônicos pelo Judaísmo oficial.
A diferença essencial entre escritos canônicos e não-canônicos é que aqueles são normativos (têm autoridade), ao passo que estes não são autorizados. Os livros inspirados exercem autoridade sobre os crentes; os não-inspirados poderão ter algum valor devocional ou para a edificação espiritual, mas jamais devem ser usados para definir ou delimitar doutrinas.
Os livros canônicos fornecem o critério para a descoberta da verdade, mediante o qual todos os demais livros (não-canônicos) devem ser avaliados e julgados. Nenhum artigo de fé deve se basear em documento não-canônico, não importando o valor religioso desse texto.
Os livros divinamente inspirados e autorizados são o único fundamento para a doutrina. Ainda que determinada verdade canônica receba algum apoio complementar da parte de livros não-canônicos, tal verdade de modo algum confere valor canônico a tais livros. Esse apoio terá sido puramente histórico, destituído de valor teológico autorizado.

A verdade transmitida pelas Escrituras Sagradas, e por nenhum outro meio, é que constitui cânon ou fundamento das verdades da fé. (Is 8:20; Is 30:8; Sl 19:7,8; Dt 4:2; Mt 15:2,6,9; Ap 22:18).

A FORMAÇÃO DO CÂNON DO V. T.

O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de -/+ 1046 anos - de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. O cânon das Escrituras do V. T. foi encerrado por Esdras e seus companheiros piedosos, que formaram a Grande Sinagoga (120 membros, segundo a literatura judaica), cerca de 445 anos a. C. (Ed 7:10, 14).
Os livros do Antigo Testamento formaram o Cânon de maneira lenta e gradual, à medida que iam sendo credenciados, como inspirados por Deus, perante o povo comum, seus líderes, seus profetas e sacerdotes.
A história da formação do Velho Testamento começa com Moisés, que recebeu a revelação divina em várias formas e depois a transcreveu em livros. Ele os redigiu usando livros, tradição oral, oráculos recebidos diretamente de Deus, além do fato de que participou de toda a história narrada entre Êxodo e Deuteronômio (Nm 33:2). Ele recebeu ordens expressas de escrever (Êxodo 17:14; 24:4, 7; 34:27-28). Relatou os acontecimentos da época.
No fim de sua vida, com os cinco primeiros livros praticamente terminados, já tinha perfeita percepção de que estes livros se tornariam normativos para o povo: seriam “o Livro da Lei”, os cinco primeiros livros (Pentateuco) [Dt 28:58, 61; 29:20-29; 30:10; 31:9-13, 19, 22, 24-26].
Devemos lembrar que Moisés viveu com o povo de Israel por quarenta anos no deserto, e teria não somente tempo, mas conhecimento e condições para escrever.
Durante a época de Moisés e depois dele, outros profetas continuaram sua obra oral e escrita (Nm 12:6; Dt 18:15-22; 34:10; Jz 4:4; 6:8). Os sacerdotes e levitas foram encarregados de guardar, colecionar e copiar os livros do V. T. O Tabernáculo e depois, o Templo, eram o centro de reunião dos materiais inspirados. Os profetas guardavam as obras na Arca (“perante o Senhor”) (Dt 17:18-20; 31:9-13, 24-29; Js 24:26; 1 Sm 10:25; 2 Rs 22:8; 23:24; Js 24:26).
Os livros estavam disponíveis aos líderes da nação e do sacerdócio. Caso eles fossem também profetas, como era o caso de Josué, eles também acabariam por escrever algo ou até uma obra inteira que seria incorporada à coleção de livros sagrados (Josué 1:8; 24:26). O período da conquista da terra de Canaã e também dos Juízes, evidencia a presença dos livros pela prática dos seus ensinos: a aliança foi lembrada (Jz 2:1-5) e alguns rituais foram praticados (Jz 13:2-7,13-14).
Samuel, como “primeiro profeta”, tratou de dar impulso à historiografia profética                    (1 Sm 10:25; 1 Cr 29:29). Os profetas foram os historiadores de Israel: eles narravam os acontecimentos, privilegiando os assuntos que interessavam ao desenvolvimento dos propósitos de Deus para o seu povo (2 Crônicas 9:29; 12:15; 13:22; 20:34; 26:22; 32:32; 33:18, 19)
No período dos reis e profetas, bastante material já estava centralizado no Templo de Jerusalém (2 Crônicas 34:14-18; Jeremias 36). Os reis Davi, Salomão, Josias, Ezequias e os vários profetas são escritores ou divulgadores dos livros bíblicos. Os reis deviam sempre obedecer à Lei             (2 Reis 14:6). O sacerdote Hilquias achou “o Livro da Lei” (2 Rs 22:8-10). Neemias achou “o Livro dos Judeus” (Ne 7:5).
Os textos de alguns livros foram sendo compilados durante o período dos reis. A frase final do Salmo 72.20 mostra que houve uma época em que a coleção dos Salmos terminava ali. Depois ela foi ampliada. Da mesma forma, Provérbios 25:1 mostra que o livro de Provérbios foi ampliado. Todas estas compilações a amplificações dos livros ocorreram dentro da inspiração divina, através do Espírito Santo.

Os profetas pregaram e escreveram suas obras (Is 30:8; Jr 25:13; 29:1; 30:2, 36:1-32;       51:60-64; Ez 43:11; Hc 2:2; Dn 7:1; 2 Cr 21:12). Eles sabiam que estavam deixando suas obras para o futuro e até as enviaram para outros lugares (Jr 29:1; 36:1-8; 51:60-61; 2 Cr 21:12).  Liam, citavam e usavam as obras uns do outros (Is 2:1-5 e Mq 4:1-5 / Jr 26:18 cita Mq 3:12), atestando a existência da coleção de livros inspirados (Dn 9:2). Entendiam que seus livros se tornariam obra de referência e consulta no futuro (Is 34:16; Dn 12:4).
Este material inspirado foi levado ao exílio e à dispersão (Dn 9:2), quando os judeus foram deportados da Palestina. Talvez tenha sido trazido de volta por aqueles que iriam iniciar a religião dos samaritanos (2 Rs 17:24-41). Mas, o grande retorno da lei à (região hoje conhecida como) Palestina ocorreu com Esdras, sacerdote e grande escriba (Ed 7; Ne 8-10). O oficio de Esdras como sacerdote e levita mostra que, no Velho Testamento, os sacerdotes eram os que centralizaram e preservaram o Velho Testamento.
Os últimos profetas a escrever (Ageu, Zacarias e Malaquias) tiveram suas obras reconhecidas e incorporadas no Velho Testamento, assim também, os últimos livros históricos tais como Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Nos últimos anos do período incluso no Cânon, cinco grandes homens de Deus viveram simultaneamente numa época de profundo despertamento religioso, a saber: Esdras, Neemias, Ageu, Zacarias e Malaquias, sendo Esdras, dos cinco, o mais hábil e versátil.
Foi este poderoso sacerdote-escriba que, segundo a tradição judaica, presidiu a chamada Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, dessa maneira, o Cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7:10, 14). A Esdras é atribuído também a tríplice divisão do Cânon hebraico (A Lei, Os Profetas e os Escritos).
Ao encerramento do V. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o seu último livro [Neemias ou Malaquias] no século V antes de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o cânon do V. T. (isto é, a coleção dos 39 livros que o constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro de que falamos.
Depois do acima referido encerramento do V. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO, reconhecido e declarado OFICIALMENTE e por TODOS, sob o comando de Esdras, em cerca do ano quatrocentos e        poucos a. C.

O VELHO TESTAMENTO é canônico, porque sempre foi reconhecido como inspirado por Deus:

•   A Lei: sempre foi reconhecida como canônica: Dt 17:18-20; 31:10-13, 24-26; Js 1:8; 1 Rs 11:38; 2 Rs 22:8; 23:1-2; Ne 1:7-9; Ed 3:2.

•   Profetas/Escritos: sempre foram reconhecidos como canônicos: 2 Rs 17:13; Dn 9:2; Mt 22:29; 23:35; Lc 24:44; Jo 5:39; 10:35; 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20-21.




- Objeção: As 3 divisões do V.T. (Lei, Profetas, Escritos) implicam 3 “campanhas humanas concedendo autoridade”.
- Refutação: Não há sequer uma prova disto! As divisões são pelas naturezas dos assuntos/escritores. Em Israel o divino se tornava aceito, e não o aceito se tornava divino!             2 Rs 22:8; 23:1-2; Ne 8:1-3 não são outorgamentos, mas sim reconhecimentos da inspiração divina.

- Objeção: Os Livros de Eclesiastes e Cantares de Salomão ainda eram duvidados por alguns até depois do Concílio de Jamnia (90 d.C.), portanto o cânon do V.T. ainda estava em aberto até cerca de 200 d.C..
- Refutação: No Concílio de Jamnia, os judeus apenas discutiram sobre alguns livros e apenas RATIFICARAM o que já era canônico. Exigir unanimidade absoluta, o que se quer é nunca ter um cânon autoritativo e final! Os eruditos judeus sempre mantiveram que, já em 445 a.C., no reino de Artaxerxes Longânimo, Esdras “juntou, ordenou e publicou” o V.T. na sua forma final, como o conhecemos. Josephus (80 d.C.) corrobora isto e usa cânon e divisões Massoréticas. Esdras é chamado de “o escriba” (Ne 8:1, 4, 9, 13; 12:26, 36), “escriba versado na lei de Moisés” (Ed 7:6), e “o escriba das palavras dos mandamentos e dos estatutos do Senhor sobre Israel” (Ed 7:11).

- Objeção: os apócrifos figuram na Septuaginta.
- Refutação: Mas nunca no cânon judaico!

CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO V. T. :

Estudiosos de eras posteriores, nem sempre totalmente conscientes dos fatos a respeito da aceitação original do cânon, tornavam a levantar dúvidas sobre certos livros.
Com isso, surgiu a terminologia técnica, conforme vemos abaixo:

1 - HOMOLOGOUMENA: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.

            A canonicidade de alguns livros jamais foi desafiada por nenhum dos grandes rabis da comunidade judaica. Desde que alguns livros foram aceitos pelo povo de Deus como documentos produzidos pela mão dos profetas de Deus, continuaram a ser reconhecidos como detentores de inspiração e de autoridade divina pelas gerações posteriores.
            34 dos 39 livros do Antigo Testamento podem ser classificados como “homologoumena”. Os cinco excluíveis seriam: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios.

2 - ANTILEGOMENA: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram questionados por alguns.

            A canonicidade de 5 livros do Antigo Testamento foi questionada numa ou noutra época, por algum mestre do Judaísmo: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios. Cada um deles se tornou controvertido por razões diferentes; todavia, no fim prevaleceu a autoridade divina de todos os cinco livros.

Cantares de Salomão: Alguns estudiosos da escola de Shammai consideravam esse cântico como sendo sensual em sua essência. Porém, é mais provável que a pureza e a nobreza do casamento façam parte do propósito essencial desse livro. É preciso ver esse livro da perspectiva espiritual correta. A figura do casal, neste livro, representa Cristo e igreja (2 Co 11:2; Ef 5:25-29).

Eclesiastes: Alguns objetaram que esse livro parece cético. Alguns até o chamam de “O Cântico do ceticismo”.  Qualquer pessoa que procure a máxima satisfação “debaixo do sol”, com toda a certeza há de sentir as mesmas frustrações sofridas por Salomão, visto que a felicidade eterna não se encontra neste mundo temporal.
            Além do mais, a conclusão e o ensino genérico desse livro estão longe de ser céticos. Depois “de tudo o que se tem ouvido”, o leitor é admoestado: “a conclusão é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, pois isto é todo o dever do homem” (Ec 12:13).
Assim como o livro Cantares de Salomão, o problema básico é de interpretação do texto e não de canonização ou inspiração.

Ester: Pela ausência do nome de Deus neste livro, alguns pensaram que ele não fosse inspirado. Perguntavam como podia um livro ser Palavra de Deus, se nem ao menos trazia o Seu nome. (YHWH).
            Porém, uma coisa é certa: a ausência do nome de Deus é compensada pela presença de Deus na preservação de Seu povo. (Ver Et 4:14).
            O fato de Deus haver concedido grande livramento, como narra o livro, serve de fundamento e razão da festa judaica do Purim (Et 9:26-28). Basta este fato para demonstrar a autoridade atribuída ao livro, dentro do Judaísmo.

Ezequiel: Alguns na escola rabínica pensavam que esse livro era antimosaico em seu ensino. Achavam que o livro não estava em harmonia com a lei mosaica. No entanto, essa tese não prevaleceu e demonstrou mais uma vez ser uma questão de interpretação e não de inspiração.

Provérbios: Achavam-no um livro contraditório (Pv 26:4-5). Achavam contraditório o leitor ser exortado a responder e ao mesmo tempo não responder. Todavia, o sentido aqui é que há ocasiões em que o tolo deve receber resposta de acordo com sua tolice, e em outras ocasiões isso não deve ocorrer. Porém, nenhuma “contradição” ficou demonstrada em nenhuma passagem de Provérbios.  

OBS: É importante frisar que a Bíblia em momento algum é contraditória, pois é a Palavra de Deus (Infalível). O que “parece” contradição é erro de interpretação humana.

3 - PSEUDEPÍGRAFOS: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.

            Grande número de documentos religiosos espúrios que circulavam entre a antiga comunidade judaica são conhecidos como “pseudepígrafos”. Nem tudo nesses escritos é falso. De fato, a maior parte desses documentos surgiu de dentro de um contexto de fantasia ou tradição religiosa, possivelmente com raízes em alguma verdade. Com freqüência, a origem desses escritos estava na especulação espiritual, a respeito de algo que não ficou bem explicado nas Escrituras canônicas.
            As tradições especulativas a respeito do patriarca Enoque, por exemplo, sem dúvida são a raiz do livro de Enoque. De maneira semelhante, a curiosidade a respeito da morte e da glorificação de Moisés, sem dúvida se acha por trás da obra Assunção de Moisés.          
            No entanto, essa especulação não significa que não exista verdade nenhuma nesses livros. Ao contrário, o Novo Testamento se refere a verdades implantadas nesses dois livros                    (vide Jd 14,15) e chega a aludir à penitência de Janes e Jambres (2 Tm 3:8). Entretanto, esses livros não são dotados de autoridade, como Escrituras inspiradas. Paulo também citou alguns poetas não-cristãos, como Arato (At 17:28), Menânder (1 Co 15:33 traz uma linha do poema grego “Taís de Alexandre”) e Epimênides (Tt 1:12). (Nm 21:4; Js 10:13; 1 Rs 15:31).
Trata-se tão somente de verdades verificáveis, contidas em livros que, em si mesmos, nenhuma autoridade divina têm. É importante que nos lembremos que Paulo cita apenas aquela faceta da verdade, e não o livro pagão como um todo, como conceito a que Deus atribuiu autoridade e fez constar no Novo Testamento.

A verdade é sempre verdade, não importa onde se encontre, quer pronunciada por um poeta pagão, quer por um profeta pagão (Nm 24:17), por um animal irracional e mudo (Nm 22:28) ou mesmo por um demônio (At 16:17). (Caifás – Jo 11:49).
             
            É possível que o fato mais perigoso a respeito desses falsos escritos (pseudepígrafos) é que alguns elementos da verdade são apresentados com palavras de autoridade divina, num contexto de fantasias religiosas que, em geral, contem heresias teológicas.
            A infundada reivindicação de autoridade divina, o caráter altamente fantasioso dos acontecimentos e os ensinos questionáveis (e até mesmo heréticos) desses livros levaram os pais do Judaísmo a considerá-los espúrios (pseudepígrafos).       

São eles:

Lendários: O livro do Jubileu; Epístola de Aristéias; O livro de Adão e Eva; O martírio de Isaías

Apocalípticos: 1 Enoque; Testamento dos doze patriarcas; O oráculo sibilino; Assunção de Moisés; 2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque; 2 Baruque, ou O apocalipse siríaco de Baruque (*); 3 Baruque, ou O apocalipse grego de Baruque.

Didáticos: 3 Macabeus; 4 Macabeus; Pirque Abote; A história de Aicar.

Poéticos: Salmos de Salomão; Salmo 151 (consta na Septuaginta).

Históricos: Fragmentos de uma obra de Sadoque

OBS:

a) 1 Baruque está relacionado entre os apócrifos.

b) Há outros livros, sendo que alguns foram descobertos entre os manuscritos do Mar Morto, tais como: Gênesis apócrifo e Guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas, dentre outros.

4 - APÓCRIFOS: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros. Pelos católicos romanos são conhecidos como Deuterocanônicos (= 2º Cânon). Foram acrescentados às Escrituras (Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19).
Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados (não os de fora) podem entender.
            Pela época de Ireneu e Jerônimo (séc. III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como “pseudepígrafos”.
            Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos        não-canônicos originários do período intertestamentário.
            O Novo Testamento jamais cita um livro apócrifo indicando-o como inspirado. As alusões a tais livros não lhes emprestam autoridade, assim como as alusões a poetas pagãos não lhes conferem inspiração divina. Aliás, desde que o N.T. faz citações de quase todos os livros canônicos do A.T. e atesta o conteúdo e os limites desse Testamento (omitindo os apócrifos) parece estar claro que o N.T. indubitavelmente exclui os apócrifos do cânon hebraico.
Os apócrifos não foram aceitos pelos judeus palestinos, zelosos preservadores dos ensinos bíblicos que não estiveram sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria, muitos dos quais (mas não todos) acatavam tais livros como de origem divina, como Palavra de Deus.
Aliás, toda a problemática de aceitação da canonicidade desses livros envolve exatamente o grande centro da cultura grega no Oriente, a cidade de Alexandria. Os judeus ali sofreram grande influência da filosofia grega, e houve até um destacado intelectual judeu, Filo, que se empenhou por fundir o Judaísmo com os conceitos gregos, que o empolgavam.
Jesus Cristo Se referiu à Bíblia Sagrada na Sua oração sacerdotal a Seu Pai dizendo: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Como poderiam obras cheias de conceitos que se chocam com os claros ensinos de apóstolos e profetas, além de crendices supersticiosas, lendas, inexatidões históricas e até mentiras qualificar-se como essa verdade de divina inspiração?
            O Concílio de Trento, 1546, reagiu a Lutero, canonizando os livros apócrifos, com o voto de 53 prelados sem conhecimentos históricos destacados sobre documentos orientais, encontrando oposição de grandes homens como o cardeal Polo que afirmou que assim o Concílio agiu a fim de dar maior ênfase às diferenças entre católicos romanos e os evangélicos. Outro destacado líder católico, Tanner afirmou que a igreja católica romana encontrou nesses livros o seu próprio espírito (apud Introdução ao Antigo Testamento, Dr. Donaldo D. Turner, IBB).
A ação do Concílio não foi apenas polêmica, foi também prejudicial, visto que nem todos os 14 (15) livros apócrifos foram aceitos pelo Concílio.
            A Oração de Manassés e 1 e 2 Esdras [3 e 4 Esdras dos católicos romanos; a versão de Douai denomina 1 e 2 Esdras, respectivamente, os livros canônicos de Esdras (1 Ed) e Neemias        (2 Ed)] foram rejeitados.
         A rejeição de 2 Esdras é particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte contra a oração pelos mortos (2 Esdras 7.105). Aliás, algum escriba medieval havia cortado essa seção dos manuscritos latinos de 2 Esdras, sendo conhecida pelos manuscritos árabes, até ser reencontrada outra vez em latim por Robert L. Bentley, em 1874, numa biblioteca de Amiens, na França.
O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon.
Foram os livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria (Septuaginta), que os incluiu.
Com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d.C.), esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus (o chamado “período intertestamentário”) e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.
            No entanto, até a época da Reforma Protestante esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concílio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse concílio foi polêmica e eivada de preconceito.

LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA:

Os apócrifos foram produzidos entre o 3o e 1o século a. C. (com o cânon já definido), no período intertestamentário, com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d. C.).
A cultura gentia os assimilou (o cânon de Alexandria). O historiador Josefo, os judeus e a Igreja cristã rejeitaram.
A LXX (Septuaginta) os incluiu como adendo (seguindo o cânon alexandrino). No Concílio de Cártago, em 397 d. C. foram considerados próprios para a leitura. O Concílio Geral de Calcedônia, 451 d. C., negou-os.
Foram colocados no cânon em uma sessão em 08 de Abril de 1546, no Concílio de Trento, com 5 cardeais e 48 bispos, apenas, e não foi por unanimidade.
 Em 1827, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira os excluiu da Bíblia (não os editando nem mesmo como adendo). Desde então esta é a postura protestante.

RAZÕES DA REJEIÇÃO:

  • O Velho Testamento já estava produzido;
  • A maioria dos apócrifos foi produzida em grego;
  • Prevaleceu para os judeus o cânon palestiniano.
Isto quer dizer que estes livros não eram acessíveis a todos e:

a) Jamais foram incluídos no cânon pelas autoridades reconhecidas: As maiores e mais reconhecidas autoridades judaicas nunca reconheceram os apócrifos: Esdras (o profeta, que “juntou, ordenou e publicou” o V. T. na sua forma final e como o conhecemos); os fariseus; Josephus (o historiador judeu, provavelmente o maior historiador de todos os tempos); os pais da igreja primitiva; etc. 
b) Jamais foram aceitos pelos judeus.
c) Só em 08 de abril de 1546, no Concílio de Trento, a igreja romana os declarou canônicos, mas só em reação à Reforma Protestante.
d) Jamais foram citados por jesus Cristo ou por nenhum outro escritor da Bíblia. (Judas cita dois pseudepígrafos, mas não parece lhes ceder declaradamente o conceito de inspirados).
e) Nenhum livro apócrifo alega ser inspirado (na realidade, alguns deles ADMITEM não ser inspirados! Macabeus 15:38).
f) Alguns apócrifos têm incontornáveis erros históricos e geográficos.
g) Alguns apócrifos ensinam doutrinas falsas e que contradizem a Bíblia como um todo (Macabeus 12:43-46 ensina que podemos e devemos orar pelos mortos. A Bíblia como um todo ensina que não adianta) Ver 2 Ed 7.105.

Alguns erros ensinados pelos apócrifos:
Livros canônicos:
1 - Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-9
Isaías 63:8; Oséias 4:2
2 - Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6
Provérbios 25:21-22
3 - Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judite 8:5-6
Mateus 4:1-2
4 - Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judite 9:2
Gênesis 34:30; 49:5-7
5 - Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 e Eclesiástico 3:30
1 Pedro 1:18-19
6 - Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8
Atos 16:18
7 - Nabucodonossor foi rei da Assíria, em Nínive. Judite 1:1
Daniel 1:1
8 - Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3
1 Pedro 1:18-19
9 - Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16
Tiago 5:14-16
10 - Antíoco morre de três maneiras. 1 Macabeus 6:16; 2 Macabeus 1:16; 9:28
Isaías 63:8; Mateus 5:37
11 - Recomenda a oferta pelos mortos. 2 Macabeus 12:42-45
Eclesiastes 9:5-6
12 - Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14
1 João 1:7; Hebreus 9:27
13 - O suicídio é justificado e louvado. 2 Macabeus 14:41-46
Êxodo 20:13

A postura protestante: a Bíblia produziu a Igreja. Postura católica: a Igreja produziu a Bíblia, e também a Tradição (Inclusive as nivela). Por isto, pode acrescentar e tirar.
Não é a Bíblia protestante que tem livros a menos. A Bíblia católica é que tem livros a mais. Foi a Igreja Católica quem os acrescentou. (Ap 22:18-19)

COMO OS APÓCRIFOS FORAM APROVADOS:

A igreja romana aprovou os apócrifos em 08 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma Protestante. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como “canônicos”.
Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo, os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblicista católico John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico", sob o verbete Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias "controvérsias notadamente candentes" sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua "História Eclesiástica" declara mais nitidamente que, em pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrando às barbas e batinas uns dos outros...
Foi nesse ambiente "ESPIRITUAL", que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia (“versão”) católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII. Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629.

VULGATA DE JERÔNIMO:

O arranjo da Vulgata (versão latina oficial da Igreja católica romana, desde o Concílio de Trento) completa em 450 depois de Cristo, mas aceita plenamente em cerca de 650 depois de Cristo, em geral, segue a LXX, só que 1  e 2 Esdras são iguais a Esdras e Neemias, e as partes apócrifas (3 e 4 Esdras), tanto como a Oração de Manassés, são colocados no fim do Novo Testamento. Os Profetas Maiores são colocados antes dos Profetas Menores. É uma tradução do Hebraico para o Latim, língua oficial do império romano.
Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, em Belém (a pedido do papa Dâmaso I), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da antiga versão latina de 170, porque lhe foi ordenado, mas indicou que os mesmos não poderiam ser base de doutrinas.

Os livros são: 1 Esdras, 2 Esdras, Tobias, Judite, Adição a Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, Adições a Daniel (Cântico dos 3 Rapazes, História de Susana, Bel e o Dragão), Oração de Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus.

A Bíblia protestante segue a mesma ordem tópica do arranjo da Vulgata, só que omite todas as partes apócrifas...
Na ordem, a Bíblia protestante segue a Vulgata, no conteúdo, segue a Hebraica.

A VERSÃO CATÓLICO-ROMANA:

Seguindo a Vulgata que traduziu da LXX (Septuaginta), com exceção de Oração de Manassés, o cânon católico incorporou os apócrifos após a Reforma. Quando a Vulgata os inseriu, distinguiu-os dos canônicos. Aos apócrifos, chamou de deuterocanônicos, isto é, livros do “segundo cânon” (eclesiásticos).
Na versão de edição Católico-Romana, há um total de 73 livros, sendo 7 apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros canônicos, sendo assim um total de 11 escritos apócrifos: Tobias (após Esdras); Judite (após Tobias); Sabedoria de Salomão (após Cantares); Eclesiástico (após Sabedoria de Salomão); Baruque – incluindo a Epístola a Jeremias (após Lamentações); 1 Macabeus (após Ester); 2 Macabeus (após 1 Macabeus). São os seguintes os apêndices apócrifos: Acréscimos a Ester (Et 10:4 – 16:24); acréscimos a Daniel: (Cântico dos três rapazes – Dn 3:24-90;  História de Suzana – Dn 13; Bel e o Dragão – Dn 14).
Além disso, as bíblias católicas possuem livros canônicos com nomenclatura diferenciada da empregada nas edições evangélicas. No entanto, esta diferença não tem importância. No entanto é bom conhecê-las:



BÍBLIA EVANGÉLICA
BÍBLIA CATÓLICA
1, 2 Samuel
1, 2 Reis
1, 2 Reis        
3, 4 Reis
1, 2 Crônicas
1, 2 Paralipômenos
Esdras e Neemias
1, 2 Esdras
Lamentações de Jeremias
Trenos

Como podemos ver estas diferenças são apenas de nomes, mais ou menos apropriados e que para todos eles existem justificativas históricas e tradicionais. Existem também diferenças na numeração dos Salmos:

BÍBLIA EVANGÉLICA
BÍBLIA CATÓLICA
Sl 9
Sl 9,10
Sl 10 - 112
Sl 11 - 113
Sl 113
Sl 114, 115    
Sl 114 - 115
Sl 116
Sl 116 - 145
Sl 117-146
Sl 146 - 147
Sl 147
Sl 148 - 150
Sl 148 - 150

Os 39 livros que do nosso Antigo Testamento os católicos denominam Protocanônicos, os livros que nós chamamos apócrifos, eles chamam de deuterocanônicos e os livros que nós chamamos pseudepígrafos, eles chama de apócrifos. (estes livros, os pseudepígrafos, não aparecem em nenhuma Bíblia de edições católica ou protestante).

O ESTUDO DAS ESCRITURAS E O MITO DA SEPTUAGINTA

A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império greco-macedônico. Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e influente. Morrendo Alexandre, seu domínio se dividiu em quatro ramos, ficando o Egito sob a dinastia dos Ptolomeus.
Com o advento da sinagoga, o estudo e a interpretação das Escrituras começou a ganhar importância sobremodo independente, ocupando o centro da vida religiosa judaica.
Foi nessa época de propagação popular das Escrituras que o Rei Ptolomeu II, Filadelfo, rei do Egito (Tempo dos Filadelfos: 284-247 a. C.), grande amante das letras, preocupou-se em enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Com este objetivo, muitos livros foram traduzidos para o grego.
Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da (região hoje conhecida como) Palestina para os judeus cuja língua vernácula era o grego.
Orgulhava-se de possuir todos os livros do mundo. Faltavam as Escrituras. Portanto, mandou traduzir a Torah para o grego, em Alexandria, em 277 a. C. a partir da proposta de Demétrio Falerus, Diretor da Biblioteca de Alexandria.
A ordem de tradução foi enviada a Eleazar, o Sumo Sacerdote. Segundo um relato de Josefo, Sumo Sacerdote de Jerusalém, Eleazar enviou uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco.
No começo, só o Pentateuco foi traduzido. A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de Cristo. Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na (região hoje conhecida como) Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento.
Os estudiosos acham que os apócrifos foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é, a escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
Todos estes livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1 Macabeus, estavam escritos em Grego (sendo Baruque em Hebraico e Tobias em Aramaico), e a maioria deles foi escrita muitíssimos anos depois de o profeta Malaquias, o último dos profetas da Dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu nome.
O que se pode concluir daí é que, quando a Septuaginta era copiada, alguns livros não canônicos para os judeus eram também copiados. Isso também poderia ter ocorrido por ignorância quanto aos livros verdadeiramente canônicos.
Pessoas não afeiçoadas ao Judaísmo ou mesmo desinteressadas em distinguir livros canônicos dos não canônicos tinham por igual valor todos os livros, fossem eles originalmente recebidos como sagrados pelos judeus ou não. Mesmo aqueles que não tinham os demais livros judaicos como canônicos certamente também copiavam estes livros, não por considerá-los sagrados, mas apenas para serem lidos. Por que não copiar livros tão antigos e interessantes?
Estes livros, entretanto, têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as várias épocas que representam; particularmente, a do período de 400 anos, chamado intertestamentário (entre Malaquias e João Batista). É, talvez, por estas razões que os tradutores os juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da (região hoje conhecida como) Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.
Essa tradução nos explica porque foram acrescentados os livros apócrifos à Septuaginta - para tê-los na Biblioteca de Alexandria como literatura da nação israelita.
Parece que o prólogo de Eclesiástico refere-se à Septuaginta. As cópias, completas ou quase completas, mais antigas que temos desta versão são do século IV, e foram confeccionadas por cristãos. Elas têm todos os livros da Bíblia hebraica e alguns dos livros apócrifos.
Isto levou alguns a teorizarem a existência de dois “cânones” do Velho Testamento, um palestiniano e outro alexandrino. Tal teoria, porém, cai por terra quando se observa o conteúdo dos grandes manuscritos da Septuaginta do quarto e quinto séculos.
Eles têm os seguintes livros apócrifos e pseudepígrafos:




Nome do Manuscrito

Sigla de
identificação
Apócrifos
omitidos
Pseudepígrafos presentes
Vaticano
B
1 e 2 Mc
1 Ed
Sinaitico
alefh
Bar
4 Mc
Alexandrino
A
nenhum
1 Ed, 3 e 4 Mc
                                         
A tabela mostra que os grandes manuscritos cristãos da Septuaginta, embora tivessem todos os livros da Bíblia Hebraica, não tinham os apócrifos com constância e até tinham alguns livros que ninguém, nem mesmo a igreja romana, tenta incluir na Bíblia.
Isto é suficiente para mostrar que não havia consenso sobre que livros adicionar na Septuaginta.  A omissão de vários dos apócrifos e a inclusão de livros que ninguém nunca aceitou como inspirados, ajuda a ver que não havia uma “lista oficial” de livros em Alexandria que era diferente da “lista oficial” da Judéia.
Antes de mais nada, é bom lembrar de novo que as cópias encadernadas da Septuaginta que temos hoje são oriundas dos cristãos e não dos judeus. O fato das cópias da Septuaginta incluirem e omitirem apócrifos e pseudepígrafos mostra que a colocação destes livros numa só encadernação com os inspirados não era indicação de sua aceitação no “cânon” bíblico. Além disto, a igreja lia estas obras, mas as considerava secundárias. Não há nada que pudesse ser chamado de "cânon alexandrino".

Filon e Josefo, que utilizavam quase exclusivamente esta versão grega (a LXX), sempre defenderam o cânon da Bíblia hebraica.
Flávio Josefo (aprox. 90 d.C.) disse:
"Não temos dezenas de milhares de livros em desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois contendo o registro de toda a história, que , conforme se crê com justiça, são divinos. Cinco são de Moisés, que referem tudo o que aconteceu até a sua morte, durante perto de três mil anos, e a sequência dos descendentes de Adão. Os profetas que sucederam este admirável legislador, escreveram em treze livros tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos Persas, e os quatro outros livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes. Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas, não se lhes dá o mesmo crédito que aos outros livros de que acabo de falar e pelos tais temos tal respeito que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar ou mesmo lhe modificar a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos,  chamamo-los assim ..." (Contra Ápio 1.8).
Josefo fala apenas de 22 livros porque os judeus dividiam seus livros de modo diferente do nosso. Suas Bíblias tinham 22 ou 24 livros, mas estes são exatamente iguais aos 39 livros do A.T. da nossa Bíblia. 
Josefo reconhece as 3 divisões do cânon e os mesmos livros da Bíblia Hebraica (22). Na opinião dele, nenhum livro canônico foi escrito depois do reinado de Artaxerxes (462-424 a.C.) e ainda afirma que, durante estes séculos, desde Artaxerxes, nada foi alterado nos livros sagrados. Embora Josefo conhecesse os livros do período interbíblico, não os considerava canônicos. Embora fosse um leitor da Septuaginta, não cria que os chamados apócrifos fizessem parte da Bíblia.

Pode a existência da Septuaginta ser uma fabricação usada contra a Palavra de Deus e ser outro exemplo da agressão satânica de longa data contra as Escrituras? Este é um assunto importante que merece estudo.

ATENÇÃO===>>> Vejam esta citação:

A LXX nunca existiu!

Foi Orígenes que fabricou a dita obra (quinta coluna da sua Hexapla - a partir da falsificação conhecida por "Carta de Aristeas") para corromper a igreja com os livros apócrifos dos alegoristas e mais tarde dos IDÓLATRAS do catolicismo, adotando-a na tradução que veio a ser chamada "A Vulgata" de Jerônimo.
Jesus NUNCA fez qualquer referência a tal FANTASMA de versão, nem iria desonrar as Escrituras do Velho Testamento, cotando a suposta tradução com os livros apócrifos pós-Malaquias. O Espírito Santo jamais inspiraria uma versão "milagrosa", como é chamada pelos eruditos não se sabe de quê, levada a cabo por 72 tradutores de 12 tribos que tinham desaparecido do mundo físico. Enfim, uma lenda para crianças da instrução primária! (Ler o livro "The Mythological Septuagint", do Dr. Peter S. Ruckman).
      Fim da citação.

Em um documento lido em uma reunião da prestigiosa Deacan Society de Burgon, 10-11 de julho de 1996, Dr. Kirk D. DiVietro focaliza afiadamente o assunto:
“Você pode perguntar, Por que, afinal, você está trilhando por esta estrada? O que ela significa para mim? Ela significa muito para você. A própria autoridade de sua Bíblia está em jogo. A Septuaginta não é uma tradução literal. Utiliza frequentemente a teoria de "equivalência dinâmica" de tradução. Às vezes passa malabarismos fantásticos, não-literais, inexatos do hebraico. Se nós aceitamos a alegação de que a LXX foi aceita por Jesus e os escritores das Sagradas Escrituras como a Palavra autorizada de Deus, então nós temos que dissolver esta sociedade, e nos unir ao clube de semana da Bíblia moderna... Se Jesus e os escritores de Escritura aceitaram esta como Escritura autorizada, então a inspiração plena, verbal da Escritura é irrelevante. Se Jesus e os escritores de Escritura aceitassem esta como Escritura autorizada, então a doutrina de preservação é um vexame.”
            Veja essa outra citação:
“A tradução foi realizada indubitavelmente durante o 3º e 2º séculos a. C., e é pretendido ter sido acabada já no tempo de Ptolemy II Philadelphus, de acordo com a denominada Carta de Aristeas para Philocrates (c. 130 - 100 a. C.). De acordo com a Carta de Aristeas, o bibliotecário de Alexandria persuadiu Ptolemy II Philadelphus para traduzir a Torá para o grego para uso pelos judeus da Alexandria. A carta menciona que foram selecionados seis tradutores de cada uma das 12 tribos e que eles completaram a tradução em apenas 72 dias. Enquanto os detalhes desta história são indubitavelmente fictícios, o núcleo de fato contido nisto parece ser que o Pentateuco foi traduzido para o grego em algum dia durante a primeira metade do 3º século a. C. Durante os próximos dois séculos o remanescente do VT foi traduzido, como também algum livro apócrifo e não-canônico.” [Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, and John Rhea. editors. Wycliff Bible Encyclopedia, vol. 2 (Chicago: Moody Press, 1975), "Versions, Ancient And Medieval," by William E. Nix.]
            Unger escreve: "Os mais velhos e mais importantes manuscritos da Septuaginta são os seguintes: (a) Códice Vaticanus (b) Códice Alexandrinus... (c) Códice Sinaiticus ". Duas coisas golpearão o leitor perspicaz imediatamente. Estes são manuscritos que não são mais antigos do que o quarto século d. C. Além disso, eles são os manuscritos corruptos nos quais o Texto notório de Westcott-Hort é baseado. Se estes são "os mais velhos e mais importante dos manuscritos" da Septuaginta, nós temos que concluir que os mesmos não são muito velhos e eles não são muito bons. [Merrill F. Unger, Unger's Bible Dictionary (Chicago: Moody Press 1957),p.1149f.]
Jones traz o quadro em aguçado enfoque ao escrever: “Constantemente nos é falado que Vaticanus... e Sinaiticus são os mais velhos manuscritos gregos existentes, consequentemente os mais fidedignos e os melhores; que eles são de fato a Bíblia. Ainda o Texto Grego Novo  que substituiu o Textus Receptus representa nas mentes da vasta maioria dos estudiosos o empreendimento privado de apenas dois homens, dois muito religiosos, embora homens não convertidos, Westcott e Hort. Estes homens fundaram a “Bíblia” deles baseada quase que exclusivamente na quinta coluna do Velho Testamento de Orígenes e no Novo Testamento editado pelo mesmo. As leituras do Novo Testamento deles é derivado quase que  exclusivamente sobre apenas cinco manuscritos, principalmente sobre apenas um só - Vaticanus B. Além disso, deve ser visto que o testemunho destes dois manuscritos corrompidos é (sic) quase que o único responsável para todos os erros introduzidos nas Sagradas Escrituras, em ambos os testamentos, isto através dos críticos modernos!”
 
LIVROS APÓCRIFOS DA SEPTUAGINTA: 3 Esdras, 4 Esdras, Oração de Azarias (Cântico dos Três Rapazes), Tobias, Adições a Ester, A Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (Também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque), Baruque, A Carta de Jeremias, Os acréscimos de Daniel, A Oração de Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Judite.

A FALSA REIVINDICAÇÃO DE QUE JESUS USOU A SEPTUAGINTA:

D. A. Waite desafia a contenção que Jesus citou da Septuaginta. Em Mateus 5:18, Jesus falou sobre a Lei e disse: "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido." Nosso Senhor falou do "i" e do "til", as menores partes das letras hebraicas. Quão pequeno? Bem, o "i" se refere à letra hebraica “yodh” que é do tamanho de uma apóstrofe. Esta é um terço da altura das outras letras hebraicas. O "til" se refere aos chifres, ou extensões minúsculas, de algumas letras hebraicas, como o “daleth”, algo parecido com o golpe vertical do lábio em nosso “m” ou  “n". Isto excluiria uma Bíblia grega. Além disso, o Novo Testamento se refere a uma divisão tripartite do Velho Testamento - Lei, Profetas e Salmos (Lucas 24:27, 44). Os manuscritos do Velho Testamento grego são, porém, entremeados com escritos apócrifos, nunca reconhecidos como "escritura" pelos rabinos, ou por Cristo ou pelos apóstolos.
Waite também nos refere para Mateus 23:35 como sendo apropriada a esta discussão: “para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar".
Ele escreve:
Por esta referência, o Senhor pretendeu responsabilizar os Escribas e os Fariseus por todo o sangue de pessoas inocentes derramado do VT inteiro. Abel se acha em Gênesis 4:8, mas Zacarias se acha em 2 Crônicas 24:20-22. Se você olha sua Bíblia hebraica, você achará II Crônicas no último livro (i.é, o último livro na terceira seção, os Escritos). Se, por outro lado, você olha em sua edição da Septuaginta, tal como publicada pela Sociedade Bíblica Americana, 1949, Terceira Edição, editada por Alfred Rahlfs, você vê que ela termina com Daniel seguida por "Bel e o Dragão" !! Isto é prova clara que Nosso Salvador usava o Velho testamento hebraico e não o grego. (Ver Lucas 11:51).
Esta é uma observação significante. A frase, "Abel até Zacarias," é apenas outro modo de declarar, "do início ao fim". Jesus não disse, "de Abel até Bel e o Dragão".


FORMAÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

A história do cânon do N.T. difere da do A.T. em vários aspectos:
Primeiro: o Cristianismo (N.T.) foi desde o começo uma religião internacional e não restrita a um só povo, como no caso do período do A.T. (restrito aos judeus), não havia comunidade profética fechada que recebesse os livros inspirados e os coligisse (colecionasse) em determinado lugar, etc. Por isto, o processo mediante o qual todos os escritos apostólicos se tornassem universalmente aceitos levou muitos séculos. Felizmente, há mais manuscritos do Novo Testamento do que do Antigo Testamento.
            Segundo: uma vez que as discussões resultaram no reconhecimento dos 27 livros canônicos do N. T., não mais houve movimentos dentro do Cristianismo, no sentido de acrescentar ou eliminar livros.
            O cânon do N. T. encontrou acordo geral no seio da igreja universal. Não há N. T. com apócrifos.

O CÂNON DO N.T. DEU-SE DE FORMA PROGRESSIVA:

Desde o início, havia escritos falsos, não-apostólicos, em circulação (Lc 1:1-4; 2 Ts 2:20;        2 Ts 3:17).
            No início da igreja primitiva (século I), havia um processo seletivo em operação. Toda e qualquer palavra a respeito de Cristo, oral ou escrita, era submetida ao ensino dos apóstolos            (1 Jo 1:3; 2 Pe 1:16).
            Era o “cânon vivo” das testemunhas oculares, mediante o qual os escritos vieram a ser reconhecidos.
Os primeiros cristãos (igrejas) iam recebendo, lendo e colecionando as cartas apostólicas, cheias de autoridade divina, lançando assim o alicerce de uma coleção crescente de documentos inspirados (Circulação das Cartas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3). As igrejas, assim, estavam envolvidas em um processo iniciante de canonização.
Os cristãos eram admoestados a ler continuamente as Escrituras (1 Tm 4:11, 13). A única maneira pela qual se poderia realizar isto no seio de um número crescente de igrejas era fazer cópias, de tal sorte que cada igreja ou grupo de igrejas tivesse sua própria compilação de escritos autorizados.
Essa aceitação original de um livro, o qual era autorizadamente lido nas igrejas, teria importância crucial para o reconhecimento posterior de um livro canônico.
Assim, o processo de canonização estava em andamento desde o início da igreja. As primeiras igrejas foram exortadas a selecionar apenas os escritos apostólicos fidedignos. Desde que determinado livro fosse examinado e dado por autêntico, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e depois circulava entre os crentes de outras igrejas.
As coletâneas desses escritos apostólicos começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos. Pelo final do século I, todos os 27 livros do N. T. haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igrejas cristãs como divinamente inspirados. O cânon estava completo, e todos os livros haviam sido reconhecidos pelos crentes de outros lugares.
Por causa da multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições relacionadas ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu durante vários séculos, até que a igreja universal finalmente reconheceu a canonicidade dos 27 livros do       N. T.
Logo após a primeira geração, passada a era apostólica, todos os livros do N. T. haviam sido citados por algum pai da igreja, como dotados de autoridade. Por sinal, dentro de 200 anos depois do século I, quase todos os versículos do N. T. haviam sido citados em uma ou mais das mais de        36 mil citações dos pais da igreja.
Uma tradução do N. T. (Antiga siríaca) circulou na Síria pelo fim do século IV, representando um texto que datava do século II e incluía os livros do N. T., exceto 2 Pedro,             2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Atanásio, o “Pai da Ortodoxia”, relaciona com clareza todos os 27 livros do N. T. como canônicos (Cartas, 3,267,5).
Resumindo: o processo de coligir os escritos apostólicos confiáveis iniciou-se nos tempos do N. T. No século II, houve exame desses escritos mediante a citação da autoridade divina de cada um dos 27 livros do N. T. No século III, as dúvidas e as objeções a respeito de determinados livros prosseguiram, culminando nas decisões dos pais da igreja e dos concílios influentes do século IV.





           
FATORES QUE INFLUENCIARAM A IGREJA NO CÂNON DO N. T.:

Alguns fatores influenciaram para que a igreja primitiva definisse de vez a lista dos livros canônicos do N. T.
Márcion (ou Marcião) foi um herege gnóstico (150 d.C.) que, dentre outras coisas, fez uma lista de livros a serem aceitos. Rejeitou todo o Velho Testamento por considerá-lo obra de um “deus inferior”. Sua lista de livros bíblicos incluiu: uma versão resumida de Lucas (retirando os primeiros capítulos por serem muito judaicos) e mais dez epístolas de Paulo (as chamadas “Pastorais” não foram aceitas por lhe serem contrárias, assim como todas as outras). Chamou “Efésios” de “Laodicenses”.
Sua rejeição dos livros bíblicos forçou as igrejas a tomarem uma posição explícita sobre estes livros. De fato, a rejeição dos livros prova que já havia um consenso, mas a igreja se tornou mais consciente deste consenso na luta contra a heresia. As heresias levaram à defesa da fé. Afinal, “os germes estimulam a formação de anticorpos”...
Na segunda metade do segundo século, o Novo Testamento já foi considerado par do Antigo. Começam os comentários, trabalhos literários e traduções do Novo Testamento. As traduções para o Latim antigo e para o Siríaco neste período já incluem todo o Novo Testamento, exceto 2 Pedro na versão Siríaca.
A heresia de Marcião e de Montano, bem como os movimentos gnósticos, contribuíram para a aceleração do processo de reconhecimento dos livros inspirados; uma vez que Marcião negava muitos livros. Montano alegava ter novas revelações e os gnósticos buscaram produzir sua literatura “superior”.
            Outros fatores que influenciaram foram as perseguições do imperador romano Diocleciano (302-305 d.C.). De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve um edito imperial da parte de Diocleciano (303 d.C.), ordenando que “as Escrituras fossem destruídas pelo fogo”.
            A perseguição motivou um exame sério da questão dos livros canônicos, quais eram realmente canônicos e deveriam ser preservados.
É sabido que, traiçoeiramente, mesmo durante a vida dos apóstolos, no século I, já havia algumas pessoas que insinuavam a existência de uma ou outra corrupção na Palavra de Deus.
Livros falsificados, quer totalmente (como a Epístola de Hermas, de Barnabé, etc.), quer parcialmente, já tentavam se insinuar nas igrejas, mesmo durante a vida dos apóstolos! Que ousadia! O apóstolo Paulo já advertia:

“Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” (2 Coríntios 2:17).

“Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.”         (2 Tessalonicenses. 2:2).

Mas ninguém pode deixar de ver e se esquivar de reconhecer que todas estas corrupções do século I e todas as poucas corrupções subseqüentes foram totalmente rejeitadas pela massa das igrejas! Particularmente, os textoS  dos pouquíssimos manuscritos alexandrinos (séculos IV em diante) em que todo o TC se edifica foram totalmente rejeitados  pelo total da enorme massa das igrejas e jamais foram copiados e usados para qualquer coisa. (Usamos o plural "textoS" porque cada um destes manuscritos alexandrinos difere terrivelmente dos outros, em muitos milhares de pontos! Diferem mais entre si do que diferem do TR!!!...).
            Podemos resumir dizendo que a grande maioria dos livros do N. T. jamais sofreu polêmicas quanto à sua inspiração desde o início.  Certos livros não-canônicos, que gozavam de grande prestígio, que eram muito usados e que tinham sido incluídos em listas provisórias de livros inspirados, foram tidos como valiosos para emprego devocional e homilético, mas nunca obtiveram reconhecimento canônico por parte da igreja.
            Só os 27 livros do N. T. são tidos e aceitos como genuinamente apostólicos e encontraram lugar no cânon do Novo Testamento.

Assim, podemos dizer que, logo no mais tenro início, no primeiro e segundo século do Cristianismo, ocorreu a canonização (no sentido de "reconhecimento informal e consensual, pela grande massa das igrejas locais fiéis"):
a) tanto de quais os 27 LIVROS que compunham o NT;
b) como também de quais as PALAVRAS exatas que compunham cada um destes 27 livros.

Também podemos dizer que, ao final do século IV, ocorreu a canonização (no sentido de "declaração formal e oficial da grande massa de igrejas locais, mesmo que já não totalmente locais e nem todas fiéis, posto que o Romanismo já se desenvolvia, Roma já se impunha, ainda que o Romanismo ainda tivesse muito em que degenerar"):
a) tanto de quais os 27 LIVROS que compunham o NT;
b) como também de quais as PALAVRAS exatas que compunham cada um destes 27 livros.

CRITÉRIOS PARA SE RECONHECER A CANONICIDADE DE UM LIVRO

            Quatro princípios gerais ajudaram a determinar quais livros deveriam ser aceitos como canônicos:
a)      Apostolicidade: foi escrito por um apóstolo, ou, senão, tinha o escritor do livro um relacionamento tal com um apóstolo, de modo a elevar seu livro ao nível dos livros apostólicos? (At 4:13 mostra a credibilidade dos apóstolos).
b)      Conteúdo: era o conteúdo de um dado livro de tal natureza espiritual que lhe desse o direito a esta categoria? Esse teste eliminou muitos livros apócrifos ou pseudo-apócrifos.
c)      Universalidade: era o livro recebido universalmente pela igreja?
      d)  Inspiração: mostrava o livro evidência de ter sido divinamente inspirado? Era o teste final. Tudo tinha que cair diante dele.

Da mesma forma que a apostolicidade é provada, também é provada a canonicidade dos livros do Novo Testamento, tal como se prova a autoria dos renomados escritores mundiais cujas obras trazem seus nomes.

A consciência cristã, dominada pelo Espírito, discerniu entre o puro e o impuro. Cumpre ressaltar que tal realização não se deve nem à própria Igreja, mas que ela aconteceu obedecendo aos mesmos processos da canonização do Velho Testamento. Isto é, cada livro foi se impondo e falando por si mesmo com suas provas internas e externas até que, em determinado tempo, foi reconhecido pelas autoridades eclesiásticas e pelos Pais da Igreja como possuindo autoridade apostólica, não havendo a intervenção de Concílios.
Os livros apareceram primeiramente separados, em épocas e localidades diferentes. Foram guardados com carinho pelas Igrejas e aceitos como apostólicos. Eram lidos nas assembléias cristãs, em reuniões devocionais, inspirativas e doutrinárias.

Ao encerramento do N. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o livro de Apocalipse, em cerca do ano 96 depois de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o cânon do N. T. (isto é a coleção de 27 livros que o constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro do Apocalipse. Claro que, sempre houve, há e haverá um pequeno grupo de descrentes em algum livro, sempre há e haverá os infiéis, os agentes que o Diabo sempre introduz para levantar dúvidas a princípio leves e sutis, depois mais pesadas.
Algo depois do acima referido encerramento do N. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO e declarado OFICIALMENTE e por TODOS, mesmo sob a coordenação/comando do distorcedor Romanismo incipiente, no III Concílio de Cártago, em 397 d. C.

Desde os primeiros séculos foi reconhecido e desde a Reforma foi re-confirmado o cânon dos CONTEÚDOS (as Exatas PALAVRAS) dos Livros da Bíblia. Portanto, o assunto está encerrado, fechado !!!
(Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3)

O NOVO TESTAMENTO é canônico, uma vez que todos os seus livros, e somente eles, foram desde o início universalmente reconhecidos como inspirados, porque:

  • Foram escritos pelos apóstolos (ou suas segundas pessoas) Cl 1:1-2.
  • Foram universal e espontaneamente aceitos 1 Ts 2:13.
  • Foram aceitos pelos “pais da igreja” (filhos ou netos espirituais dos apóstolos, por quem foram ensinados, diretamente. Exemplo: Policarpo, filho na fé de João).
  • Tem conteúdo evidentemente inspirado, edificante, espiritual, harmônico com toda a Bíblia.

É notável o fato de não termos tido interferência da autoridade da igreja na constituição de um cânone; nenhum concílio discutiu esse assunto; nenhuma decisão formal foi tomada. O Cânone do N.T. parece ter se formado sozinho... Lembremo-nos que esta não-interferência de autoridade constitui um tópico valioso de evidência quanto à genuinidade dos quatro evangelhos; pois assim parece que não foi devido a qualquer autoridade adventícia, mas sim a seu próprio peso, que desbancaram todos os seus rivais. (George Salmon – Uma Introdução Histórica ao Estudo dos Livros do Novo Testamento, 1888, pág. 121).

É bom que fique claro, que certos livros do Novo Testamento foram considerados canônicos independentemente de se conhecer quem os escreveu. O exemplo clássico que temos disso é a Carta aos Hebreus.
Muitos dos debates que ainda perduram até hoje sobre alguns livros do Novo Testamento, não se ligam à sua canonicidade, mas à sua autoria.

OBSERVAÇÕES:

a) Em 200 d.C., só um pequeno punhado de cristãos [pelo menos na aparência] ainda tinha algumas pequenas dúvidas sobre os livros: Hebreus (“quem escreveu”), 2 e 3 João (“não seriam só cartas para uso pessoal dos endereçados?”), 2 Pedro (“será um pseudepígrafo, autor usando nome de outrem, respeitado?”), Tiago (“será que contradiz os escritos de Paulo?”), Judas (“será que quis implicar que o livro de Enoque era inspirado mas foi perdido?”) ou Apocalipse (“será mesmo João que o escreveu? Os símbolos não são misteriosos demais?”).
b) Em 397 d. C., o N.T., tal qual o temos hoje, foi oficialmente reconhecido no Concílio de Cártago, para o Ocidente. Em 500 d. C., o foi no Oriente.

Finalmente, também podemos dizer que, após a invenção da Imprensa, e no início do século XVI, com o maravilhoso movimento de Deus trazendo a Reforma Protestante, ocorreu a RE-confirmação do Cânon dos conteúdos (as exatas PALAVRAS) dos 39 livros do V. T. e 27 do N. T. (por UNANIMIDADE de TODAS as igrejas "protestantes" de TODAS as nações raças e povos !!!).

Desde os primeiros séculos e desde a Reforma Protestante está definitiva e completamente fechado o Cânon das exatas PALAVRAS das Escrituras, em Hebraico-Aramaico e em Grego, tanto quanto está fechado o Cânon de quais são os 66 LIVROS que formam a Bíblia!
(Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3)
É tão impensável e intolerável levantarmos dúvidas (seja através de colchetes ou de notas de rodapé, seja direta e expressamente, como ocorre em alguns versões modernas da Bíblia) sobre uma sequer das palavras do Texto Massorético de Ben Chayyim, mais o Textus Receptus (mais particularmente, aquele usado pela Bíblia KJV-1611),  omitirmos ou modificarmos tal palavra, quanto fazermos a mesma coisa em relação a um dos livros da Bíblia!

A Bíblia foi escrita e seus livros reunidos num conjunto que foi transmitido, através dos séculos até os nossos dias. Através de cópias feitas à mão, os textos bíblicos do Velho e do Novo Testamentos foram transmitidos e preservados até a invenção da imprensa.
Em 1516, um humanista conhecido como Desidério Erasmo ou Erasmo de Rotherdan, publicou o primeiro Novo Testamento em Grego, encerrando o período de transmissão manuscrita do N. T. e iniciando uma verdadeira "febre" de publicação de textos gregos do Novo Testamento. Foi com base nestes textos gregos que, mais tarde, as traduções bíblicas foram reiniciadas e a Palavra de Deus divulgada cada vez mais.
Tecnicamente, o primeiro Novo Testamento Grego foi impresso pelo cardeal Ximenes de Cisneros; mas, como a obra aguardava o término da impressão do texto do Velho Testamento para ser distribuída, a obra de Erasmo é considerada a primeira.

CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO N. T. :

1 - HOMOLOGOUMENA: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.

            Em geral, 20 dos 27 livros do N. T. foram aceitos por todos. Exceto: Hebreus, Tiago,              2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Outros três livros, Filemom, 1 Pedro e 1 João, foram omitidos, não questionados.           

2 - ANTILEGOMENA: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram questionados por alguns.

            De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve 7 livros cuja autenticidade foi questionada por alguns dos pais da igreja, e por isto ainda não haviam obtido reconhecimento universal por volta do século IV.
            Isto não significa que não haviam tido aceitação inicial por parte das comunidades apostólicas e subapostólicas. Tampouco, o fato de terem sido questionados, em certa época, por alguns estudiosos, é indício de que sua presença no cânon seja menos firme que os demais livros.
            Ao contrário, o problema básico a respeito da aceitação da maioria desses livros não era o reconhecimento de sua inspiração divina ou falta de inspiração; mas sim, a falta de comunicação entre o Oriente e o Ocidente a respeito de sua autoridade divina.
            São eles: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
           
Hebreus: foi basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas. Por isso, o livro permaneceu sob suspeição para os cristãos do Oriente, que não sabiam que os crentes do Ocidente o haviam aceito como autorizado e inspirado.
            Outro fator que influenciou foi o fato de que os montanistas heréticos terem recorrido a Hebreus em apoio a algumas de suas concepções errôneas, o que fez demorar sua aceitação nos círculos ortodoxos.
            Ao redor do século IV, no entanto, sob a influência de Jerônimo e Agostinho, esse livro encontrou lugar permanente no cânon.

Tiago: sua veracidade e autoria foram desafiadas. Os primeiros leitores atestaram que era Tiago, irmão de Jesus (At 15 e Gl 1). Todavia, a igreja ocidental não teve acesso a esta informação. Também, houve a questão do aparente conflito com o ensino de Paulo sobre a justificação somente pela fé. No entanto, sua aceitação como canônico baseia-se na compreensão de sua compatibilidade essencial com os ensinos paulinos.

2 Pedro: foi a Carta que mais ocasionou dúvidas quanto à sua autenticidade. Isto se deveu à dessemelhança de estilo com a primeira Carta de Pedro. As diferenças, porém, podem ser explicadas facilmente, por causa do emprego de um escriba em 1 Pedro, o que não ocorreu em 2 Pedro (vide 1 Pe 5:12).

2 e 3 João: o fato do seu questionamento foi porque o escritor se identificou apenas como “o presbítero” e, além da anonimidade, sua circulação foi limitada. Porém, a semelhança de estilo e de mensagem com 1 João, que já havia sido aceita, mostrou ser óbvio que 2 e 3 João vieram também do apóstolo João.

Judas: a confiabilidade deste livro foi questionada por alguns. A contestação se centrava nas referências ao livro pseudepígrafo de Enoque (Jd 14, 15) e numa possível referência ao livro Assunção de Moisés (Jd 9). Porém, suas citações não são diferentes das citações feitas por Paulo de poetas não-cristãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12). O que Judas fez foi citar um fragmento de verdade encravado naqueles livros e não dizer que eles teriam autoridade divina. Sua canonicidade foi reconhecida pelos primeiros pais da igreja (Ireneu, Clemente de Alexandria, Tertuliano). O Papiro Bodmer (P72), recentemente descoberto, confirma o uso de Judas ao lado de 2 Pedro, na igreja copta (igreja ortodoxa no Egito) do século III.

Apocalipse: A doutrina do Milenarismo (Ap 20) foi o ponto central da controvérsia, que durou até fins do século IV. Como os montanistas heréticos basearam seus ensinos heréticos no livro de Apocalipse, no século III, a aceitação definitiva desse livro acabou sofrendo uma demora. A partir do momento em que se tornou evidente que este livro estava sendo mal usado pelas seitas, embora tivesse sido escrito por intermédio de João (Ap 1:4; 22:8-9), e não dentre os hereges, assegurou-se o lugar definitivo no cânon sagrado.

RESUMO: Alguns pais da igreja haviam se posicionado contra esses livros, por causa da falta de comunicação, ou por causa de más interpretações desses livros antilegomena. A partir do momento em que a verdade passou a ser do conhecimento de todos, tais livros foram aceitos plena e definitivamente, passando para o cânon sagrado, da forma exata como haviam sido reconhecidos pelos cristãos primitivos desde o início.

3 - PSEUDEPÍGRAFOS: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.

            Durante os séculos II e III, numerosos livros espúrios e heréticos surgiram (escritos falsos). A corrente principal do Cristianismo seguia Eusébio, que os chamou de livros “totalmente absurdos e ímpios”.
            Esses livros tem apenas interesse histórico. O conteúdo deles resume-se em ensinos heréticos, eivados de erros gnósticos (seita filosófica que arrogava para si conhecimento especial dos mistérios divinos), docéticos (ensinavam a divindade de Cristo, mas negavam Sua humanidade, alegando que Ele só tinha a aparência de ser humano) e ascéticos (os monofisistas ascéticos ensinavam que Cristo tinha uma única natureza, uma fusão do divino com o humano).
            Tais livros revelavam desmedida fantasia religiosa. Evidenciavam uma curiosidade para descobrir mistérios não revelados nos livros canônicos (como onde esteve Jesus dos 12 aos 30 anos).
            Eles, em sua maior parte, não haviam sido aceitos pelos pais primitivos e ortodoxos da igreja, nem pelas igrejas, não sendo, portanto, considerados canônicos.
O número exato desses livros é difícil de apurar. Por volta do século XIX, Fótio havia relacionado cerca de 280 obras. Depois apareceram outras.

Alguns deles:

Evangelhos: O Evangelho de Tomé, O Evangelho dos ebionitas, O Evangelho de Pedro, O Proto-Evangelho de Tiago, O Evangelho dos egípcios, O Evangelho arábico da infância, O Evangelho de Nicodemos, O Evangelho do carpinteiro José, A História do carpinteiro José, O Passamento de Maria, O Evangelho da natividade de Maria, O Evangelho de um Pseudo-Mateus, Evangelho dos Doze, de Barnabé, de Bartolomeu, dos Hebreus, de Marcião, de André, de Matias, de Pedro, de Filipe.

Atos: Os Atos de Pedro, Os Atos de João, Os Atos de André, Os Atos de Tomé, Os Atos de Paulo, Atos de Matias, de Filipe, de Tadeu.

Epístolas: A Carta atribuída a nosso Senhor, A Carta perdida aos coríntios, As (Seis) Cartas de Paulo a Sêneca, A Carta de Paulo aos laodicenses (também pode ser considerado entre os apócrifos).

Apocalipses: de Pedro (também pode ser considerado entre os apócrifos), de Paulo, de Tomé, de Estêvão, Segundo Apocalipse de Tiago, Apocalipse de Messos, de Dositeu. (os 3 últimos foram descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).

Outras obras: Livro secreto de João, Tradições de Matias, Diálogo do Salvador. (também descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).

4 - APÓCRIFOS: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros.

            Esses livros gozavam de grande estima pelo menos da parte de um pai da igreja. Tiveram, quando muito, o que Alexander Souter chamou de “canonicidade temporal e local”. Haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um tempo limitado, mas nunca receberam um reconhecimento amplo ou permanente.
            Eram considerados mais importantes que os pseudepígrafos e faziam parte das bibliotecas devocionais e homiléticas das igrejas primitivas, pelas seguintes razões: revelam os ensinos da igreja do século II; fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos do N.T.; fornecem informações históricas a respeito da igreja primitiva, quanto à sua doutrina e liturgia.
           
São eles: Epístola do Pseudo-Barnabé; Epístola aos coríntios; Homilia antiga (chamada “Segunda epístola de Clemente); O pastor, de Hermas (foi o livro não-canônico mais popular da igreja primitiva); O Didaquê (ou “Ensino dos doze apóstolos”); Apocalipse de Pedro; Atos de Paulo e de Tecla; Carta aos laodicenses; Evangelho segundo os hebreus; Epístola de Policarpo aos filipenses; Sete epístolas de Inácio (este teria sido discípulo de João, mas não reivindica para si autoridade divina).




CONCLUSÃO

Mas, muito tempo já se passou desde então. O evangelicalismo moderno recebeu, especialmente do século passado, um legado teológico, eclesiástico e litúrgico que precisa ser urgentemente submetido ao teste da doutrina reformada da Autoridade Suprema das Escrituras.
É tempo de reconsiderar as implicações desta doutrina. É tempo de reavaliar a nossa fé, nossas práticas eclesiásticas e nossas próprias vidas à luz desta doutrina. Afinal, admitimos que a Igreja reformada deve estar sempre se reformando — não pela conformação constante às últimas novidades, mas pelo retorno e conformação contínuos ao ensino das Escrituras.

Lema da Reforma:Eclésia Reformata Semper Reformanda” (a igreja deve sempre estar aberta para ser corrigida por Deus, arrepender-se dos seus pecados e se reformar, em conformidade com o ensino das Escrituras). (Ap 2:5, 16, 21; 3:3, 19).

No atual clima de relativismo, a opinião parece ser o único referencial para o que a pessoa deve crer ou praticar. Dentro desse contexto, o aborto e o homossexualismo são analisados apenas por critérios puramente pragmáticos. O fato de Deus ter revelado os limites da sexualidade humana e o respeito pela vida não é mais válido para o homem moderno. Ele não acredita que Deus tenha falado.
Entretanto, para nós evangélicos, que aceitamos a Bíblia como a Palavra de Deus, pesa a responsabilidade de levar essa convicção a sério. Não obstante, é triste notar que, também neste caso, a teoria está longe da prática.
Hoje em dia, infelizmente, supostas revelações místicas tem mais autoridade do que a clara exposição da Bíblia. As pessoas crêem em idéias jamais ensinadas pelos profetas, por Jesus ou pelos apóstolos: regressão psicológica, decreto, entre outras coisas que jamais foram ensinadas na Bíblia. Então, por que as praticam? [O motivo é] Por que funcionam? [O motivo é] Por que atraem as pessoas?
Vale aqui lembrarmos uma famosa frase de Lutero: "Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias".

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. (1 Tm 4:1 - A.C.F.)
“Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos”. (Mc 13:22 - A.C.F.)
Assumir a autoridade da Bíblia implica enfatizar aquilo que ela enfatiza. Em nome da relevância, muitos assimilam filosofias da época atual e saem em busca de textos fora de contexto para justificar suas práticas antibíblicas.

A partir do instante em que aceitamos a autoridade da Bíblia, somos chamados pela força da Palavra a nos submetermos à autoridade de Deus. Se Ele, o Criador, de fato Se revelou aos homens através de palavras, tal revelação tem a força de lei para as Suas criaturas.
Como Soberano do Universo, Deus tem o direito de exigir plena obediência às Suas ordens e fazer valer Sua autoridade através de justo julgamento. Deus, sendo Onisciente e Eterno, faz da Sua Palavra autoridade para todas as áreas da vida humana, sejam elas espirituais, morais, intelectuais e físicas.

Uma pregação teocêntrica enfatizará a mensagem da Bíblia. Certamente, ela não é popular. Nunca o foi. Se o crescimento numérico fosse o critério para a verdade, Jesus não teria tido muito sucesso na Sua vida terrena, pois até alguns dos Seus discípulos mais próximos O abandonaram quando Ele começou a expor todas as implicações do discipulado. Se cremos na Bíblia como a 
Palavra de Deus, devemos pregá-la, quer ouçam quer deixem de ouvir!!!

O povo de Deus abandona as águas cristalinas da verdade para beber nas cisternas furadas e apodrecidas do erro. O remédio de Deus parece ser mais amargo, porém é eficaz!

Sabendo que a nossa natureza pecaminosa nos impulsiona em direção ao erro e ao pecado, conhecendo o engano e a corrupção do nosso próprio coração, reconhecendo os dias difíceis pelos quais passa o evangelicalismo moderno (particularmente no Brasil), a ojeriza doutrinária, a exegese superficial e a ignorância histórica que em grande parte caracterizam o evangelicalismo moderno no nosso país, não temos o direito de assumir que nossa fé e práticas eclesiásticas sejam corretas, simplesmente por serem geralmente assim consideradas. É necessário submeter nossa fé e práticas eclesiásticas à Autoridade Suprema das Escrituras.
Assim fazendo, não é improvável que nós, à semelhança dos Reformadores, também tenhamos que rejeitar considerável entulho teológico, eclesiástico e litúrgico acumulados nos últimos séculos. Não é improvável que venhamos a nos surpreender, ao descobrir um evangelicalismo profundamente tradicionalista, subjetivo e racionalista. Mas não é improvável também que venhamos a presenciar uma nova e profunda reforma religiosa em nosso país.
Que assim seja!
Não que concordemos com tudo o que houve na Reforma Protestante. Até porque os batistas não são protestantes. A história Batista revela que esta denominação não é filha de Roma, pois não surgiu da Reforma.

Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo.
Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação.
Entendo mais do que os antigos; porque guardo os teus preceitos.
Desviei os meus pés de todo caminho mau, para guardar a tua palavra.
Não me apartei dos teus juízos, pois tu me ensinaste.
Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha boca.
Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.
Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.

(Salmos 119-97-105)



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